Capítulo 1

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Jennie

   Sabe quando você chega naquela idade dos 24 anos? Saiu da faculdade há pouco tempo e está animada para começar a vida profissional e começa a imaginar começando em uma empresa e crescendo aos poucos? Eu estava nessa idade, e tudo tinha dado certo como eu queria desde o início, eu estava há dois anos trabalhando em uma empresa de comunicação social e eu estava feliz com a posição que eu estava, porém pretendia crescer cada vez mais nos próximos meses.

Mas como sempre, nada é bom o bastante, e do nada eu me vi no fundo do poço. O dono da empresa resolveu vendê-la e para a surpresa de todos o novo dono despediu todos os funcionários, e eu estava nesse meio. Agora todo o meu planejamento de me mudar para o centro da Califórnia em seis meses foi por água abaixo, eu continuaria morando no fim do mundo e desempregada ainda por cima. E agora eu estava na segunda fase dos 24 anos, desempregada, você olha para um lado e vê que alguns amigos da escola ainda estão na faculdade, outros estão ricos, outros arranjaram filho e você não se encaixa em nenhuma dessas categorias.

   Meus dias passavam agora comigo sentada em meu quarto mandando meu currículo para vários lugares, eu estava tão desesperada que até para empregos que não tinha nada haver com a minha área eu estava mandando. Eu ainda não havia contado para meus pais que havia sido demitida e nem sei se eu iria, eles esperaram tanto para que eu saísse de suas asas e começasse a ter minha própria vida, e só de pensar em lhes dizer que eu voltara a estaca zero já fazia minha mente doer.

Resolvo sair um pouco do quarto e dar uma volta pelas trilhas que havia perto de minha casa, visto um top e uma legging, calço meus tênis de corrida, pego meu celular e saio de casa sem ao menos trancar a porta principal. Mesmo eu morando em uma parte isolada da California, o local era bastante seguro e eu sabia que havia câmeras em todos os lugares da rua e até nas trilhas. Por sorte ou azar, minha casinha era perto de Homeland, onde grande parte dos Novas Espécies viviam. Sorte exatamente por ser um local bastante policiado, mesmo que os Novas Espécies não soubessem que eu morava por perto, eu agradecia internamente por todo o sistema de segurança que havia por volta, isso fazia com que a maior parte dos bardeneiros que odiavam os NE ficassem no portão principal de Homeland que ficava a quase 4 quilômetros de distância da onde eu morava, então ninguém tentava invadir Homeland pelo meu lado do território, o que significava silêncio e segurança absoluta para mim.

   Mesmo eu morando tão perto assim, eu nunca tinha visto um Nova Espécie, eu só havia passado pela rua do portão principal deles uma vez e lembro do inferno que era aquele monte de gente berrando e aquelas mulheres balançando os seios. Chegava a ser cômico se não fosse tão triste. Quando entro em uma das trilhas na floresta passo a correr e tento esquecer todos os problemas que eu tinha que resolver. Eu não iria para muito longe, na maioria das vezes eu só me aproximava de uma das guaritas que Homeland tinha escondida na floresta e dali dava meia volta e voltava para casa, mesmo lá eu nunca tinha visto movimentação de um NE, as vezes eu pensava se eles realmente moravam lá, era como se aquele local fosse abandonado.

-Deus, eu preciso de um emprego seriamente. -sussurro respirando fortemente por conta da corrida. -Nem que seja de cozinheira, nem que seja de atendente de algo, eu só preciso terminar de juntar meu dinheiro para poder me mudar logo. 

Consigo visualizar a guarita de longe e vou diminuindo a velocidade até parar completamente quando vejo uma movimentação diferente no local. Então ela não era abandonada. Três carros pretos entravam pela guarita, me encostei perto do muro para que eu pudesse ver melhor, mas sem que eles me vissem. Três homens gigantes se aproximaram dos carros, eles estavam vestido uma roupa preta dos pés a cabeça, botas pretas e uma máscara tampava seus rostos, deixando somente os olhos à mostra. Será que são eles Novas Espécies? 

  Assim que eles verificam quem está dentro do carro os deixam passar e resolvo então ir embora. Até que valeu a pena sair de casa um pouco. Porém, como eu disse mais cedo, eu estava em uma idade da minha vida que era tudo ou nada, e parecia que neste momento minha vida estava do lado do nada. Quando eu estava pronta para me virar e partir, uma mão gigante cobre meu rosto e uma outra segura meus braços com força. Sinto meu coração acelerar pelo susto e segundos depois escuto um rosnado gutural em meu ouvido.

-Quem é você e o que está fazendo aqui? -a voz pergunta e fecho os olhos já aceitado que meu fim seria no fundo do poço.



Gipsy

   Eu estava exausto, na noite anterios Jericho e Leo fizeram questão de me chamarem para uma festa que aconteceria no bar de Homeland, eu sabia muito bem que no dia seguinte eu trabalharia o dia inteiro, mas mesmo assim fui idiota por aceitar. Provavelmente eu estava há 24h sem dormir, já que eu havia encontrado uma das nossas fêmeas no bar e posso dizer que ela fez questão de me manter acordado a noite e a madrugada inteira, e quando deu 6 horas da manhã eu tive que deixá-la para ir trabalhar, nem tomar banho direito eu havia tomado. Faltava somente dez minutos para meu turno acabar, o dia tinha sido um tédio como sempre é nessa parte de Homeland, essa guarita só funciona quando a entrada principal está muito cheia de gente ou que apresenta um perigo maior do que somente manifestantes. E parece que hoje foi o caso.

   Fury e Darkness tiveram que sair para resolver alguns problemas de segurança e acabaram tendo que entrar por esse lado. Eu ficava na torre, podendo assim ter uma visão mais ampla do que os que ficavam em terra. Me encostei na janela olhando a movimentação dos carros e soltei um bocejo. Eu estava prestes a dormir em pé até escutar o som de passos. Abro os olhos e fico em alerta olhando em volta e tentando ver se achava algo na floresta, porém nada de estranho parecia estar acontecendo. Coloco a cabeça para fora da janela e olho para baixo, e para minha surpresa, havia uma humana apoiada no muro e olhava atentamente para os outros Espécies que revistava os carros. Pego um walkie-talkie que sempre carregávamos e já aviso para a Central de Segurança.

-Movimento suspeito na guarita leste. Uma fêmea humana, vou descer e prendê-la para interrogarmos. -aviso e solto o objeto em cima da mesa. Pela própria janela eu pulo caindo silenciosamente atrás dela. Ela se movimenta para se virar, mas antes eu tampo sua boca com uma de minhas mãos e a outra aperto seus braços.

-Quem é você e o que está fazendo aqui?






E então o que acharam? Resolvi finalmente voltar com uma história sobre os Novas Espécies e espero que gostem! Não esqueçam de votar e comentar!


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