Capítulo 4

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Nagisa estava ali, parado, olhando para mim com os olhos arregalados e cheios de lágrimas. Empurrei a menina, que bateu com as costas em Kayano que me olhava surpresa e irritada. Não me importei apenas voltei a olhar para Nagisa e o vi correndo em direção ao vestiário do colégio, que neste momento se encontrava vazio.

-NAGISA! -gritei correndo atrás dele o mais rápido que eu conseguia.

Ele entrou no vestiário e se trancou em um compartimento de lá. Comecei a bater na porta devagar.

-Nagi, abre... por favor. -falei, encostando minha testa na porta.
-Eu não quero te ouvir... me deixa sozinho, por favor.

Eu sabia que ele estava chorando e doía em mim saber que o causador de suas lágrimas era eu. Continuei:

-Nagi, desculpa te fazer chorar, mas... me deixa explicar, por favor. Foi ela que me beijou e eu tentei afastá-la, juro que tentei, mas ela me abraçou. Eu só segurei na cintura dela para fazê-la parar. Por favor acredita em mim. Abre a porta, amor... por favor.

Ele não disse nada e eu nesse momento já não sabia o que fazer, eu só sentia minhas lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto chorava baixinho, ajoelhado no chão em frente à porta com minha cabeça encostada na mesma. Por que eu não esperei o Nagisa em frente à nossa sala? Por que eu não reagi antes dela me beijar? Eu não tinha respostas para essas perguntas e apenas conseguia me culpar. Eu segurava o meu colar com força nas minhas mãos. A única coisa que eu podia fazer agora era ir embora e deixá-lo se acalmar. E foi isso que eu fiz. Me levantei devagar e comecei a caminhar lentamente para fora do vestiário. Eu me sentia um caco e impotente, mas eu não podia fazer nada a não ser esperar.

Quando eu já estava perto da porta para poder abri-la, senti-me ser abraçado por trás.

-N-não vai. -disse Nagisa apertando um pouco mais os braços em meu redor.
-Me perdoa Nagi. -falei me virando para trás e o abraçando.

Ele não respondeu apenas me abraçou mais forte e ficamos assim por alguns minutos. Ele se afastou de mim e me encarou, dizendo:

-Karma o que aconteceu de verdade.
-Eu tava te esperando para podermos ir almoçar e tava tão distraído, que quando eu percebi, a menina já tinha se declarado e se jogado para cima de mim me beijando. Eu no início fiquei um pouco confuso, mas depois tentei afastá-la. Só que ela me abraçou, então eu segurei na cintura dela para afastá-la e foi aí que eu te vi. Me desculpa... eu juro que tentei afastá-la mas só consegui depois de um tempo. -Falei colocando meu rosto no seu pescoço e sentindo seu cheiro.
-Você não tem que se desculpar. Eu te perdoo. -ele diz me abraçando.

Eu o beijei carinhosamente passando minhas mãos em sua cintura, por baixo de sua camiseta, enquanto ele abraçava meu pescoço me puxando para mais perto de si. Comecei a andar com ele me beijando e encostei-o na parede, pedindo passagem para a língua que foi cedida rapidamente. Continuamos nos beijando até que...

-Porque que ao invés de vocês quase se comerem no vestiário, não arrumam um quarto?
-Kayano... como se atreve a interromper? -falei encarando a garota que estava perto da porta.
-Ora é simples, vocês não apareciam então eu vim atrás de vocês. Mas podem continuar, eu não me importo de ver. -disse ela com um sorriso malicioso nos lábios.
-Kayano! -disse Nagisa com as bochechas coradas.
-O que foi? Eu quero ver! -disse ela fazendo seu sorriso aumentar.
-Kayano vai embora e nos deixa namorar um pouquinho. -falei olhando para ela desinteressado.
-Eu até deixaria mas nós temos que almoçar meus bebezinhos. Então deixem para namorar depois e vamos. -disse ela saindo do vestiário.
-É melhor nós irmos Karma. -disse Nagisa
-Eu sei. -respondi fazendo uma cara emburrada, enquanto Nagisa me empurrava "carinhosamente" para fora do vestiário.

Nós almoçamos e voltamos para as aulas, que para mim, foram um saco mas fazer o que eu tinha que ir. Assim que as aulas terminaram, Nagisa e eu saímos e encontramos a mãe do mesmo no portão.

-Mãe? O que a senhora está fazendo aqui? -perguntou Nagisa quando nos aproximamos de sua mãe.
-Eu estava esperando vocês. -respondeu ela dando um beijo na testa de Nagisa e um na minha.
-Porque? -falou ele olhando a matriarca.
-Eu vim vos buscar para você ir para a casa do Karma. Você vai ter que passar alguns dias na casa dele. Eu e seu pai vamos ter que viajar em negócios para fora do país. -disse ela enquanto entravamos no carro e ela dava partida.
-Sério? E meus pais já sabem, senhora Hiromi? -Perguntei, eu estava sorrindo internamente por isso.
-Sim, eu falei com eles antes de vir vos buscar. E eu sinto muito Karma, meu marido e eu não sabemos se chegamos a tempo para o seu aniversário, que é sábado da semana que vem. -disse ela me olhando pelo retrovisor.
-Não tem problema. -respondi dando um singelo sorriso para ela.

Meu aniversário, 25 de novembro. Eu nem me lembrava mais disso, já que eu odeio comemorar meu aniversário. Essa é a época do ano, tirando o natal e o ano novo, onde pessoas que te odeiam desejam felicidades e sorrisos falsos. Pelo menos esse ano eu faço 18 anos e posso tirar carta de condução.

Nós chegamos na minha casa eencontramos meus pais conversando com o pai de Nagisa. Jantamos todos juntos edepois eles foram embora, deixando Nagisa aqui em casa, já que as suas coisasjá estavam aqui. Nagisa e eu fomos dormir logo depois de tomarmos um banho. Eusó espero que essa semana Nagisa e eu não tenhamos nenhuma surpresa inesperada.    

Amor IncondicionalWhere stories live. Discover now