Mrs Robbins

Ciumes

Arizona Robbins

Acordei sentindo que poderia literalmente comer meu próprio peso em bacon e ovos. Eu estava realmente faminta depois de algum par de horas na cama de Callie, já que tínhamos pulado toda a parte do jantar para começo de conversa.

Vesti uma das suas camisas e sai do quarto indo em direção a sua cozinha onde peguei uma maça de uma taça sobre a mesa do café, dei um tempo parada ali para admirar algumas das fotos que decoravam sua parede da sala. Havia algumas que assumi serem seus pais, várias com Meredith e um grupo de adolescentes no que parecia uma sala de aula. Parei e me deparei com uma que eu sabia que eu já tinha visto antes. A mesma foto que enfeitou minha mesa há anos em uma moldura digital estava aqui na sua lareira.

A bela jovem garota de cabelos negros em pé entre os meus pais sorridentes. Eu sabia que a menina na fotografia era Callie desde que começamos a trabalhar juntas, mas ver essa mesma fotografia aqui na casa dela foi surreal.

Eu sempre soube que Callie passava um tempo com minha família, mas eu, obviamente, subestimava a sua importância em sua vida. Meu pai sempre falava da latina com uma atenção e carinho especial, como se ela não fosse uma funcionária qualquer. Eu esperava que isso fosse algo bom quando eu contasse a ele sobre nosso relacionamento.

Meu corpo tencionou e eu fiquei em pé quando dois braços cercaram minha cintura.

– Aí está você. – Ela sussurrou discretamente, colocando um beijo nas minhas costas.

– Eu estava com fome. – Murmurei, voltando-me nos braços e apontando para a metade da maçã comida. – E não queria te acordar.

– Hmm. Bem, meu cobertor tinha ido embora. – Ela respondeu, apertando forte sobre mim e levantando o queixo. – Sinto saudades de você quando você não está lá.

Eu sorri e me inclinei, colocando um beijo suave em seus lábios e amando que ela estava se referindo à maneira como eu a segurava enquanto ela dormia.

– Vamos ver o que podemos fazer para garantir que você não sinta minha falta. – Eu sussurrei contra seus lábios. Ela acenou, e eu levemente escovei o fundo da minha mão ao longo de seu rosto.

– Ah, eu já mencionei o quanto eu adoro quando a senhora poderosa está vestindo apenas as minhas roupas?

– Você pode ter mencionado isso. – Disse quase suspirando enquanto minha boca passou por entre seus lábios. Nosso beijo poderia ter se aprofundado com a rapidez de larva quente, mas notei um detalhe que me deixou com uma dúvida clara. Eu tinha de perguntar.

– Você tirou a pulseira? – Perguntei com o mesmo tom de voz. Era obvio que ela tinha tirado, eu só precisava entender o porquê. – Ficou muito apertada? Eu posso te levar para trocarmos.

– Não, Arizona. Não é isso, é que... Ela é linda, mas é ouro de verdade e deve custar um apartamento desses. Eu não posso aceitar.

Peguei seu pulso, coloquei um beijo contra o local onde a corrente estaria e a olhei nos olhos.

– Eu queria te dar algo que fosse digno da sua beleza, você tem noção do quanto é maravilhosa? Ser de ouro é apenas um detalhe. 

– Não desvie o assunto, Arizona. Eu a achei linda e a sua atitude muito romântica, mas realmente não posso aceitar um presente desse porte.

Meu sorriso morreu e eu apenas observei ela voltar ao seu quarto para pegar a caixa com a joia. Eu me esforçava para entender porque ela não podia aceitar, mas não fazia muito sentido para mim. Ainda assim, eu só queria vê-la feliz, por isso durante o nosso jantar não toquei mais no assunto.