06 | tell me it's real

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06. me diga que é real

MAREESA DALLAS


Eu tinha treze anos quando passei a me virar sozinha em um mundo caótico.

Conhecia pouco deste planeta imenso, uma parcela pequena que não me preparou para o que eu estava prestes a viver. Acontece que nem mesmo o mais sábio homem saberia sobreviver de forma tranquila em um lugar em que a morte te cerca, como garras envoltas de seu pescoço deixando-o sem ar. Ser uma criança não me impediu de ver as barbaridades que um ser humano é capaz de fazer por poder. Ser apenas uma criança não me impediu de sofrer coisas ruins também. E essas coisas deixaram cicatrizes que nunca sararam.

As cicatrizes sempre estão ali, sagrando, mostrando que não estão curadas.

Acredito que meu maior erro foi fingir que todo o meu passado antes dos irmãos Davis de fato não existiu. Enterrar meus colegas de grupo, enterrar meu nome, enterrar qualquer coisa que remetia a sensação ruim de ser tomada pela escuridão. Porém hoje, com meus quase dezoito anos, posso dizer que mesmo fingindo ainda consigo sentir cada um dos sentimentos que tive mesmo depois de tanto tempo.

Lembro-me da dor que senti ao ficar dias sem comer, de como meu corpo se tornou fraco e dolorido. Consigo lembrar-me das noites sem dormir e de como tenho pesadelos até hoje por conta de toda a pressão psicológica que esse mundo pode fazer em você. Sinto os calos e cicatrizes em alto-relevo de todas as vezes que precisei correr de forma incansável para me manter viva, de como tive que lutar com unhas e dentes para que sobrasse um pouco de mim para continuar a contar essa história.

Você pode fazer muitas coisas. Pode tentar apagar as coisas de sua mente, fingir que essa enorme bagunça não existe e coloca-la embaixo de sua cama. Mas os traumas continuam ali e não desaparecem com o tempo, mesmo que esquecidos no fundo de sua mente...

E basta um gatilho para que tudo volte à tona e você tenha que lidar com todas as cicatrizes abertas de uma só vez. E tudo que lhe resta é enfrentar.

...

Minha mente acorda aos poucos e no início realmente não sinto nada. Apenas resmungo, sem realmente querer me mexer. Sabe quando você está em um sono bom e quer voltar para ele? Eu estava nessa situação. Como se não dormisse bem assim há anos. Com o passar dos minutos minha consciência começa a voltar e sinto meu corpo começar a doer aos poucos.

A dor se intensificando até sentir minha cabeça latejar. Pisco algumas vezes enquanto meu corpo e mente desnorteados tentam se acostumar com tantas sensações ao mesmo tempo. Respiro com mais força, sentindo todo o meu corpo protestar, aos poucos minha visão começa a mostrar os detalhes do local em que estou. Sinto-me tão desnorteada que nem mesmo me lembrava de como havia parado na cama de meu quarto. A sensação pesada de estar esquecendo-me de alguma coisa começando a surgir no fundo de minha mente.

SIX FEET UNDER → carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora