Capítulo 6

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Henrique

Uma semana já havia se passado desde o dia em que resolvi quebrar de vez meu vínculo com Carolina. 

Nas minhas aulas, ela não olhava mais para mim, e quando olhava, seu olhar era um pouco triste. Mas eu sei que fiz a coisa certa. 

Entro em casa e me deito no sofá. Relembro do meu passado angustiante, na qual fui traído diversas vezes pela minha ex noiva. 

Eu namorava há dois anos e meio com uma garota chamada Lívia, eu tinha 29 anos e ela 22. Estávamos muito felizes, eu até havia pedido ela em casamento e juntos planejávamos ter filhos. Até que no meu aniversário de 30 anos, o meu amigo de infância invadiu a minha festa e revelou que tinha um caso com a ela há seis meses, e que, Lívia estava grávida dele e ela pretendia dizer que o filho que ela estava esperando era meu. Foi o pior dia da minha vida, descobri que ela falava mal de mim e da minha família pelas minhas costas e só se interessava pelo meu dinheiro. Nunca consegui superar. 

E é por isso que não confio mais em mulheres. Carolina conseguiu entrar na minha vida e causar um alvoroço. Não posso me render á ela e nem ela á mim. 

Carolina

Já fazia um bom tempo que eu ignorava Henrique. Quando ele andava pelo corredor,  o mesmo me encarava, mas eu fingia que não era comigo. Nas suas aulas ele peguntava para mim se eu precisava de alguma ajuda, e eu sempre dizia que Não com a cabeça. 

Nesse meio tempo, Miguel havia me pedido desculpas pela aquela noite. Eu aceitei. Ás vezes ele oferecia carona para mim e para o meu irmão para nos levar até a minha casa. 

Denise e Michele andaram desconfiando de que, quando o assunto era Henrique, eu ficava muito mais fechada comparado á outros assuntos. 

Hoje Denise virá até a minha casa, nós duas vamos fazer um trabalho de Biologia para ser entregue daqui a dois dias. 

Enquanto eu preparava um lanche para nós duas. A campainha toca e era ela, com uma feição feliz como sempre. 

-Oi, Carol.-Ela diz me abraçando.-Eu trouxe doces para a gente. 

Ela diz e me mostra um saco cheio de balas e chocolates. Essa sim me conhece de verdade!

-E eu fiz bolinho de chuva.-Eu sorrio.

-Bom, eu não vim aqui só para fazer o trabalho.-Ela diz colocando os doces na mesa da cozinha.

Ela me olha e eu não digo nada. 

-Eu andei reparando que está acontecendo alguma coisa entre você e o professor Henrique.-Diz Denise olhando nos meus olhos.-A alguns dias atrás vocês não paravam de se encarar na aula, agora se evitam. 

-Se eu disser, promete não contar para ninguém?-Pergunto á ela. 

-Nem para a Michele?-Ela diz.

-Só para a Michele.-Falo e ela concorda com a cabeça.-Bem, desde o primeiro dia de aula senti algo pelo professor, e na festa do Miguel, além dele me defender no momento em que eu estava precisando de ajuda, ele me levou para a minha casa e nós nos beijamos no carro dele.

Ela me olha com um brilho nos olhos e com um sorriso enorme:

-Ele te beijou? Meu Deus.-Ela grita.-E como foi? Foi de língua? Ele beija bem? 

-Calma, mulher.-Eu rio.-Foi bom, foi um beijo calmo e sim, foi de língua e ele beija muito bem. 

-Não acredito.-Ela me abraça toda feliz.

-Mas nem tudo é um mar de rosas.-Dessa vez a minha expressão tinha mudado.-Ele se arrependeu de ter me beijado e agora nós não temos mais nenhum vínculo. 

-Mas que merda.-Ela se revolta.-Deve ser viado para não querer nada com você.

-Se ele fosse viado você acha que ele me beijaria? Claro que não.-Reviro os olhos.-Eu só me apaixonei pela pessoa errada. 

-O quê? Você está apaixonada por ele?-Ela me encarou. 

-Estou, infelizmente.-Olho para baixo. 

Ela me abraça novamente, só que dessa vez nós não estávamos mais entusiasmadas. Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. 

Henrique

Acordo assustado ao ouvir o som da campainha. Eu não estava esperando ninguém, que estranho. 

Abro a porta e era a minha mãe. Ela estava como sempre, com um sorriso no rosto.

-Meu filho, que saudades.-Ela me abraça.-Você não vinha me visitar, então eu mesma vim te ver. 

-Sobre isso, me desculpa.-Falo enquanto ela senta no sofá.-Estou muito ocupado com o trabalho. 

Suspiro e sento do lado dela:

-Você não quer algo para comer?-Pergunto á ela.

-Não, não. Eu estou bem assim.-Ela sorri e me encara melhor, dessa vez sua cara era de preocupada.-Você está bem?

-Estou sim.-Forço um sorriso.

-Mãe reconhece quando um filho não está bem.-Ela me puxa para mais perto de si e eu coloco minha cabeça no seu colo. 

-É que eu...me apaixonei.-Explico.

-Mas isso é bom, meu filho.-Ela sorri.

-Não quando é pela minha aluna.-Revelo e ela me olha com um olhar calmo.

-Ela é sua aluna, não é sua irmã, nem sua prima.-Ela sorri acariciando meu cabelo.-Se você gosta dela, lute por ela. 

Olho para a minha mãe sem acreditar em suas palavras: 

-Você acha que devo investir?-Pergunto-a. 

-É claro que sim.-Ela sorri.-Quantos anos ela tem? 

-Ela está no último ano do ensino médio, então deve ter 17.-Explico.

-Confie em mim, corra atrás dela.-Ela beija minha bochecha.

-Eu beijei ela e depois eu disse á ela que me arrependi.-Olho para baixo.-Mas eu não me arrependi, eu amei o beijo dela. 

-Oh, meu filho.-Ela fala.

-Eu fiz ela chorar, mãe.-Sinto uma gota rolar pelo meu rosto.

-Não desista dela, meu filho.-Ela diz. 

Assinto com a cabeça e ficamos em silêncio novamente. 

Amanhã irei concertar o que causei á Carolina. Ou pelo menos tentar. 

Proibida Para MimWhere stories live. Discover now