Pressão

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Pressão

Amanhece o dia novamente,
Levanto, olho para o teto para quê?
Volto a deitar e volto a pensar,
Mexo e me remexo na cama,
Indo para lá e para cá,
Tentando achar,
Sem saber ao certo o "que".

Vindo somente milhões de coisas na cabeça,
E com ela já não choro mais,
As lágrimas já secaram
E volto a me encolher,
Tentando o que eu já tenho para preencher.

Sabendo que mesmo sozinho,
Eu posso me moldar para tentar me encaixar,
Mas não adianta,
Essa minha persistência,
Sem nenhum retorno.

Levanto novamente, uma luta persistente,
Pois a vontade de voltar a deitar e não mais levantar é insistente.

Me vejo a caminhar para debaixo do chuveiro,
Me deixando guiar pelo tempo,
Me arriscando no percurso,
Sem saber ao certo o que me espera.

Sou interceptado por tudo que me cerca,
A pressão que deveria ser da água ao escorrer pelo meu corpo,
Se faz presente com a pressão de exercer as expectativas dos outros.

Já atingido e marcado pela pressão,
Continuo indo esbarrando, fraco sigo esse caminho,
Ao chegar no chuveiro percebo que há coisas que podem levar essa carga de sujeira.

Há o belo aonde eu estiver,
Há esperança em alguns pontos se eu olhar,
A pressão pode ser diminuída não sendo somente um, mas sendo um todo.

Sinto-me mais leve quando retiro o que não é meu, o que não foi devido a mim,
tiro tudo que os outros tentam me opor, e assim, me torno quem eu sou.

George Paz – 24/11/2017

Imaginário da PazWhere stories live. Discover now