Capítulo 6 - Frequent teasing with burning kisses

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O estalo de meus joelhos dobrando-se ao meio e relando na areia repleta de pequenas pedras pontudas fez com que, um gemido sofrido saísse de minha garganta. Sofrido porque um corpo pesado se esparrava sobre minhas costas e pernas, tentei ao máximo o empurrar mas era mais forte, me agarrando com os braços em seguida.

- o que pensa que está fazendo?! - perguntei debilmente.

Sabia que estava à prender meus braços com algum tipo de corda encontrado por ele em qualquer lugar deste fim de mundo, não vejo o momento de sair deste pileque!

- te amarrando, fujona. - ainda sobre meu corpo, com uma perna em cada lado, disse despreocupado. Podia sentir minhas maçãs levemente esquentadas, apenas calcinha e sutiã era o que cobria meu corpo, nada mais. Sobre os olhos de Michael e a vergonha, sentia-me isolada.

- mas o quê? - inquiri, com a voz quase sem som.

- você está bem? - suas sobrancelhas juntaram-se formando uma ruga entre as mesmas ao tirar seu corpo de cima do meu e olhar para a testa.

- tem um ferimento na cabeça. Está sangrando. - constatou aproximando-se.

Estava tão perturbada que não notei, à princípio, a umidade quente e pulsante em minha têmpora.

- ah! - gemi tocando minha testa.

- acho que com o impacto, você acabou batendo sua cabeça no chão. - ele disse encostando a ponta de seus longos e quentes dedos em meu ferimento.

Olhos fechados e boca entreaberta. Como se fosse uma espécie de exercício facial para passar dores. Palmas de mãos grandes tocaram vagarosamente, meu corte. Minhas pestanas se distanciaram uma das outras e pude contemplar o Sr. Ranzinza á observar meus lábios, corei.

Suas retinas em um posso negro de mistério pareciam brasas à queimar meus lábios, sua visão fora de encontro a meus olhos e lá parecia ver a alma e todos os pecados. Era estranho... Nunca senti tais coisas com Jacob, Michael era mais intenso.

– qual seu nome? – perguntou-me sem tirar os olhos dos meus.

– Emy... Emily! – corrigi a mim mesma por lhe dizer o apelido, apenas os mais íntimos me chamam assim.

– oh, Emy? Não é nome de perua, sabe... É meigo e fofo de ma... – interrompi sua pronúncia.

Há pouco estava à me observar sem nenhum resquício de ruindade, eu literalmente não o entendo!

– é mesmo? – assentiu em um pequeno aceno de cabeça. – Michael também não é nome de uma pessoa tão mal humorada como você, seu grosso! – franziu o cenho.

– e como sabe meu nome, perua? – arqueou uma sobrancelha.

– oh, inseri seu nome no Google e me apareceu uma biografia sua: " Michael foi um capitão da marinha metido e arrogante que fora renunciado do cargo assim que passou a xingar os outros. Por ser muito velho, os comandantes concluíram que não seria mais útil em trabalho algum. " – criei uma "biografia" repentinamente debochada. Seu rosto se encontrava ruborizado e avermelhado, podia ver fumaça sair de seus ouvidos – exagerada é meu segundo nome. –.

– eu te odeio, sabia? – um sorriso vingativo queria estender-se em seus lábios. Suas palavras me assustaram.

Sem se importar, passou por mim devagar e seguiu para algum lugar desconhecido. Andava chutando as areias que cobriam seus pés e os deixavam acinzentados. Parada sem fazer movimento algum, estava pensando se o seguiria ou não... Sempre que o faço sou xingada e ignorada, tratada da pior forma que um homem poderá tratar uma mulher, então ficar longe dele seria uma boa alternativa... Mas, por outro lado, não sabia o que fazer e nem tão pouco como me defender e viver em um lugar desses. Cresci nas bordas da praia onde meus pais moram, mas anos longe de tudo isso me fez desaprender de como é viver aqui. Engolindo o orgulho e ajeitando a postura de minhas costas – que por acaso, doíam. – corri até Michael.

Fanfic: "Merry Me?" (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora