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Ensaio 18.

— Beijo técnico.. — Vegas gritou alto o suficiente para eu e as outras pessoas ali ouvirem. — Alguém sabe o que é beijo técnico?

Levantei o braço, fazendo Vegas fazer um sinal para que eu continuasse. — Um beijo com muitas técnicas, como quando você enrola a língua na boca da..

— Não! Que horrível! — Ela repreendeu. Todos riram, especialmente Brooks, que mantinha seus olhos em mim. — Beijo técnico é um beijo falso que os artistas geralmente dão, não usa a língua, mas dá a impressão que sim. Alguém quer demonstrar?

Levei minhas mãos à cabeça e cruzei os pés, esperando alguém querer subir ao palco e beijar Vegas.

— Tudo bem. Blake, suba aqui.

Fiquei vagamente desconfortável com o fato de Vegas ter chamado Blake e não eu, afinal, eu era o par dela, certo? Por que ela havia chamado Blake quando eu estava bem ali?

O sentimento cresceu ainda mais no meu peito quando Vegas colou os lábios com os dele, e começou um beijo, que nem em um milhão de universos estava sem língua.

Ela parava de beija-lo em alguns momentos para dar instruções de como usar os lábios, e provavelmente todos naquela sala estavam levando a sério.

Menos eu, é claro, e a cara de Blake só demonstrava que aquela era só uma desculpa para beija-lá na minha frente.

— Acho que todo mundo já entendeu. Podem parar com esse pornô falso. — Comentei, fazendo Vegas levantar as sobrancelhas pra mim. E ela sorriu quando percebi que eu estava irritado.

— Está incomodado com alguma coisa, Taylor?

— Sim, estou. Com o fato de você e essa daí estarem se aproveitando da situação pra trocar saliva. — O salão ficou em silêncio.

— E o que você tem a ver com isso? Eu estou demonstrando. — Ela cruzou os braços, praticamente ignorando todo mundo.

— Não disse isso quando estava com a boca no meu pau.

Vi o queixo de Blake e Vegas cair com a mentira e comprimi a vontade de rir.

— Obrigada, pessoal. Por hoje já deu. — Vegas sorriu. — Taylor, uma palavrinha?

Vegas sorriu cínica e me guiou até seu camarim, não sem antes falar com Blake.

Trancou a porta, e respirou fundo. — Qual é o seu problema?

— Não sei. Diga-me você. — Me estiquei na cadeira, e Vee se preparou para um discurso.

— Eu simplesmente não te entendo. Você primeiro não quer me beijar, depois quer me beijar, depois não quer beijar e agora fica irritado porque Blake quer me beijar?

— Nunca disse que eu queria te beijar. — Menti, mordendo os próprios lábios.

— E eu nunca te paguei um boquete. É sério que você quer ir por esse caminho? — Ela encarou profundamente os meus olhos, como quem quisesse passar uma postura medonha.

— Sabia que você fica linda quando está brava? — Passei meu olhar do seus olhos para a sua boca.

— Você é pirado. Completamente pirado.

Sorri, pegando na sua mão e aproximando nossos rostos. Já podia sentir sua respiração abafada contra os meus lábios, enquanto ela permanecia em pé com os braços apoiados na cadeira.

— Não. De novo não. Decida-se, porque eu não vou estar aqui a vida toda esperando por você.

Vegas bateu a porta com tudo, me deixando com nada menos do que uma vontade imensa de beija-la.

Bati a porta também, e bom, eu jurava que alguém estava nos observando ali.

THEATER ➶ t. caniffOnde histórias criam vida. Descubra agora