Analu
Chego em casa passando pelo jardim chutando algumas pedrinhas,assim que chego na porta respiro fundo ja sabendo do sermão que minha mae iria fazer,essa ja era a quarta suspensão que eu trago para ela assinar.
Abro a porta e vejo ela sentada no sofa vendo uma revista de moda,bom depois que meu se foi deixou uma herança um tanto quando gorda digasse de passagem.
--analu? O que faz aqui a essa hora?
--adivinha?
Ela suspirou e passou a mao por sua testa.
--foi suspensa novamente.
--acerto,vai ganhar um doce.
--analu ja e a quarta suspensão em menos de duas semanas.
--nao posso fazer nada se eles nao vao com a minha cara.
Vou ate a cozinha e pego um copo de suco de uva.
--analu voce vai ser expulsa se continuar assim.
--to nem ai.
--nos precisamos conversar.
--nao to com cabeca pra isso agora,amanhã ok.
Subo ate meu quarto ou melhor meu cafofo o unico lugar que me trás paz e nao pense voce que meu quarto e todo branco ou rosa eu odeio essas cores ou qualquer tipo de cor de menininha,meu quarto e totalmente preto todas as paredes sao pretas com alguns cartazes de bandas de rock que eu gostava,cortinas escuras e um guarda roupas marrom única coisa que nao e da minha cor favorita minha mae quase teve um ataque cardíaco quando me viu chegar em casa com um monte de latas de tintas preta.
Tomo um banho coloco meu pijama que se resume em uma calcinha e uma blusa de moletom,pego minha guitarra e começo a arranhar algumas notas sempre faco isso quando estou com raiva ou triste mas hoje estou totamente estranha nem mesmo a minha guitarra me faz sentir a paz que eu precisava,me deito na cama e fico olhando pro teto mas minha paz logo se acaba quando minha mae vem ate a porta.
--filha vem jantar,nos precisamos conversar.
--cai fora mae nao to com fome.
--mas analu.
--nao quero mae,boa noite ate amanha.
Ouço passos e logo presumo que ela tenha ido,nao sei porque mas sinto como se alguma coisa fosse mudar,mas nao sei o que.
...
Ja faz alguns minutos que estou acordada apenas olhando para o teto pensando o que eu vou fazer nesse meu "final de semana prolongado",nao tenho muitos amigos apenas os meninos da quadra que fica na rua de baixo,bom nem amigos nos somos apenas andamos de skate,ta ai vou andar de skate hoje.
Tomo um banho e antes mesmo de colocar minha roupa eu ja faco minha maquiagem coisa que nao e muito difícil ja que eu apenas faco borrões,vou ate meu quarto coloco uma camiseta preta,calça larga,um boné e meu all star pego o skate e desço as escadas correndo.
--cuidado analu,assim voce pode se machucar.
Caminho ate a porta em passos largos.
--onde voce vai?
--andar de skate,meio óbvio ne mae.
Balanço o skate e ela revira os olhos.
--ganha tomar cafe,nos precisamos conversar.
--nao to com fome,e tambem nao to afim de conversar com voce.
Abro a porta pra sair mas paro assim que ela grita e sinceramente eu odeio isso.
--ANA LUIZA VOLTA AQUI NOS PRECISAMOS CONVERSAR.
--NÃO.
Bato a porta com força e sigo meu caminho ate a pista de skate.
--e ai moleque.
Rocco chega ja retirando meu bone e colocando nele, "moleque"era meu apelido entre meus amigos, e somente eles podiam me chamar assim caso contrario era Analu.
--fala ai menininha.
Pego meu bone novamente e ele solta um gargalhada,Rocco era meu amigo,ou melhor meu unico amigo ele é emo tem o cabelo preto liso escorrido com uma franja enorme que cobria quase todo seu rosto e seus olhos verdes ele tambem usa roupas pretas e um leve lápis nos olhos.
--que foi em? Ta com uma cara de bunda.
--minha mae como sempre,cara ela e minha mae mas ela me irrita,as vezes me da vontade de colocar ela em um foguete e mandar pro espaco.
Ele sorri e joga sua franja pro lado.
--nao sei porque mas eu acho que voce aprontou alguma,e tambem acho que a uma hora dessas era pra você ta na escola.
--fui suspensa.
--caraca velho denovo,isso so mostra que voce e das minhas.
Nos fazemos um toque meio escroto mostrando que ambos tinha se dado mal.
--voce foi suspenso tambem?
--nao, fui expulso mesmo.
--por que?
--so porque eu coloquei chicletes no cabelo de uma chata, o pior foi que ela teve que cortar metade do cabelo, garota mo escrota cara, e voce?
--chinguei meu professor de velho chato.
Ele sorriu e voltou a olhar os meninos fazer manobras em seus skates.
--seu cabelo esta desbotado.
--eu sei quero pintar ele denovo.
Meu cabelo era loiro com mechas pretas mas eu ja tava enjoada daquela cor.
--vamos comigo la no olho de vidro?
--vai pintar é?
--vou e dessa fez vai ser pra matar.
Me levanto do banco e puxo Rocco comigo "olho de vidro"era o cabelereiro que cuidava do meu cabelo, ou como minhas mae diz estragava ele.
Chegamos ao cafofo do olho de vidro e ele ja me olhou com ar de rir, ele era todo tatuado com piercing na sobrancelha, nariz, lábios, alargadores nas orelhas e o cabelos puxado pra cima.
--fala ai analu o que vai querer hoje?
--quero mudar o visu, quero algo diferente.
Ele passa a mao no queixo e me olha dando um sorriso sinal que ele ja sabia o que iria fazer.
--entao vamos ao trabalho.
Me sentei na cadeira que estava mais velha que minha mae, e ele começa a mecher em meus cabelos.
Apos mais ou menos uma hora ele terminou quase cai da cadeira, meu cabelos estava com mechas rosas e verde, ta eu nao gosto de rosa mas cara ficou muito top me admiro no espelho e vejo que seu trabalho esta espetacular, so nao quero ver a cara da minha mae.
--ta ai ficou massa.
Rocco chega por tras de mim e olha em direção ao espelho.
--nunca na vida eu achei que iria falar isso, mas rosa e a sua cara.
Me viro e dou um tapa em seu braço.
--ta me chamando de menininha?
--eu nao longe de mim isso.
Ele sorri e se vira.
--quantos que ficou olho de vidro?
--essa fica por conta da casa.
--poxa valeu cara.
Pego meu casaco e saio do salão junto de Rocco.
--ai ja vai pra casa?
--eu nao, minha mae quer falar comigo e se eu bem conheço a senhora Cristal ela vai querer me da uma bronca por ter sido suspensa.
--hum, ta com fome?
--morrendo, vamos comer cachorro quente? Eu pago.
--fecho.
Tive um dia bem no estilo que gosto, ninguem gritando no meu ouvido, ou me mandando pra diretoria sem a minha mae pedindo pra falar comigo e me mandando mudar o estilo.
