16 | Azul, vermelho e amarelo

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Azul, vermelho e amarelo.
Era assim que Changkyun se sentia perto de Kihyun.
Nos últimos dias, percebeu que o menor estava triste, e queria ajudá-lo a sorrir. Afinal, existe algo mais belo que o sorriso de Yoo?
Changkyun pensou muito. Até pesquisou lugares mais bonitos no Google. Ligou para Jooheon, e, por culpa do fuso horário, o primo foi acordado às 3 da manhã duas vezes.
Lim pensou em levar Kihyun a um parque de diversões, ou viajar com ele para Jeju, já que sua família tem uma casa lá.
Kihyun parecia mais aéreo agora. Changkyun estava quase o pegando no colo — no meio da aula — e o mimando com doces e beijinhos.

— Kyu — chamou Changkyun. Kihyun o olhou — como está se sentindo?

— Apenas cansado — confessou. "Cansado de ver meu ex-melhor amigo com meu ex-namorado, me fazendo lembrar do passado agourento que tive", Kihyun completou mentalmente.

— Quer sair comigo hoje à noite? — perguntou.

— Senhor Lim, está com algum problema? — o professor perguntou. Os dois atrapalharam tanto a aula assim?

— N-Não — respondeu. "Só estava tentando chamar meu quase-namorado para sair, senhor", completou mentalmente.

Changkyun suspirou.
Como a aula era de química, as mesas eram bem longas, e os alunos sentavam-se um ao lado do outro. Lim aproveitou a chance para entrelaçar seus dedos nos de Kihyun por baixo da mesa e deixou leves carícias ali, arrancando sorrisos bobos do menor.
Kihyun, com a canhota, apoiou o rosto e observou Changkyun durante o restante da aula: Lim era tão bonito. Kihyun adorava suas covinhas e os sorrisos fofos que Changkyun dava quando ficava envergonhado.

Azul, vermelho e amarelo.
Era assim que Kihyun se sentia perto de Changkyun.
Estar próximo dele fazia borboletas brincarem em seu estômago e ele perdia a noção do chão. Changkyun, para não retirar sua mão da de Kihyun, escreveu um bilhetinho com a destra — sua caligrafia era horrível quando escrevia com a mão direita. Mas Kihyun entendeu o que queria dizer. Respondeu o bilhetinho com a canhota, e saiu cada rabisco feio que fez com que Kihyun risse e Changkyun o acompanhasse.

— Que horas? — Kihyun sussurrou quando viu que o professor estava concentrado demais em escrever para os dar outra bronca.

— Sete. Eu passo na sua casa — respondeu Changkyun, no mesmo tom baixo.

Kihyun assentiu e esforçou-se para escrever seu endereço no mesmo papel. Changkyun ria em silêncio com o esforço do menor, e assim que ele acabou, deu-o um beijo na bochecha.
Ah, azul, amarelo e vermelho.
Cores tão singelas para representar o que esses dois sentem.
Afinal, vai além de um simples aquarela.

AQUARELLA 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora