3 - Jantar de negócios.

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- Alô. - Minha voz sai como um miado ao atender meu telefone.

- Oi Val. É o Bruno! Estava dormindo?

- Ah! Não. – Digo tentando conter o bocejo. – Só que hoje é dia da preguiça então me permiti ficar um pouco mais na cama.

- Compreendo. Apesar de eu não conseguir fazer isso. Escuta, eu tenho um jantar hoje da empresa que eu trabalho, queria saber se não gostaria de me acompanhar, como amigos, claro.

- Não sei... Meus pais estão indo viajar amanhã, acho que eles vão querer jantar comigo antes de ir.

- É uma pena. Mas se mudar de ideia, me liga.

- Tudo bem. Ligo sim, beijos.

- Beijo, hãnr, tchau.

Desligo o telefone e volto a dormir, quando penso novamente no convite de Bruno e sorrio ao pensar na cara do Frederico quando me ver nesse jantar. Imediatamente pego meu celular e ligo para minha mãe.

- Oi mãe! Será que nosso jantar pode se transformar em um delicioso café da tarde?

- Qual é a festa de hoje, Valéria? – Sinto reprovação na voz de minha mãe.

- Não é festa, mãe. É um importante jantar de negócios.

- Sei. – Sorrio quando imagino sua expressão de desconfiada.

- É sério mãe! Que tal irmos naquela cafeteria nova que fica perto da sua casa? A quinze horas está bom para vocês?

- Tudo bem. – Finalmente ela concorda, conversamos mais um pouco sobre os últimos preparativos para a viagem de sua vida, ela e meu pai completaram trinta e cinco anos de casados no mês passado e se deram de presente uma viajem internacional de quarenta dias, com direito á cruzeiro pela Grécia e tudo mais. Eles merecem, minha mãe deve estar guardando dinheiro para esse dia desde que casou.

Passo boa parte da tarde com meus pais, comemos, rimos e até discutimos um pouco, só para não perder o costume. Chegando em casa, tomo um banho demorado e depois vou para a função de me arrumar.

Já são vinte horas quando termino de me arrumar e estou no meu quarto, sentada em uma poltrona de veludo cor azul Royal, calçando meus sapatos de cor nude. Levanto da poltrona e paro em frente à um espelho que ocupa toda a porta do meu quarto.

- Nada mal. – Digo sorrindo para o espelho. Estou usando um vestido preto frente-única, ele tem detalhes em tule preto, as costas ficam nuas e a saia de pregas termina um pouco acima do joelho, pois é, para se sexy você não precisa (não deve) usar um vestido curtérrimo quase mostrando a bunda. Meus cabelos estão presos em um coque lateral e o rosa é a única cor que se destaca, a maquiagem apenas com mascaras de cílios, delineador e batom nude completam o visual. – Perfeita. – Sorrio novamente e escuto minha campainha tocar. Pego minha bolsa de mão Gucci (dica, você pode encontrar coisas incríveis e brechós e feiras de caridade), vou até o interfone e anuncio que estou descendo.

O elevador começa a descer, mas para no andar abaixo do meu, e claro, a vida não é como nos filmes, se fosse um filme eu faria uma chegada triunfal ao jantar e Frederico não poderia disfarçar a cara de consternação, já que minha aparição seria uma grande surpresa, mas como eu disse, isso aqui não é um filme.

- Valéria. – Fred diz meu nome como se estivesse enxotando um inseto.

- Frederico. – Pronuncio seu nome usando o mesmo tom de voz.

Descemos em silêncio e em momento algum olho para ele. Quando o elevador para saio em disparada, numa tentativa de evitar que Frederico veja meu acompanhante, mas isso é impossível, já que Bruno está sentando em uma poltrona em frente ao elevador.

Uma surpresa para Val ✔Where stories live. Discover now