Capítulo 8 - Aflição

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Paul caminhava em pequenos passos até o banheiro com o corpo desnudo de Patryck em seus braços, dançava os olhos pelo tronco marcado do rapaz, inocentemente adormecido, pensando em como ele era forte e destemido. Se questionando como ele podia ser tão rústico e ao mesmo tempo tão delicado.

Uma torneira foi aberta fazendo a mesma jorrar e começar a encher a banheira com água quente. Paul sentou-se no vaso com cuidado para não acordar Pat, mas ele despertou graças a vibração que seu corpo emitira ao se chocar com a tampa do vaso. Patryck levou suas mãos ao rosto e esfregou seus olhos sem muito ânimo.

      – Quanto tempo eu dormi? –Questionou com olhos sonolentos e aparentemente meio sem foco.

      – Nem cinco minutos se passaram desde que saímos do quarto, Pat – Seus olhos estavam marejados e ficavam piores cada vez que ele bocejava.

      – Vai transbordar – Comentou calmo olhando para banheira e se acomodando no peito da Paul  fechando os olhos.

      – O que? Meu amor por você? Vai mesmo – Disse Paul afagando os cabelos desgrenhados do companheiro.

      – Não. A banheira está quase cheia – Respondeu cansado com os olhos ainda fechados e a boca semiaberta.

Paul moveu abruptamente seu corpo até a torneira e a fechou, retornou a levantar e caminhou até a banheira submergindo o corpo de Pat na água quente, que transbordava pela falta de espaço.

      – Eu avisei – Comentou Patryck escorregando o corpo na banheira, ficando apenas com os olhos e o nariz fora d'água.

      – Depois eu limpo isso. Agora tome seu banho – Murmurou indo em direção a porta.

Um pequeno puxão na cintura da calça, foi o quê impediu Paul de seguir seu caminho. O som da água pingando do braço do rapaz de cabelos meio molhados ecoava no ambiente.

      – O que foi? – Indagou calmo sem se mover. 

      – Sabe, você se preocupa demais –

Em um movimento singelo Paul virou um pouco o rosto e passou a encarar Pat por cima de seus ombros.

      – Você não me machucou garotão – Seguiu sorrindo. – Por que não entra também? – Pat encarou rapidamente as costas do amado antes de corar. – Não sou o único que precisa de um banho. Nas suas costas, tem... –

Meio confuso o homem sem camisa inclina seu corpo e dirige seus olhos para o espelho que ficava acima da pia. Uma espontânea risada seguida de um sorriso de canto foi tudo que ele esboçou.

      – Sangue? – Perguntou se virando e abrindo o zíper da calça. – Marcas? –Levou sua boca até o ouvido do garoto que se encolheu na banheira e sussurrou. –Arranhões? –

Talvez não fosse arrepio, mas a sensação que percorreu o corpo de Patryck era muito parecida. 

Como ele pode ser tão ridiculamente tentador sem nem tentar? Seus devaneios foram interrompidos pelo som da água, mais uma vez caindo para fora da banheira graças ao novo corpo dentro do "recipiente". Com delicadeza as pernas de Pat são afastadas dando espaço para o outro se sentar e então repousar a parte de trás da cabeça no peito do mesmo.

      – Você acabou com a água – Pat empurrava seus cabelos para trás enquanto bocejava.

Se apoiando nas extremidades da banheira, Paul se vira e passa a encarar o rapaz de cabelos compridos.

      – Lembre-se que foi você quem me convidou pra entrar, gracinha – Debochou depositando um selinho nos lábios de Pat.

MINUTOS DEPOIS

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