Amor Incondicional

Capítulo 14

Se eu estava surpreso? Não, surpreso é eufemismo. Eu estava chocado, boquiaberto ou qualquer outra palavra necessária para descrever o meu estado agora. Porque... se Yuki foi sequestrada, isso quer dizer que ela não tem envolvimento com o sequestro do Nagisa. Então... quem pode ter sido?

-Nós temos dois policiais infiltrados investigando um dos homens que faz parte do tráfico de mulheres, nós já estamos a investigá-lo á algum tempo. Pelo que um deles disse quando nos contatou esse homem leva as mulheres para uma mansão para vendê-las. - Disse David.

No momento seguinte o silencio se instalou pela sala, todos estavam em seus próprios mundinhos e eu não estava diferente. A coisa que eu mais pensava era em como eu não havia protegido o Nagisa e em como eu havia quebrado a promessa que eu havia feito a ele quando eu tinha 15 anos. O silêncio foi interrompido pelo celular do agente Steven, que saiu da sala para atender a ligação. Passa do um tempo ele volta correndo e disse:

-Elas foram resgatadas.
-Onde elas estão? - Perguntou David.
-Hospital. - Respondeu Steven.

Ele não precisou dizer mais nada, Chag me ajudou até o carro, uma vez que eu ainda estava fraco por ter ficado tanto tempo sem comer, se sentando ao meu lado juntamente com Kayano, sendo que Sophie foi na frente com meu pai, já que minha mãe e a Hiromi resolveram ir juntas no mesmo carro com Mateus. Assim que chegamos no hospital fomos encaminhados até um quarto onde Nagisa se encontrava. Depois de muito choro, abraços e beijos, Nagisa nos contou o que aconteceu enquanto ele estava em cativeiro, incluindo a parte em que Yuki o protegeu do tiro e, consequentemente, ela precisou fazer uma cirurgia para a remoção de bala que por sorte não havia acertado nenhum órgão.

Os oficiais Steven e David juntamente com outros dois conseguiram prender o chefe dos homens que vendiam as mulheres. Seu nome? Akira Takaoka, um dos homens mais procurados do mundo por tráfico humano.

[...]

Já fazia alguns dias que havíamos reencontrado Nagisa no quarto do hospital e que ele havia saído de lá. Eu tinha voltado a comer normalmente com a receita nutricional que um médico me passou, já que minha mãe havia pedido. Nagisa também aceitou uma vez que ele ficou duas semanas á base de pão e água.

Nós dois estávamos no hospital agora esperando a autorização para entrarmos no quarto de Yuki. Ela tinha me explicado o motivo de sempre nos incomodar e, mesmo um pouco relutante, dei uma chance para ela mudar. Foi nesse momento que chegaram uma pessoa que fez Nagisa correr e pular em seu colo o abraçando. Isso me deixou com muito ciúme, ainda mais por eu não conhecer o cara que fez meu namorado o abraçar. O rapaz tem cabelos castanho-escuros, olhos castanhos-claros, é alguns centímetros menos que eu e aparenta ter a nossa idade. Quando Nagisa o soltou os dois vieram até mim, sendo que o rapaz estava sendo puxado por Nagisa que segurava sua mão.

-Karma esse aqui é Yūma Isogai, ele estudou comigo na época em que nós estudamos em escolas diferentes. - Apresentou Nagisa, quando já estava na minha frente.
-Prazer em finalmente conhecê-lo Karma, Nagisa sempre me falou muito bem de você. - Disse Isogai estendendo sua mão para mim.
-O prazer é meu. - Digo retribuindo o gesto e apertando sua mão.
-Mas então, o que você veio fazer aqui? Tem algum parente aqui? - Perguntou Nagisa.
-Tenho sim, minha prima a Yuki. - Respondeu ele deixando Nagisa surpreso.
-Nossa eu não sabia que ela era sua prima, você nunca tinha me falado dela. - Disse Nagi.
-Desculpa, mas você sabe como eu sou. - Disse Isogai um pouco envergonhado.

Nós ficamos conversando por mais um tempo e quando nossa entrada foi permitida Isogai disse que ficaria do lado de fora nos esperando sair, mas Nagisa insistiu que ele entrasse connosco para ver a prima. A visita a ela foi agradável já que ela puxou conversa com todos e usou seu característico sarcasmo pra nos fazer rir.

Depois que saímos de lá fomos para a minha casa, já que eu havia mudado para lá depois que Nagisa foi encontrado, onde nossos pais estavam, sendo que Nagisa convidou Isogai que prontamente aceitou o convite dizendo que como seus pais haviam viajado ele não tinha muito o que fazer. Isogai ficou admirado com minha casa quando a viu pelo lado de fora e, assim que nós entramos, ele elogiou o bom gosto. Carla, como sempre, veio até á porta nos receber e guardar nossos casacos e nos levou até meus pais que estavam na cozinha conversando e rindo com os pais de Nagisa. Sinceramente... era bom vê-los sorrindo novamente.

-Voltamos. - Digo me aproximando deles e pegando um pouco do vinho da minha mãe.
-Ei! Isso é meu. - Disse ela enquanto eu bebia.
-Eu sei, por isso mesmo eu peguei. - Respondo colocando o copo na frente dela de novo.

Ela por birra me mostrou a língua nos fazendo rir de sua maturidade no momento.

-Pessoal esse aqui é Yūma Isogai, ele é amigo do Nagisa. - Digo abraçando Nagisa por trás.
-Prazer em conhecê-los. - Disse ele se curvando levemente.
-O prazer é nosso querido. - Disse minha mãe.

O restante do dia se passou normalmente o pior mesmo for a partir daquele dia. Durante uma semana Nagisa saía todos os dias com o Isogai simplesmente não largava dele e eu não aguentava mais. Porra! Assim não dá! Isso acaba hoje.

Quando Nagisa chegou do passeio com Isogai eu o segurei pelo braço, agradecendo mentalmente que não tinha nenhum empregado aqui em casa já que hoje é a folga semanal deles, e o levei até meu quarto o jogando na cama.

-Aí. Karma o que foi? - Perguntou ele por eu ter jogado ele na cama com um pouco mais de força do que o necessário.
-Você passou essa semana toda grudado ao Isogai! - Respondi.
-Você ficou com ciúmes? - Perguntou ele, se ajoelhando na cama.
-Claro que eu fiquei! - Respondi, encarando ele.
-Então por quê que você não me pune? Eu fui um Baby muito mal Daddy. - Disse ele com uma voz manhosa e colocando as mãos entre as pernas apoiadas no colchão.

Só então eu entendi: ele fez isso para me provocar. Ele queria que eu ficasse com ciúmes essa foi a intenção de ter saído com Isogai essa semana toda.

-Devo concordar com você... você foi um Baby Boy muito mal. Você merece mesmo ser punido não acha? - Digo me aproximando da cama e segurando seus cabelos fazendo ele olhar para mim.
-Sim Daddy. - Respondeu ele.
-Tira a roupa fica só com sua camisa, o Daddy tem uma surpresa pra você. - Digo me afastando da cama e indo até um armário digamos... "especial" e pegando a surpresa do meu Baby Boy.