✖️ Capítulo 4 ✖️

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Eu estou preso nesta casa. Eu não posso sair daqui.

E estás a pensar que eu vou acreditar nisso?

Eu não estou mesmo à espera que acredites. Mas é verdade.

E consegues prová-lo?

Ele não disse nada e apenas se aproximou de uma parede e atravessou-a. Espera lá... ele acabou de atravessar uma parede!

Ok. Afinal o que és tu?

Ele voltou a atravessar a parede para o lado onde eu estava.

Não sei muito bem.

Estás a brincar comigo? Sei lá, diz-me pelo menos o teu nome.

Chamo-me Xiumin. Eu até sei mais ou menos o que eu sou. Mas posso te dizer que eu não sou humano.

Pois... eu acho que um humano não faz isso que acabaste de fazer. E eu não sei se hei de ficar com medo ou maravilhada.

Não fiques com medo. Não te vou fazer mal.

E como é que eu vou acreditar nisso?

Ok. Eu sou um espírito que está preso nesta casa há anos. Nunca ninguém me viu.

Eu não sei se estás a brincar comigo ou se és um fugitivo de um hospício.

Acho que um maluco, mesmo sendo maluco, não pode fazer aquilo que eu fiz, certo?

Talvez... então mas se nunca ninguém te viu... porque é que eu te vejo?

Não sei muito bem. Mas acho que deves ter alguma coisa de especial. Não é suposto as pessoas me verem.

Olha, então mas o que é que é suposto fazer contigo?

Nada. Eu vivo nesta casa. Simples. Vou continuar aqui.

E se eu não quiser?

Mas tu não mandas. Além disso, eu não consigo sair desta casa, por mais que quisesse sair daqui.

Porquê?

Eu não te vou dizer isso agora.

Quer dizer, contas-me isto tudo, dizes que talvez eu tenha algo de especial e agora vais deixar metade da história para contar?

Porque é que não tens medo de mim?

Porque é que havia de ter?

Não sei... eu não sou humano afinal. Pensei que terias medo de mim.

Tu já foste humano?

Sim... mas eu não quero lembrar-me de como fiquei assim.

OK...

Ficámos um tempo a olhar nos olhos um do outro, à espera que alguém dissesse alguma coisa, mas eu estava sem palavras. Até que a porta da frente é aberta.

Esconde-te! — mas ele não se mexeu — estás parvo? É o meu pai!

Relaxa. Já vais ver.

O meu pai entra na sala e pousa as coisas em cima da mesa.

Estavas a falar sozinha?

Na... estava.

Não sabia que fazias isso. A tua mãe também fazia muito isso quando estava nervosa — sorri com o que ele disse. Adoro quando ele me compara com a minha mãe.

My Sweet Ghost | XiuminWhere stories live. Discover now