Quer saber como eu ganhei as minhas cicatrizes? | Parte 7.

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Não ligue para ele.

Não ligue para ele.

Não ligue para ele.

Não ligue para ele.

Eu já tinha falado essa frase umas 46 vezes, tentando ao máximo não ligar para aquele palhaço. Fazia tempo que eu não via ele, e agora com o meu término com o Bruce, essa " saudade" só aumentou.

Sem aguentar mais, peguei meu celular do meu bolso do trabalho e fui logo o desbloqueando e indo para os contatos. Meu dedo ficou no meio do caminho sobre o botão verde. Visualizei mais uma vez o número não salvo, não, eu não deveria fazer isso.

Mas eu queria.

Soltei um suspiro de derrota, eu sou uma mulher, tenho que satisfazer os meus desejos não é mesmo? Apertei o grande botão verde do meu celular o colocando no meu ouvido.

Como eu sou idiota.

Depois de alguns segundos, consegui ouvir um silêncio do outro lado, provavelmente ele nem saiba quem é. Fiz uma careta confusa, eu juro que ouvi alguém falar por mordaças.

- Alô?- Perguntou a outra voz. A pergunta fez um eco, talvez ele esteja em um balcão ou algo assim?

Eu já estava com saudade daquela voz, aquela voz grossa e sedutora que sussurrava em meu ouvido.

- Oi. Eu estava aqui pensando com os meus botões, eu tenho uma pizza tamanho família aqui em casa para compartilhar. Por acaso você está ocupado?- Perguntei esperançosa.

Silêncio.

Já comecei a me xingar mentalmente, o que eu queria com um psicopata? O palhaço cantarolou alguma música infantil, provavelmente pensando.

- Agora eu estou um pouco- CALA A BOCA!- Sua voz ficou sombria, aquela mesma voz de dias atrás. Me arrepiei. No fundo consegui ouvir a voz trêmula de outro homem, talvez ele está resolvendo negócios.- Me desculpe, não é com você.

Ele soltou uma risada.

- O que foi isso?- Perguntei ainda com medo.

- Olha boneca, eu estou um pouco ocupado e...- Ele parou para ameaçar a sua vítima de morte se não calasse a boca, era até surpreendente o modo que ele mudava o seu tom comigo e com quem quer que seja essa outra pessoa.- Que tal eu passar aí as 07:00?

Ótimo, esse é um belo horário para transar.

- Certo. Até...- Ele desligou na minha cara.- Mais...

Largo o meu celular em um canto e deito no sofá olhando o teto. Como eu sou idiota, eu não acredito que eu estou praticamente implorando para que ele venha em minha casa. E até engraçado já que algumas semanas atrás era totalmente ao contrário.

Daqui que fossem 07:00 horas, demoraria muito.

Aproveitei essas horas e organizei a casa, por um motivo um tanto inesperado.
Depois de horas, de um bom banho e de uma boa novela, eu ouvi batidas fortes na minha porta. Me levantei automaticamente, e não vou mentir que sorri.
Corri silenciosamente até a porta e a abri.

- Oi.- Disse e dei passagem para ele entrar. O mesmo entrou em passos largos e como de costume, colocou a sua jaqueta em cima do sofá.

Ele mal olhou para a minha cara e já foi direto para a pia da cozinha, tirando as suas luvas e começando a lavar a suas mãos. O tom de vermelho escuro tomou total posse da minha atenção.

- O que é isso na sua mão? Isso é sangue?- Perguntei. Mas é claro que aquilo era sangue, a não ser que ele tenha se esbarrado com alguém cheio daqueles saquinhos de ketchup. A primeira opção era melhor.

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