A minha meia irmã

Questões internas

Sara on

Caminhámos pela cidade satisfeitas depois de sairmos daquele Bar. Quando demos por nós já tínhamos chegado ao parque da cidade e ficámos a caminhar por lá. Algumas das folhas coloridas das árvores começavam a cair, realmente era agradável estar ali com alguém cuja companhia é boa também.

Taís falava de forma alegre e agitada de uma das suas experiências engraçadas na escola e eu apenas observava-a atentamente assim como ia analisando todo aquele local que era simplesmente lindo e bem cuidado. Sem que ela desse por isso a mão dela tocou a minha e não sei porquê eu fiquei meio atrapalhada, embora eu não devesse ficar pois ela é minha irmã. Acabei por nos imaginar logo num pequeno clima mais próximo enquanto caminhávamos de mãos dadas e acho que foi a minha própria imaginação que me fez corar um pouco, mas rapidamente disfarcei.

- Desculpa - Ela sorriu depois de ter reparado que tinha tocado a minha mão e quando ia continuar a falar, deve ter reparado que eu estava corada - Não te preocupes não precisas de ficar assim com a tua própria irmã - Ela riu um pouco, mas o olhar dela também falava algo mais. Acho que ela também deve ter pensado o mesmo que eu, talvez? Não...devem ser só coisas da minha cabeça.

Mais ao fundo vi um rapaz de gorro cinza e com as pontas dos cabelos pintadas de azul. Artur, o rapaz novo da nossa turma estava bem ali a brincar com o seu animal de estimação. Ao ver que eu olhava para ele, Taís olhou também, mas acabou por continuar a falar comigo como se nada fosse.

Ele quando nos viu, olhou para mim e deu um sorriso de lábios simpático, acenou com uma das mãos e ficou a olhar-me como se estivesse à espera que eu retribuísse. Acabei por acenar também e Taís olhou para mim e para ele novamente.

- Aquele não é o novo aluno da nossa turma?

- É sim.

- O cãozinho dele é bem fofo. Queres ir ter com ele? - Ela convidou e olhou para mim de seguida

- Também acho, mas não, estou bem assim - Eu olhei para ela também e continuei a caminhar. Infelizmente nesse dia o universo não quis conceder-me o desejo de continuar a desfrutar do tempo para conhecer melhor a minha irmã, pois ele veio diretamente ter connosco

- Olá - Ele disse enquanto o cachorrinho encostava o focinho no pescoço dele. Era um cachorrinho bebé, de pelo branco com uma mancha castanha no olho esquerdo.

- Que fofo! Posso pegar nele? - Ela pediu

- Sim - Ele sorriu e entregou o cachorro nos braços dela com cuidado. Eu apenas permaneci em silêncio depois de o cumprimentar, não sabia exatamente o que falar.

- Chama-se Loki - Ele falou e Taís continuou a brincar com ele enquanto o chamava pelo nome também. Eu continuei em silêncio e ele depois olhou para mim como se tentasse procurar pelas palavras certas para meter assunto comigo. - Já soube que deste o meu número à tua amiga - Ele ficou e eu fiquei um pouco sem jeito e sem saber o que falar enquanto o olhava, mas assim que eu ia responder Taís levantou-se enquanto terminava de dar um beijo na cabeça do cachorrinho e voltou a entregá-lo a Artur com cuidado.

- O quê? Número? - Taís perguntava um pouco perdida no assunto

- Não é nada demais, eu e a Taís precisamos de ir está a ficar tarde, até mais. - Eu peguei na mão dela e comecei a puxá-la dali com um ar um pouco constrangido.

- O que se passa? - Ela perguntou depois de nos distanciarmos e eu soltar a mão dela

- Não sabia bem o que responder

- Por teres dado o número dele à tua amiga?

- Sim. Sei lá, foi um pouco constrangedor - Eu ri e ela encolheu os ombros