Capítulo 46

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Pov. Christian Grey

Desde que vi com os meus próprios olhos a ameaça explicita que aquele monstro fez para Anastacia e para o meu filho que a minha cabeça nunca mais parou de pensar. Todas as noites venho mergulhando os meus pensamentos em banho maria enquanto Anastacia dorme tranquila em nossa cama. Eu julguei honestamente que nossa vida pudesse ganhar um rumo de tranquilidade de agora em diante, que todo esse silêncio após aquele maldito telefonema, a compostura de patrulha com aquisição de novos seguranças em torno da propriedade tornasse nossa vida mais segura afastando eventuais riscos, mas estava redondamente enganado. Ele é pior do que alguma vez imaginei e não vai parar até conseguir nos atinguir. A verdade é que não posso permitir isso, não posso mesmo, porque ao mexer com a minha família, com a mulher que amo, está a mexer diretamente comigo.

E eu juro que farei os possíveis e os impossíveis para deter esse maldito Roger Steve que ousa em perturbar a estabilidade emocional de Anastacia, que com isso perturbe a sua segurança ou a dos meus filhos com sua súbita aproximação silenciosa já que decidiu começar a dar as caras ao entrar num jogo perigoso em que veio abordar minha filha na porta do colégio um dia destes. Abordar uma criança inocente que não vê maldade nas malicias que desconhece de um adulto completamente perverso e doente. Doente por abeduzir uma pobre menina a atos extremamente desaprovadores de sã consciência. Atos que deixam marcas para uma vida inteira como deixaram em Anastacia que ainda hoje acorda atormentada em seus pesadelos ao lembrar esses episódios crúeis da sua vida que se pudesse procuraria a cura pelo mundo inteiro para fazê-la esquecer disso, só para não vê-la sofrer ou contorcer de medo e pânico sempre que o nome dele é proferido.

Só sei que quando April correu para os meus braços assim que cheguei em casa depois de um dia inteiro de trabalho e me veio contar essa história, o meu sangue praticamente congelou me deixando pálido, sem chão e a hiperventilar numa raiva que cresceu em labaredas dentro de mim, meus punhos cerraram assustadoramente fazendo minha própria filha se encolher com medo do que realmente acontecia comigo. Saber que aquele homem que é um monstro, já que não tem outro nome esteve próximo da minha filha, que com isso próximo o suficiente para tocar nos seus cabelos, inalar seu perfume, ou sequer tocá-la uma única vez que seja me deixa completamente cego. Cego porque tal como ele simplesmente aparece, consegue desaparecer sem deixar rastro, o que me deixa em pura frustração, porque quanto mais luto para vencer esse maldito pesadelo que é praticamente uma realidade que está me deixando maluco, mais ele vence ao simplesmente escapar impenue para continuar a perturbar, a plantar maldade e medo nas pessoas que realmente amo e que com isso tem se sentido mais inseguras que nunca.

Só eu sei a vontade que corre nas minhas veias de poder matá-lo com as minhas próprias mãos. De pegar numa arma de fogo e apertar o gatilho até vê-lo sucumbir sobre um chão frio em agonia esperando a morte chegar para levá-lo para o caminho do inferno onde devia arder até não restar nada do que foi sua presença miserável. A mesma vontade atroz que corre em minhas veias de fazê-lo agunizar até implorar a sua morte por todas as horas que fez Anastacia debater em meio a pesadelos hediondos. Eu sei que nunca aceitei o uso de armas de fogo, para mim é algo que desaprovo totalmente, até porque não suporto a ideia de pegar num revolver ou sequer apertar o gatilho a ponto de ferir alguém, mas dessa vez eu abriria uma excessão para aquele que ameaça com todas as letras matar alguém que realmente amo e me importo.

O mesmo que ameaça arrancar duas vidas nunca única só.

Mas que merda, porquê que deus tem de ser tão cruel comigo? Porque vivo com esta sensação de que logo irá tirar o maldito tapete dos meus pés? Que irá tirar a única coisa que me faz sentir verdadeiramente vivo depois de um tempo em que senti que morreria?

Herança do AmorWhere stories live. Discover now