Perdido nas lembranças da sua cabeça está Ryan, um garoto com começo de depressão que guarda uma enorme tristeza em seu coração, a morte do seu Irmão Gêmeo. Seus pais, para não deixar o garoto ser Refém do seu passado, fazem de tudo pelo garoto para...
Sonhos podem ser estranhos,ao ponto de mexer com seu psicológico...
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Naquele momento eu sabia que não era um beijo forçado, era algo espontâneo, algo vivo! Nos próximos segundos senti o baque na orelha, algo que acertou em cheio. Fui arremessado para longe de Anna, batendo a cabeça no balcão logo em seguida.
Eu: -Tá louco!- Algo molhado escorria pelo meu rosto, com uma dor que latejava.
***: -Vai se agarrar com outra, ô esquisito.-
Ele de novo. Aquele maldito.
Anna: -Mas que porra Henri!- Correu até mim e me ajudou a levantar.
Henri: -Vou acabar com a sua raça!- Me agarrou e mais uma vez socou meu rosto.
Anna gritava por ajuda e pedia para que Henri parasse. Apenas vi a enorme concentração de pessoas na cozinha, quando minha vista ficou escura e eu desmaiei.
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***: -Oh! Você por aqui de novo?-
Uma voz grave e distorcida ecoava em meus ouvidos. Aquele ambiente em que eu me encontrava, era escuro, não tanto, mas era. Por todo o chão, uma fumaça branca pairava de forma densa.
***: -Pelo que vejo, as coisas não andam muito bem… Como sempre.- Continuou. -Não aguento mais viver nesse inferno! Liberte-me!-
Nesse momento uma fumaça negra passou por trás de mim, desaparecendo logo em seguida.
***: -Há escuridão suficiente em você? Assim como há… Neles!- Luzes acenderam à minha esquerda, ao longe.
Algumas TV's empilhadas uma em cima da outra. Crianças iam se aproximando e sentando-se em frente aos aparelhos, todos pareciam com os amigos de Anna. Bia, Lucas, Sam… Todos eles estavam ali, e também algumas outras crianças que não reconheci. Uma mulher loira adulta entrou logo em seguida, não a reconheci, mas ela começou a cantar uma música… Uma música tenebrosa…
Aquilo era horripilante… Nas televisões passavam, imagens aleatórias. "Oh senhor, os céus já sabem… Que o nosso lugar é lá em baixo…" De repente tudo se tornou um borrão, as crianças se desintegravam conforme a música era cessada.
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Acordei assustado por conta do meu sonho… O tecido macio de um lençol felpudo me cobria por inteiro, suor escorria por toda minha face. Um calor extremo percorria pelo meu corpo, o quarto estava totalmente escuro, apenas fracos feixes de luz da lua entravam pela pequena brecha entre as cortinas. O som de um BIP irritante apitava a cada segundo… Como aqueles aparelhos de hospital que medem os batimentos cardíacos… Será que eu morri? Ótimo, espero que sim!
Olhei em volta e apenas via a sombra dos móveis presentes naquele ambiente. Pareciam camas de hospital. No canto do quarto uma sombra se formou, um homem. Logo a luz da lua tocou seu corpo, e pude ver seus cabelos pretos bagunçados. Sua veste preta misturava-se junto à escuridão. Um vento gélido soprou jogando as cortinas no ar.
***: -Oi… Como está se sentindo?- Sua voz era bastante grave, parecia um demônio falando.
Eu: -Quem é você?!- Tentei me mexer mas eu não conseguia.
***: -Seu pior pesadelo…- E abriu um sorriso tenebroso, sua boca era cortada nas laterais (Igual a do Jeff The Killer) Não conseguia ver seus olhos e nariz, apenas aquele sorriso tenebroso.
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Tudo se tornou tão iluminado, quando eu pulei da cama e vi os abajures de um quarto calmo e silencioso.
Anna: -Ryan... Você acordou!- Falou sentando na cama de frente pra mim.
Eu apenas respirava freneticamente, tentando me recompor de todas as informações.
Anna: -Ryan… Se acalma, já passou.-
Eu: -Cadê? A mulher? E o homem? Ai!- Ponho a mão na testa e tava com um curativo.
Anna: -Calma…- Ela arrumou o curativo. -Que homem e que mulher?-
Eu: -Uma mulher loira, e um homem com a boca cortada nas laterais…- Minha cabeça latejava de tanta dor. -Onde estão todos?- Perguntei me referindo aos amigos dela.
Anna: -Dormindo lá na sala.- A preocupação estava estampada no seu rosto.
Levantei da cama e fui até a janela. Abri as cortinas e a própria janela também, que estava fechada. A Lua estava cheia e meio amarelada.
Eu: -Tão bonita, e tão sinistra. Igual aquela…- A imagem da mulher loira, voltou a minha mente. Um calafrio tomou conta do meu corpo, o vento gélido que tocava meu rosto, dava à insinuar a noite fria que passaríamos.
Anna: -Tô morrendo de sono. Vem aqui Ryan…- Ela falou com voz sonolenta.
Fechei a janela e dei uma última olhada na lua, seu brilho intenso era lindo e hipnotizador. Caminhei até a cama onde Anna já se encontrava deitada e deitei ao seu lado. Ela se encolheu perto de mim e me abraçou.
Eu: -Não vou conseguir dormir, o pesadelo me pegou. Eu não conseguia me mover e…- Olhei pro lado e Anna já estava adormecida. Encostei na cabeceira da cama e acabei pegando no sono sem perceber.
-De manhã-
Acordei com algo mexendo ao meu lado. Anna estava escapando da cama sorrateiramente. Fiquei ainda com os olhos fechados e depois dei um susto nela.
Eu: -Auêêêêêê!!!- O pulo que Anna deu da cama foi hilário. Ela caiu no chão rindo de raiva, depois levantou e subiu em mim distribuindo vários tapas.
Anna: -Filho da mãe!- Seus tapas eram dolorosos.
Eu: -Para!- Eu ria descontrolandamente do seu tombo.
Anna: -Te odeio, sério!-
Eu: -Precisava ver a sua cara.- Continuei rindo.
Anna: -Tá já deu! Se arruma logo pra gente ir pro acampamento.-
Eu: -Que acampamento?- Levantei confuso.
Anna: -Da escola… Sério que você esqueceu? A diretora avisou mês passado que iriamos acampar hoje!- Ela me olhava com os braços cruzados.
Eu: -Esqueci mesmo… E agora tô sem roupas! Só peguei uma ao sair de casa.- Peguei minha mochila e olhei as peças que haviam dentro.
Anna: -Vai pegar na sua casa, você só não pode perder esse evento!- Ela sai do quarto sem falar mais nada.
Subconsciente: *Veremos se você vai conseguir voltar lá!* Eu: *É... Vou ter que ir.*
Me arrumo e desço as escadas, uma rápida tontura percorre minha cabeça. Mas consigo me recompor e vou até a cozinha. Apenas alguns estavam acordados, e quando me viram disfarçaram, ficaram todos em silêncio.