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twenty eight ❀

Taehyung e Jungkook pretendiam ir ao aquário, mas o mais velho acabou errando o caminho e eles terminaram meio que perdidos numa estrada deserta — e para piorar, não havia sinal para o celular.

Mas o lado bom era que estava de manhã, havia comida no banco de trás para se ficassem com fome e um grande mapa nas mãos de Jungkook.

O único problema era que ele não fazia ideia de como ler aquilo do jeito certo, então Taehyung encostara o carro e agora olhava as estradas desenhadas — com um pouco de confusão também.

Depois de um tempo, o estômago de Jungkook roncou e ele tentou fingir que não tinha sido o seu, mas Taehyung ergueu os olhos e perguntou:

— Está com fome?

— Não — mentiu Jungkook.

— Está sim — Taehyung sorriu. — Vamos comer, Kook, podemos achar o caminho do aquário depois.

— Essa estrada parece muito perigosa para ficarmos parados por muito tempo.

— Bom, se roubarem o carro, vamos precisar estar de estômago cheio para andar até achar civilização.

Jungkook riu e balançou a cabeça:

— Acho que tem razão.

— Acho que eu sempre tenho — brincou e Jungkook revirou os olhos com um sorriso, esticando-se para pegar a bolsa térmica com alguns lanches enquanto Taehyung procurava outra estação no rádio.

Jungkook pegou um lanche embrulhado em papel alumínio para cada um e abriu as garrafas de vidro de coca-cola. Enquanto comiam, Taehyung olhava o céu azul e, de repente, se virou e disse:

— Sabia que as pinceladas do céu no quadro Noite Estrelada, do Van Gogh, são a representação perfeita de como os fluxos turbulentos se comportam na mecânica dos fluidos?

Jungkook continuou a mastigar e ergueu seu olhar diagonalmente a Taehyung. Observou-o com cuidado, cada detalhe de seu perfil e de seu sorriso de canto de lábios.

— Você diz cada coisa, Taehyung — suspirou, enfim. — É como se fosse uma enciclopédia ambulante... e às vezes não me sinto à sua altura.

— Desculpe — Taehyung olhou para seu colo, abaixando o lanche. — Eu digo essas coisas porque estou nervoso e não sei o que te dizer.

Jungkook sorriu.

— Como você é bobinho, já somos namorados, por que você fica nervoso?

— Porque você é Jeon Jungkook. Devia ter outra razão?

— Bom, e você é Kim Taehyung... — Jungkook sorriu, embrulhando seu lanche no alumínio de novo e colocando-o sobre o para-brisa. — ...O homem mais bonito das galáxias, então como eu deveria estar? Exatamente do jeito que sempre estou: derretido no chão.

Taehyung sorriu e revirou os olhos.

— Bobo.

— Você que é.

— Na verdade, você é um bolinho — riu.

— Promete que não vai mais ficar com vergonha? — Jungkook perguntou, se aproximando e beijando a bochecha de Taehyung.

— Só se você prometer que não irá mais achar que não está "à minha altura" — Taehyung sorriu de lado e Jungkook riu. — Você é incrível.

Jungkook piscou, surpreso, e sentiu seu coração acelerar como se fosse um adolescente vendo o crush.

— Fechado — respondeu e Taehyung o beijou.

Uma nova música começou a tocar no rádio e Jungkook teve um sobressalto, se distanciando na mesma hora.

— Ah! BLACK DOG!! Eu adoro essa música!! — disse, aumentando um pouco e cantando junto, a plenos pulmões e deixando Taehyung com uma enorme interrogação em sua expressão. — Hey hey mama, say the way you move!!!

— A cada dia que passa você fica mais perfeito — Taehyung brincou ao ouvir Jungkook imitar Robert Plant.

Não era mentira: ele realmente ficava mais perfeito com o passar do tempo.

Jungkook sorriu e Taehyung jurou que o namorado fosse ficar só naquela brincadeira de cantar — mas Jungkook se ergueu e passou para seu banco, sentando-se em seu colo e pegando-o de surpresa.

De repente, Taehyung estava completamente sem jeito.

— Hã... — ele deixou escapar, todavia, ficou quieto quando Jungkook sorriu e se inclinou, abaixando a alavanca que deitava o banco.

Em um soco, o banco deitou e Jungkook caiu sobre seu corpo, arrancando-lhe um gemido baixinho. O mais velho colocou as mãos em suas costas, segurando-o para não deixá-lo se afastar.

Subitamente, Taehyung tinha necessidade de sentir Jungkook bem perto de seu corpo. O mais perto possível.

Jungkook beijou seu pescoço e quando traçou uma linha de beijos por suas clavículas e subiu finalmente para a boca, Taehyung já estava sem ar.

— Kook, estamos parados no acostamento — tentou dizer, mas era difícil fazer qualquer coisa com o namorado em cima dele.

— Esta estrada é deserta, Tae — Jungkook sorriu e se afastou. — Mas tudo bem, a gente pode ir embora — falou, já passando sua perna para o outro banco.

Taehyung rapidamente agarrou sua perna e o trouxe de volta para a mesma posição, segurando sua coxa com força. Jungkook sorriu e deixou-se ser inclinado pelas mãos alheias, até que suas bocas se encostassem.

— Nem pensar, começou, termina — brincou Taehyung, beijando-o.

Jungkook se sentia ainda mais animado do que quando acordara de manhã, extremamente ansioso com o passeio no aquário.

— É tão engraçado que você seja o ativo, mas seja tão tímido quanto eu — Jungkook disse baixinho, deixando escapar uma risada leve, enquanto passava o nariz pela bochecha de Taehyung.

— Parece humilhante quando você diz em voz alta — o outro fez uma careta.

— Não — Jungkook balançou a cabeça e segurou seu rosto entre as mãos. — Desculpe, não quis dizer isso. Eu gosto. Eu gosto do seu jeito, exatamente como você é. De qualquer jeito.

— Eu gosto de você do jeito que é também — Taehyung sorriu e passou a mão pelo cabelo de Jungkook. — Não mude.

Ele sorriu de volta, se lembrando de como Woojae gostava de dizer o tempo inteiro que algo estava errado em sua personalidade, aparência ou trejeitos.

Saber que Taehyung gostava dele exatamente como ele era, sem depreciá-lo ou dizer o tempo inteiro "você precisa mudar esse seu jeito", era bom. Não, era muito mais do que apenas "bom". Era tranquilizante, era carinhoso e amoroso, era apaixonante.

Fazia Jungkook se sentir bem consigo mesmo.

E ele adorava isso; adorava como Taehyung fazia-o se sentir bem consigo mesmo. Mais confiante e feliz. Com a autoestima boa. Suficiente. Capaz de fazer alguém gostar dele.

Jungkook não queria que aquilo passasse nunca.