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Uma pessoa pode ter uma infância triste e mesmo assim chegar a ser muito feliz na maturidade. Ou não...

Dois anos se passaram depois daquele dia

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Dois anos se passaram depois daquele dia. Aquele acampamento ficará na minha memória para sempre. Já estou na faculdade com quase 20 anos. Os jornais daquela época estão guardados na minha cômoda. São as piores lembranças, as que eu queria esquecer, mas não posso, não consigo…
Eu tento não ir até a cômoda para não estar revendo as notícias, mas a tentação é maior. Fui até meu quarto e abri a última gaveta para pegar os jornais.
Folheei os jornais até encontrar aquele que havia as notícias de dois anos atrás.

Me deparei com a notícia de Melissa.

Comecei chorar pela mesma, a garota que eu tinha amado de verdade. Me arrependi amargamente pelo fato de eu nunca ter aproveitado tanto tempo com ela, me preocupando apenas em ficar com garotas, e justo quando eu iria me aproximar dela, ela simplesmente...
Desabei novamente em lágrimas ao olhar para a foto dela na Manchete.
Lembrei do corpo enrolado em uma bolsa de necrotério totalmente queimado...

Olhei a notícia do lado

O Sr. Robson, também havia morrido, encontraram ele morto dentro da sua própria casa, em baixo da cama de casal, enrolado em um lençol. Rastros de sangue foram encontrados, e as digitais de Clarisse foram encontradas no tapete usado para limpar o sangue.

E então passei a página olhando outra notícia...

O carro do Sr. Robson, que estava sendo conduzido pela Sra. Clarice, todo amassado, devido a colisão com um pilar de cimento do viaduto. Não puderam prender ela pelo assassinato do Sr. Robson pois ela morreu também.

Virei novamente a página.

O desaparecimento de Ryan estava em destaque em uma das páginas, nunca descobriram o paradeiro dele, simplesmente sumiu... No acampamento.

Guardei tudo e me sentei na cama, aquilo era de mais, para meu psicológico. Deitei na cama e adormeci.

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Acordei completamente suado. As cortinas voavam no ar, devido a janela que estava aberta. Estava escuro, a não ser a luz da Lua que entrava pela mesma. Um som de BIP contínuo me irritava. Algo pressionava meu nariz e minha boca. Cabos conectados na minha cabeça.

Eu: -Que porra é essa?!- Notei algo perfurando meu braço. Levantei a cabeça e vi duas macas, em uma, o aparelho dos batimentos cardíacos estava normal, na outra o maldito BIP contínuo.
Foquei minha visão no rosto da pessoa que estava na maca do barulho irritante… Meu coração gelou. Pai
Tentei levantar mas a agulha em meu braço me perfurou por dentro. Veio a lembrança em minha mente.

-Ele acordou!- Era uma enfermeira que gritava no corredor.
Logo um médico aparece e checa os aparelhos.
-Graças a Deus!- Suspirou.
-Por que estou aqui?- Pergunto fechando os olhos devagar.
-Verifique o aparelho dele!- O médico apontou para a maca do meu pai, ordenando para a enfermeira.

Levantei e tirei a máscara de oxigênio, peguei o bastão que segurava o soro pendurado, retirei os fios do aparelho cardíaco e andei até meu pai. Ele estava de olhos fechados, mas estavam lacrimejando. O BIP contínuo, junto com a linha reta emitida no aparelho. Notei que eu estava chorando muito, senti meu coração pulsar mais rápido.

Eu: -Argh!!!- Bati as mãos na cama com toda força.

Médico: -Não é possível…- Ele falou e eu me virei o olhando com o maior ódio do mundo, misturado com tristeza.

Olhei meu pai e bati no aparelho cardíaco, olhei Clarisse, que dormia tranquilamente, o BIP sendo emitido normalmente.

Eu: -Me tira daqui seu filho da puta! Diz que essa merda está quebrada!- Cerrei os dentes, olhando o médico.

A enfermeira veio correndo e me agarrou por trás, não consegui ver o rosto dela. Devido ao quarto mal iluminado, dando a entender que não ascenderam as luzes desde que entraram.

Eu: -Paiii!- Me virei para a enfermeira e vi seu rosto. Desmaiei devido a um calmante que me aplicou no pescoço ao me agarrar.

Pensei que fosse apenas um sonho, mas ela existe… Anna! Era a enfermeira.

(...)

Me encontrei novamente deitado na maca, a enfermeira arrumando os meus aparelhos.

Eu: -Saia de perto de mim!- Gritei e olhei ela.

Enfermeira: -Acalme-se!- Falou.

Eu: -Quem é você?- Falei assustado.

Enfermeira: -Sou a Enfermeira Iara.- Sorriu e mostrou o crachá.

Eu: -Desculpe…- Falei aliviado, mas ainda confuso.

Iara: -Você acabou de acordar de um coma de 5 anos, desde o acidente, entendo o por que de estar tão agitado e confuso…- Falou me olhando e contraindo os lábios. - Vou só pegar mais uma coisa, para finalizar meu trabalho aqui e você poderá voltar a dormir.- Sorriu e virou para a mesa onde havia remédios.

Deitei e suspirei. Coma de 5 anos?

Eu: -O que aconteceu no acidente para eu ficar esse tempo todo desacordado?- Perguntei suspirando e olhando o teto. Lembrei do meu pai e Iara falou interrompendo o pensamento logo em seguida.

Iara: -Você bateu a cabeça várias vezes enquanto o carro capotava. Mexeu com seu psicológico.- Falou calmamente.

Eu: -Então, nada daquilo foi real.- Lembrei de tudo que aconteceu nesse tempo que estive em coma, foi tudo um sonho... -E, o meu irmão, o Victor?!- Me veio a vaga lembrança dele.

Iara: -Eu sinto muito, mas ele...- Lamentou.

Eu: -Não pode ser...- Arregalei os olhos querendo chorar.

Iara continuou mexendo na mesa de costas para mim.

Iara: -Isso aqui é lindo não é?- Falou virando-se pra mim e me mostrando o Olhal do tabuleiro Ouija.

Arregalei os olhos e senti uma tontura, junta com dor de cabeça forte.

Iara: -Ta na hora de dormir.- Foi até a janela e abriu as cortinas, possibilitando a entrada da luz da Lua. -Bons sonhos.- Veio até mim e colocou o olhal na minha testa, me fazendo apagar…

Pra sempre

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Livro terminado pessoal! Obrigado por acompanharem até aqui, apenas 10 capítulos mas fiz o possível para serem os melhores. Eu estou escrevendo essa história faz um tempo, por isso a história "Entre Sereias e Tritões" atrasou os capítulos. Em breve terá uma surpresa, deixem suas "teorias" do que aconteceu nessa história. Obrigado! Até a próxima Wolves.

Talking To The MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora