✧ 23 | vee

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Ouvi uma batida na porta.

— Vegas, abre a porta. — Ouvi a voz de Taylor.

— Estou ocupada. — Gritei, dando uma desculpa qualquer.

Bufei, batendo a caneta contra o roteiro nas minhas mãos.

Ouvi outro toque.

— Eu já disse que não posso falar! Não enche. — Repeti o ato.

Estava ficando cada vez mais difícil de me concentrar no que eu estava fazendo. Eu não queria pensar nisso, mas sempre que eu batia meus olhos em qualquer coisa que me remetia a Taylor, todas as lembranças da noite de sábado tomavam conta de todo e qualquer pensamento.

E mais outra batida.

— Porra, você tem algum problema mental? — Levantei da cadeira em que eu estava sentada, me dirigindo a porta. — Não é possível, seu rato-escroto surdo de quinta. Eu não posso ficar nem mais um seg.. Olá, querido diretor.

Sorri amarelo para o homem de idade que estava posto a minha frente.

O mesmo fez um sinal irritado para segui-lo, e então eu tive a certeza que estava enroscada.

Detenção pela metade da tarde. Céus, existia algo pior?

Me dirigi a sala vazia, esperando o professor chegar.

— Vegas Lights, detenção por chamar o diretor de rato-escroto surdo de quinta. — Ouvi a voz que tanto rondava minha cabeça. — Nunca duvidei da sua criatividade.

Taylor escorou os braços na porta, sorridente.

— Escuta, você está me perseguindo? Pois saiba que esse não é o melhor jeito de me fazer te ouvir. — Murmurei.

— O que? Não! — Ela se pôs a andar até mim, mostrando o seu papel de detenção também por, provavelmente, alguma merda idiota que ele havia feito mais cedo. — Minha vida não se resume a você, sabia?

— Não foi isso que eu percebi.

Ele se sentou a trás de mim e pôs sua boca no meu ouvido.

— Você não tem mais pra onde correr, Veguinhas.

Os calafrios no meu corpo foram o bastante para me fazer perceber o quanto eu queria toca-lo e, ao mesmo tempo, sair correndo.

THEATER ➶ t. caniffWhere stories live. Discover now