Capítulo 61

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Perdoem os erros.

— Você precisa do meu o que? — O doutor quase gritou. Rebecca estava na sala de emergência no qual Max havia criado em sua casa, o lugar era limpo e iluminado. Rebecca ousava dizer que aquele lugar era o mais bem iluminado de toda a casa.

Max estava deitado sob a marca com variados fios em seu másculo corpo. As suas feições ainda era uma lápide fechada, seu corpo continuava rígido, ele parecia querer se defender de algo invisível, parecia que algo estava o torturando.

Rebecca encarou o seu corpo mais uma vez com semblante preocupado. Ela estava aflita por ele, mais o pior era que ela estava aflita com a situação no qual se enfiou mesmo sem querer. Aquiles mal encostava nela e os pecadores toda vez que a via fugia feito um diabo quando ver a cruz.

Até mesmo Red, o seu melhor amigo fugia dela toda vez que ela tentava se aproximar. Tudo bem, Rebecca sabia que a distância seria melhor para ela e para eles, já que sem o contato físico todos iriam evitar constrangimentos futuros como havia acontecido com Abraham e como quase iria acontecendo com Aquiles se ela não o tivesse batido. Saido dos seus pensamentos Rebecca se pegou sendo observada por quatro pares de olhos. Ela encarou ambos com o semblante confuso.

— O que houve? Estou fazendo algo de errado?

— Não! Mais precisamos de você aqui e não no mundo na lua. — Repreendeu o Pecador. Rebecca se encolheu no seu assento. — Desculpe! O que vocês diziam?

— Estou tentando convecer o nosso querido doutor há te alimentar. Conte-me doutor. — Aquiles virou-se em direção ao doutor mais uma vez. — Porquê você não quer alimentar a nossa preciosa?

Nossa preciosa? Rebecca fez uma breve careta.  De onde raios havia saído aquilo?

— Bom, as minhas defesas são grandes..   — Aquiles arqueou uma da suas sobrancelhas. — Estamos ouvido.

— Primeiro! O cheiro dela é pior que um cadáver em decomposição. — Disse ele torcendo o seu nariz. Rebecca lhe lançou um olhar estreito.

— Eu não estou fedendo! — defendeu-se ela. — Está sim! Inclusive acho melhor você sair daqui, está infestando o consultório e isso não faz bem para o paciente. — O doutor já estava pegando sobre o braço de Rebecca, quando Aquiles o impediu o segurando em seu ombro.

— Calma ai camarada! Isso que você sente não tem nada haver com o mal cheiro de Rebecca. — O doutor estreitou os seus olhos. — Está dizendo que o meu olfato está ruim? Eu posso até não ser um pecador mais...

— Ela está em seu momento fertil! — As palavras do doutor foram perdidas no ar. Sua boca estava entreaberta e os seus olhos arregalados.

— Impossível. — O doutor voltou a sentar-se sobre a cadeira, ou melhor dizendo ele caiu duro sobre o assento.

— Eu também achava! Mais o seu cheiro nós diz o contrário. Ela está no momento fértil e nós não podemos encostar nela, você sabe muito bem o quão loucos e selvagens ficamos quando encontramos uma pacadora fértil. — O doutor assentiu. Ele realmente sabia, os pecadores eram insensíveis, alguns eram tão selvagens com as suas mulheres que antes mesmo do ciclo acabar algumas delas morriam.  A época de fertilidade era mesmo uma ruína.

Então é por isso! Todo esse mal cheiro, toda essa tontura e ânsias. É ela que está me fazendo mal.

— Exatamente. A sua raça fora criada para fugir dos pecadores e da sua ninhada. O Criador realmente é um ótimo instrutor quando o assunto se diz cadeia alimentar. — Disse ele em um tom bem humorado.

O doutor estreitou os seus castanhos olhos em direção ao Pecador.

— Ser um Xamã não é nada engraçado Aquiles.

— Eu nunca disse que era! Mais isso não me impede de achar que um sensor ante-pecadores não soe patético. — Rebecca franziu o cenho. Ela literalmente precisava estudar sobre o seu novo mundo. Criaturas que um dia ela achava que nunca iria conhecer, estava ali, bem na sua frente ao vivo e a cores.

— Mais o que é um Xamã afinal? — O doutor lhe lançou um olhar estreito.

— A minha raça são mais conhecidos como Xamã curandeiro mais eminente, o homem fetiche das cerimônias. O Xamã algumas vezes funcionava como um sacerdote ou até mesmo como um rei-sacerdote. Algumas das tribos mais recentes possuíam ambos, os primitivos xamãs-curandeiros (videntes) e os xamãs-sacerdotes, que surgiram posteriormente. E, em muitos casos, o ofício do xamã tornou-se hereditário.

— Então sua raça é como um guia espírita? — O doutor fez uma breve careta. — Digamos que quase isso. Nós sempre fomos raças extintas, quando não eramos perseguidos por humanos eramos perseguidos por Pecadores. E tudo por culpa dos nossos malditos dons. — Rebecca pode detectar perfeitamente o rancor no fundo dos olhos do doutor. Ela podia ver a raiva escondida, o ódio guardado no fundo da sua alma. Ela sabia que aquilo não era bom, ela sabia que o doutor era uma verdadeira bomba relógio.

— Dons? Que dons?

— O dom do futuro. Nós somos videntes, vemos tudo aquilo que as pessoas sempre quiseram ver, e ao mesmo tempo vemos coisas que ninguém nunca queria ver. Somos amaldiçoados, somos uma raça que todos abominam, somos as aberrações no mundo sobrenatural. — Rebecca o lançou um olhar penoso. O Doutor sofria, e ela sabia disso.

— O que é que você tenha visto ou feito quero que você saiba que eu sinto muito. — O doutor lhe lançou um olhar neutro.

— Não sinta! Eu não tenho visões a décadas. Minhas visões cessarão desda... — O doutor engoliu a seco. — Desda morte da minha família.

Os olhos de Rebecca enxeu-se de lágrimas. Ela sempre sentiu o vazio, sempre se sentiu imune aos sentimentos e aquilo lhe deixava completamente frustrada. Mais agora ao observar aquele homem tão tristonho e sozinho, Rebecca soube que aquilo que ela sentia era muito melhor do que o sofrimento reprimido.

A sala se tornou sileciosa. No quarto só se escutava o bip dos equipamentos médicos. Nenhum deles ousaram dizer uma se quer frase... Todos sabiam que dizer frases de conforto não iria ajuda-lo em nada pelo o contrário, aquilo faria ele descer cada vez mais em direção ao precipício.

— Tudo bem, chega dessa papo melancólico. Iae o que você decidiu? Irá nos ajudar ou teremos que procurar por um vampiro medíocre? — Rebecca lançou um olhar perplexo em sua direção.

— Que insensível!

— Eu nunca disse que era sensível. Coisas ruins acontecem, faz parte da vida. Eu também perdir quem eu amava e mesmo assim aqui estou eu! Firme e forte!

Rebecca bufou.

— A diferença aqui meu amigo é que você não tem coração! — Aquiles colocou ambas das mãos em seu peito figindo estar magoado. — Como você é insensível Rebecca.

Ela lhe lançou um olhar sarcástico.

— Eu nunca disse que era sensível!

— Espertinha! — Aquiles voltou a sua atenção ao doutor mais uma vez. — E então? Topa ou não?

O doutor lhe lançou um olhar firme.

— Sim, eu topo. Mais sob as minhas condições.

— Que seria?

— Minhas visões! Todos os meus poderes videnticos serão passados junto ao meu sangue, é isso ou nada feito. 

CORROMPIDOWhere stories live. Discover now