"A gente aprende com a dor, oque a felicidade não pode ensinar."💢
Faltavam exatamente 1 dia para o trabalho. Você deve estar se perguntando se eu estou contando os dias, mas não é porquê eu quero e sim porque o meu nervosismo está martelando na minha cabeça oque para mim já é obvio. Eu confesso que tenho um pouco de medo disso, não delas, mas sim do que elas fazem comigo.
O trabalho seria amanhã a tarde, e para poder chegar á casa de alguém eu necessito estar nutrida. Então eu levanto minha bunda da cama com a maior preguiça do universo e me arrasto pelas escadas até a cozinha, a única coisa que eu sou capaz de fazer agora é macarrão instantâneo.
Pego uma panela, encho de água e fico esperando ferver. Logo depois abro o pacote de macarrão e jogo o macarrão lá dentro, o pacote no lixo e vou para a sala afim de esperar deitada o macarrão ficar pronto.
- Oque tá fazendo aí?
Minha mãe pergunta descendo as escadas tendo a maravilhosa visão de um eu mais preguiçosa que nunca.
- Deitada? - murmuro.
Ela para no último degrau me encarando, e logo depois parecendo estranhamente cheirar o ar.
- Que cheiro de queimado é esse?
Oh Deus.
Levanto desajeitadamente do sofá tropeçando em mim mesma correndo até a cozinha para tentar salvar meu almoço. Desligo o fogão apressadamente, mas nada disso adianta.
- Pobre macarrão... - me lamento observando o macarrão queimado.
- Quem consegue queimar miojo Hailee, quem?! - minha mãe diz inconformada com a minha habilidade de queimar qualquer comida que eu tente fazer.
- Acho que eu. - digo voltando para o sofá.
Consigo ouvir ela jogando meu macarrão fora, e começando a fazer outra comida, com certeza mil vezes melhor que a minha.
- Olha, quero que me ouça e preste bem atenção. - ela me diz da cozinha.
Pronto, mais uma notícia. Estou ficando boa em recebe-las, só espero que seje coisa boa.
- Sou toooda á ouvidos! - respondo exagerando na palavra "toda".
- Ontem entrou uma nova funcionária na empresa em que eu trabalho, ela é muito simpática. Nós conversamos um pouco e descobri que ela mora na rua de trás! - ela parece animada demais. - Então... - ela diz fazendo uma pausa - Resolvi convidá-la para jantar aqui, amanhã.
Ah não. Minha mãe e essas manias de querer agradar os outros que ela não conhece.
- Ah, ela tem um filho, parece ser da sua idade. Ele vem. - ela diz mais animada ainda, como se fosse possível.
Eu não acredito. Ninguém aqui entende que a minha vida social não é das melhores?
- Desculpe mãe, mas não vou poder participar do seu jantar feliz de amanhã. - a corto.
Ela me encara com uma feição de incrédula.
- Mas porque não?
Suspiro.
- Eu acho que não te contei, mas tenho um trabalho na casa de alguém para fazer amanhã. Acho que vou demorar... um pouco. - tento desfazer sua idéia de fazer-me participar do jantar.
- Deixe de ser boba, claro que vai dar tempo. - ela sorri. - e por favor, seja social com as pessoas, nada de ficar trancada no seu quarto assistindo séries ou ouvindo aquele tal de "Xau Mendis" no último volume!
Apenas começo a gargalhar com a sua tentativa de pronúnciar Shawn mendes.
- Mãe, a minha vida social está totalmente ferrada. Mas vou tentar por você. - pisco pra mesma que me olha com cara feia, provavelmente por eu ter falado "ferrada".
A deixo na cozinha preparando nosso almoço e vou até o meu quarto. Encontro meu celular em cima da minha cama com a tela ligada, mostrando-me milhares de ligações perdidas da Cameron.
Tento retornar mas ela não me atende. Será que ela tá bem? Se for algo importante logo ela estará aqui para me contar.
- Hailee, vem almoçar!
Agradeço aos céus e desço correndo para finalmente comer algo que por fim não esteja queimado.
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