Capítulo 2 - Imortalidade.

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*Magnus narrando*

- Já escolheu o nome? - perguntei a Red enquanto ela acariciava sua barriga.

- Ainda não - respondeu ela enquanto sorria.

- Será que ela terá orelhas pontudas iguais as suas? - falei ao apoiar minha mão em sua barriga.

- Talvez sim, ou... será iguais a suas - brincou Red ao segurar de leve minha orelha. - Mas... eu ainda acho que ela terá uma aparência mais humana. Suas pequenas orelhas e olhos serão iguais ao pai.

- E a cor do cabelo será igual ao da mãe...

- Bem, infelizmente nós nunca iremos saber como será a nossa filha ou filho - Red disse em um modo sombrio ao olhar para mim. - Afinal... nós estamos mortas por sua causa, Magnus.

Acordei e me ergui rapidamente, um suor frio percorria pelo meu rosto e apenas um facho de luz que vinha da cortina iluminava o meu quarto. Essa não era a primeira vez que eu tinha esse tipo de sonho, eu sempre era atormentado pela perda de ambos. Talvez a culpa fosse realmente minha, se eu ao menos fosse mais forte naquela época, nada disso havia acontecido... Se eu tivesse dado mais atenção ao Dragor, talvez eu teria o feito parar... teria o ajudado a não ser devorado pela maldição. Mas é tarde demais para pensar em um "talvez".

Ao me levantar, fui em direção ao banheiro e eu acabei tropeçado em uma pequena pilha de livros que havia no chão, praguejei baixinho e continuei meu caminho. Tirei minhas roupas e as deixei em um canto do banheiro, liguei o chuveiro e deixei que a água percorresse pelo meu corpo. Aquela mesma cena do meu sonho ficava se repetindo em minha mente enquanto eu sentia meu corpo esquentar com a água do chuveiro. 

Desde que Mirella havia contado sobre o plano de seu pai, eu simplesmente não consegui ter um bom sonho. Pensar na ideia de trazer a Red de volta me incomodava, com certeza iria a ver outra vez, mas não seria mais a Red, algo maligno estaria ocupando aquele corpo. Isso não é natural...

Dragor iria adorar ter alguém igual a ele ao seu lado... principalmente se esse alguém fosse ela. Só de pensar em vê-la neste modo, me quebrava por dentro. Red nunca iria querer isso, e muito menos o guardião da floresta.

Após sair do banheiro, coloquei roupas novas e sai do meu quarto. Era uma manhã de agosto bastante fria, me encolhi em meu casaco e continuei meu caminho. Enquanto eu andava pelos corredores, fui parado pelo Edgar, o encarregado de cuidar de todas as cartas enviadas ao castelo.

- Bom dia, Diretor Magnus! Acabo de vir de seu escritório, como eu não havia o encontrado lá, deixei mais uma pilha de cartas em sua mesa - disse ele gentilmente enquanto segurava firme sua bolsa e ajeitava seu óculos. - Espero que sejam boas notícias pela quantidade de cartas que anda recebendo...

- Ah, sobre isso... são os pais dos alunos avisando que não voltarão para o castelo, aliás, preciso ir urgentemente ver essas cartas - falei ao dar leves batidas em sem ombro após passar por ele. - Tenha um bom dia, Ed.

Ele assentiu com a cabeça e caminhamos em direções opostas.

Ao chegar em meu escritório, percebi que realmente havia muitas cartas em cima de minha mesa. Isso com certeza iria ocupar minha manhã outra vez. Mas apenas uma delas me preocupou ainda mais, era uma carta do Castelo Matriz.

Após lê-la por completo, ouvi leves batidas na porta. Falei para que entrasse e Cloud apareceu após a abrir.

- Bom dia, Magnus! Estou vendo que você começou cedo hoje... - Ele fechou a porta atrás de si e se sentou na cadeira que ficava em frente a minha mesa. - Parece que você recebeu mais cartas.

Castelo Minori - O Lado Sombrio.Where stories live. Discover now