O Limite Do Infinito - LARRY

CHAPTER 25: A Queda (parte 2)

L o u i s
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Chegaria ao fim?

Não consegui deixar de me perguntar isso enquanto pensava no New Diarie e como toda a investigação poderia atingi-lo. O jornal em si havia vendido sua primeira página ao governador, um homem investigado pelo FBI. Era um mercado sem piedade; publicamos matéria exclusiva por muitas vezes e agora poderíamos ser a matéria exclusiva de algum jornal na página policial ou até mesmo em uma manchete.

Valeu a pena?

Essa era a pergunta que vinha em seguida na minha cabeça, quando eu me dava conta de até onde minha vontade de ser reconhecido havia me trazido. Ambição não seria a palavra correta porque eu nunca pedi um salário maior, a futilidade nunca esteve sobre mim. Mais se existisse talvez uma prima dessa palavra, com um certo parentesco e menos dureza em seu significado, então eu a usaria para me descrever. Prestei atenção em cada detalhe, quase como incentivo a minha decisão de nunca mais ter que voltar a um lugar como esse, uma delegacia.

A sala estava levemente escura, um ar pesado circulava o ambiente. O som do teclado como música de fundo produzido pelo computador do escrivão que tomava nota de cada detalhe verossímil ao qual  eu podia supri-los. Se alguém me dissesse horas atrás, antes de eu ter saído de casa, que seria preso numa grande recepção, na mansão do meu chefe, eu simplesmente daria risada.

— Aquele lugar é a minha vida, ou era... e-eu me dedicava além do que devia e mesmo assim, eu nunca fui reconhecido. Eu não sou nenhum fanático é só que... bom, eu mantive isso como uma questão pessoal. Eu precisava provar a uma pessoa que eu tinha escolhido uma grande carreira e que eu teria um grande futuro nela. Eu só não tenho mais certeza disso.

Disse com pesar na voz, uma aflição que me tomava de dentro para fora.

— Em que momento você recebeu a tal proposta do senhor Styles? — Carly perguntou.
— A empresa como de costume, faz algumas avaliações com os funcionários, e eu havia acabado de concorrer a uma matéria do mês. Se eu ganhasse, bom, ela não seria realmente publicada mais eu ganharia um quadro com meu rosto e parte da matéria na nossa redação. Seria um tipo de "funcionário do mês". Sei que parece bobo, mas todos nós que trabalhamos lá levamos isso muito a sério.
— Entendo... — ela diz.
— O fato é que eu ganhei. Só que a tal informante de vocês, a Samanta me sabotou, fez eu pensar o contrário. Eu fiquei tão chateado com isso que não via a hora de ter outra chance. Foi então que a líder do meu setor, Ellen, me chamou na sua sala.
— Vou precisar do nome completo dela, afinal, essa mulher também vai precisar depor se vocês quiserem provar sua inocência — o velho delegado diz.

Ele parece impaciente. De qualquer forma, era compreensível já que eles haviam acabado de colher o depoimento de Zayn.

— Então foi ela quem te fez a proposta primeiramente?

Carly pergunta, seu corpo se dobrando mais à mesa conforme ficava mais curiosa por detalhes.

— Não. Ela veio com uma história de que o jornal havia vendido parte das ações e que o quadro de funcionários seria reorganizado. Disse que haveria um teste para separar os melhores dos piores e outra vez eu faria uma matéria para ser avaliada. Eu fiquei proibido de comentar com alguém sobre isso, ela me colocou certo medo dizendo que eu poderia perder meu emprego se a informação vazasse, além disso, seria uma avaliação feita aos poucos. Eu jamais desconfiei de algo.
— E depois? — ela instigou.
— Eu escrevi a tal matéria que seria avaliada e fui levar no domingo.
— Sim, eu lembro disso porque fui eu quem atendi você. Estranhei de cara você ter ido direto ao andar da presidência, mas poderia ser só meu faro de investigadora falando alto, é claro. — Carly comenta.
— Enfim, foi nesse dia que eu estive diante dele realmente. Lembro como se fosse hoje... ele picando as folhas da minha matéria em mil pedaços, bem na minha frente. Foi nesse dia que ele me disse que precisava de alguém para ajudá-lo com o filho, então recebi a proposta.