Das catacumbas de um castelo romeno, um incomum caixão é enviado para a Grã-Bretanha, resultando no livramento do conde Drácula, contudo, este famigerado vampiro decide viver no mundo moderno de maneira um tanto inusitada, ou viveria, caso os mistér...
"Dizem que o lar não se faz com pedras, mas com pessoas."
Amente do vampiro viajou pra um lugar familiar, uma cerca perfeita, onde em cada base lentamente escorria uma secreção fétida, e ele sorriu.
"Uma casa feita com pessoas..."
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Século XXI
O homem de olhos escarlates perambulava nas ruas entediado. Andava sem destino há algum tempo e começava a se aborrecer por não encontrar uma estalagem sequér naquela cidade barulhenta. Sabia que ficaria zangado cedo ou tarde, claro que se controlaria, não faria como na noite de seu despertar, onde sua sede sentenária o obrigou a criar o caos no museu, seria mais discreto, poderia se alimentar com o sangue de um desqualificado, um excluído da sociedade, como aquele mendigo, mesmo que fosse sangue imundo; ou quem sabe, poderia beber o sangue de um animal, um lobo ou um cervo, mas não havia criaturas no lugar além de cães e gatos nos braços de seus humanos, donos que provavelmente, sentiriam a falta.
O vampiro estava cansado em termos mentais, sua falta de parada o tentava a arrastar o primeiro humano medíocre que visse para um beco escuro, mesmo que não fosse tempo de se alimentar.
"A falta de estadia é estagnante" pensou, era verdade. Precisava de um lugar para ficar, um esconderijo onde se camuflar.
Se lembrou de David.
Torceu os lábios com desgosto. Não queria se encontrar com aquela criatura boçal, seria uma vergonha pedir hospedagem na sua atual posição de príncipe das trevas. Se ao menos pudesse matar pra se apoderar da propriedade, talvez até escrever cartas para os familiares do falecido, dizendo que estava tudo bem ou que viajou pro exterior...
Mas havia aquela regra irritante dos mortos-vivos sobre casas e convites para entrar.
"Ainda assim, o desgraçado me deve".
Fez caminho reverso, trilhou as mesmas ruas por onde passou, chegou até a estreita próxima ao parque onde encontrou o Harker, o cheiro do maldito ainda estava no local.
Seguiu o rastro do cheiro, acabou por chegar em uma grandíssima mansão branca, onde se avistavam grandes letras pregadas acima do portão de entrada. Lia-se: Hospital psiquiátrico Quincey Morris.
Esse nome era familiar, pensou o vampiro, e ponderando suas alternativas, acabou por escolher traçar um plano B.
