A Lenda

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─ Precisamos ficar longe daqui, em breve, a cidade toda saberá, e ele virá atrás de você, não temos muito tempo.

─ Eu tenho uma pista de onde podemos ir, ─ os dois arrumavam duas bolsas, colocando coisas essenciais, como alimentos, garrafinhas de água e roupas ─ esses dias tenho sonhado com um chalé, ele fica próximo do lago Mit.

─ Certo, vamos lá. ─ Ana foi até sua casa e preparou suas mochilas, enchendo-as de suprimentos e roupas. Parte deles estavam nervosos, com medo de que algo estivesse prestes a acontecer, enquanto a outra pensava como ficaria desajustada suas vidas se fossem ou ficassem.

─ Tem certeza disso? ─ Daniel comentou, com um semblante sério.

─ Decisão nossa. ─ Ana estava quase se retirando.

─ Espere, vamos deixar cartas, nossos pais precisam saber. ─ Daniel pegou duas folhas de caderno, uma deu para sua amiga, enquanto escrevia na sua.

Eis que terminam, Ana foi para sua casa e deixou sobre sua cama, enquanto Daniel colocou sobre a mesa. Nervosismo era algo grandioso naquela situação. ─ Vamos.

─ Vamos encobrir e confundir os vizinhos e conhecidos. No mesmo dia, eles evitaram conversar com as pessoas e deixar rastros, fazendo caminhos aleatórios, brincando, visitando amigos, parando em pontos aleatórios, as pessoas começavam a saber dos boatos. Os anteriores adentravam uma trilha pela floresta do Mit ─ acho que conseguimos enganar eles. ─ Daniel recordava das pistas falsas e possíveis caminhos com itens que marcavam adolescentes, sem muitos gastos.

─ Se você não é o melhor amigo mais genial que alguém poderia ter, eu não sei quem é. ─ gargalhadas. ─ está muito longe?

─ Sim. Acho que poucas pessoas chegam até lá, o caminho é muito complicado. ─ suspiros de cansaço ─ as chances de nos perdermos são grandes.

─ Ele está nos caçando, temos que sobreviver na floresta primeiro. ─ Ana empunhou a mão de lama e lançou sobre o corpo de seu amigo, espalhando pelo seu corpo, depois passou nela mesma, retirando o odor natural de um humano.

─ Ótimo, agora estou sujo de lama. ─ se queixou.

A noite se aproximava enquanto os amigos conversavam, estavam bem cansados por levarem tanto peso naquelas mochilas, contudo, todos aqueles itens seriam úteis para que eles persistissem.

Na cidade, uma sensação era única, a de preocupação, todos chegaram a pensar que eles foram sequestrados.

─ Débora, vamos ligar para a polícia, os pais de Ana também não têm notícias dela a horas. ─ os pais dos amigos temiam de que o pior tivesse acontecido, as coisas começavam a correr de uma forma estranha, a vizinhança se unia para encontrar os jovens. No anoitecer enquanto montavam suas cabanas ouviram os gritos dos voluntários e da polícia, sem muitas opções, escaparam da vista, estava difícil, os dois cansados, seguiam sua caminhada há uns dois dias. Naquela mesma noite chegaram há um lugar que estava há quilômetros longe da cidade, as árvores eram enormes e grossas, o ar era bem úmido e tinham poças de água, Ana olhou para o lado e viu um chalé, parecido com o que Daniel havia descrevido quando propôs que ela fosse com ele.

─ Daniel, levanta. Parece que encontramos o chalé. ─ disse já tentando levantá-lo, ambos estavam sem forças, a chuva começara a cair sobre os corpos suados dos dois, apoiando um no outro, chegaram até a casa, que tinha na frente de sua porta pichamentos, dizendo para não entrar. Sem muitas opções, Ana deu um chute na porta, sentindo a dor, após arrombá-la, caiu sobre o chão dando gemidos de angústia.

─ Daniel, vou pegar as lanternas ─ testou a luz e viu que não funcionava.

Ana abriu as mochilas e pegou duas, iluminando o ambiente que estava totalmente escuro e empoeirado, cheio de teias de aranha e livros empoeirados, com madeira roída por cupins e pequenos insetos. Daniel estava mais cansado pelo fato de estar ocultando a aura sua e de sua amiga, respirava fundo, Ana o sentou sobre o chão após diminuir a sujeira com um pano que estava jogando no chão.

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