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A dormência instalada no corpo da garota que estava sentada ao chão de uma cela, finalmente ia chegando ao fim, enquanto a mesma ia recuperando a consciência.

O chão gélido feito de pedra batida e as paredes cinzas e ásperas daquele lugar, tornavam-o ainda mais horripilante a os olhos da garota.

Suas íris varreram o local, com a visão levemente embaçada. Tentava encontrar um vestígio de familiaridade naquele lugar, mas a tentativa tinha sido completamente falha.

A garota tentou levantar-se para pôr as mãos na grade da cela e tentar gritar. Buscar a sorte e vê se ao menos alguém lhe informava aonde estava, mas quando a mesma começou a levantar-se, algo puxou seus braços. O barulho do ferro arrastando no chão, tirava as dúvidas da menina: Ela estava acorrentada.

A corrente tinha duas algemas gigantes e cada uma estava presa a um pulso, no meio da corrente tinha um suporte que prendia-se ao chão, impedindo a menor de ampliar seus movimentos.

O desespero da garota tinha lhe roubado suas lembranças, mas algumas delas estavam voltando, ao mesmo tempo em que a pequena se conformava. A primeira lembrança que viera a sua cabeça, fora a da Vic chorando consigo.

— Vic...— Sussurrou a garota enquanto olhava em volta, buscando a silhueta de sua amiga.

Um pouco mais atrás de si, estava o corpo ainda inconsciente de sua amiga. Com dificuldades a garota se arrastou e se aproximou da menor, puxando-a para si e tentando acorda-la desesperadamente.

Correntes semelhantes as que prendiam seus pulsos, estavam nos pulsos da outra. A maior não sabia se ficava feliz por Vic está ali, ou se ficava triste pelo fato da mesma estar ali.

— Vic, acorde. Vamos! não me deixe nesse lugar sozinha. —Sussurrava a maior, enquanto sacudia a outra que estava em seu colo de forma desconfortável.

— Lari? — Chamou a menor, ainda de olhos fechados e com o cenho franzido pelo desconforto do lugar.

A expressão da maior mudou instantaneamente. Alívio e esperança foram os sentimentos que tomaram conta de sua face. As duas meninas estavam com as roupas sujas e até um pouco rasgadas, o lugar era totalmente incômodo e desconfortável. Aquilo realmente não parecia nada bom.

— Olha só, que coisa maravilhosa. Minhas donzelas acordaram! — Disse Brandom, aparecendo na vista das garotas, do lado de fora da cela.

— Você! — Disse a morena com voracidade — O que você quer de nós? não fizemos nada. Nos deixe em paz!

— Infelizmente — Dissera Brandom, desfazendo o sorriso — Não posso! — O homem encostou-se na grade e fez um 'tsc' com a boca

— Vocês serão fundamentais para mim. Eu preciso achar duas 'pessoinhas', sabe? — O rosto de Brandom transbordava naturalidade, como se trancar duas pessoas em uma cela fosse a mesma coisa que receber uma visita na sala.

— Nós não podemos ajudar — Proferiu a garota de cabelos levemente avermelhados — Nós nem o conhecemos.

— Ah, sim. Perdão, permitam-me que eu me apresente formalmente ? — Brandom alinhou seu paletó enquanto proferia a pergunta retórica. — Meu nome é Brandom, Brandom William Herondale, rei da Praetor.

— Rei? — Perguntaram as meninas ao mesmo tempo, enquanto olhavam uma para a outra, com o cenho franzido e uma expressão de "Ele está realmente falando sério?".

— Calma, calma. Cada pergunta em seu devido tempo. Agora, apresentem-se — Indicou a mão para as meninas, em um gesto que lhes concedia a palavra.

Os Elementares: Perdidos Where stories live. Discover now