✧ 8 | caniff

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Adentrei pelos portões da escola, fazendo um toque de mão com o Cameron. De longe, vi Peyton me esperando em um dos corredores.

Seu olhar ingênuo e esperançoso deixava claro que ela esperava mesmo que eu fosse lhe dar um beijo.

Seria grosseria da minha parte se eu dissesse que eu não usava ela. Era bem óbvio que ela era afim de mim, mas eu preferia tirar lasquinhas disso.

— Hey.. — Ela sorriu, tímida e incerta.

— Hey, Peyton! Estou atrasado.. falo com você depois, tudo bem? — Sorri, galanteador. Seu sorriso alegre foi se fechando até formar uma face desapontada.

Parte de mim sentia-se mal por estar tirando vantagem dos sentimentos dela, mas a outra parte não ligava.

O time adversário já estava em quadra. Logo após todo o começo, o técnico apitou, dando início ao jogo de basquete.

Em um momento de aleatoriedade, as palavras de Vegas de mais cedo passaram pela minha cabeça. Era certo que elas não haviam me atingido em nada, porque quem sabe o meu cérebro não era mesmo do tamanho de uma ervilha?

Ri, lembrando do jeito que ela ficou com vergonha quando eu me fiz de ofendido. Eu também sei brincar desse jogo, Vegas.

Corri pela quadra aberta, passando meus olhos pela arquibancada cheia. Kelsey e Mia gritavam com as líderes de torcida e às vezes Cameron fazia um coração para as duas.

Meus olhos pararam em um ponto específico. Gelei, não acreditando.

Vegas me observava visivelmente brava. Mantive meus olhos nos dela, até tropeçar.

— Atenção, Caniff! — O treinador me ajudou a levantar. Minhas pernas estavam fodidas pelo tombo. — Você enlouqueceu? Atenção no jogo, Taylor. Não na arquibancada.

Não ouvi mais nada que ele falava pra mim e movi meu olhar ao mesmo lugar, mas ela não estava mais lá.

Ele me deu um cartão de uma cor que não fiz questão de saber. Sentei no banco reserva, estático.

— Você é um grande, grande, grande filho da puta. — Ela se sentou ao meu lado. Levei um susto.

— Bom te ver também, Vegas.

— Você me enganou! Droga, como eu pude acreditar em você? — Ela bufou.

— Como você descobriu? — Perguntei, risonho.

— Sua namoradinha não é muito boa em guardar segredos. — Ela deu de ombros.

— Ela te contou? — Cacei Peyton com o olhar, e pra minha surpresa ela também estava me encarando.

— Não. Digamos que, talvez, só talvez, eu tenha ido entregar uma cartinha de desculpas para ela entregar a você e ela tenha acabado soltando..

— Você fez uma cartinha? — Desabei a rir.

— Não tem graça! — Ela revirou os olhos, irritada com os assuntos. — Pessoas envergonhadas pedem desculpas pessoalmente ou por mensagem. Eu escrevo cartinhas. E por favor, não leia. Eu retiro todas as minhas desculpas.

— Como quiser. — Ri. Era obvio que eu estava mentindo.

— Eu sabia que você não era tão bom assim.. Vegas, você é tão burra! — Ela gritou consigo mesma.

— Eu prometo que vou te recompensar por isso. — Prometi.

— Como? Me fazendo sexo oral? Não, obrigada. — Ela se levantou, saindo do banco.

— Vejo você amanhã? — Gritei.

— Pode apostar que sim.

THEATER ➶ t. caniffWhere stories live. Discover now