O meu "eu"

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O meu eu

Aquela pequena chama, aquela luz que veio conosco desde o princípio, vai se esvaindo, vai se apagando a cada vez que tentamos no meio do caminho nos mudar muito, nos alterar tanto no ponto que não nos reconhecemos como éramos quando crianças. Você já se perguntou se o seu "eu" criança teria orgulho de você?

Ele iria te abraçar ou teria medo de quem tu se tornou ou está se tornando?

Corremos tanto em direção alguma que perdemos a nossa essência no decorrer desta estrada. Tropeçamos em coisas que dizemos nos preencher, tentando se apegar a alguma parte.

O quadro que tu pintas teu mundo no decorrer deste caminho deveria manter aquele mesmo detalhe do início, mas também devemos continuar alterando as cores e a forma de desenhar a nossa própria história. Só não se perca demais, pois, um barco no meio do mar precisa de um rumo e de uma essência para seguir, se não fica à deriva sem destino.

Por isso eu me questiono se o que eu sou, a essência que eu percebo ter, vai no fim se perder?

Eu não a quero perder, continuarei a manter aquela luz que me torna o que sou, aquilo que brilha no meio da escuridão, aquele sol que ilumina quem precisa.

Mesmo nesse conturbado rio que navego, tentando me derrubar nessas águas violentas, que uma hora ou outra irei cair, que tentarão me molhar e tentarão me mudar, mas eu tentarei, persistirei naquela parte que eu admiro em mim, aquilo que poucos veem, aquilo que talvez só eu veja, mas eu manterei, navegarei com ela nesse rio de incertezas que é a vida.

George Paz – 27/10/2017

Imaginário da PazWhere stories live. Discover now