two

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;love for eva;

Desde o dia em que foi repreendida pela diretora, Yves passou a sentir mais vontade de ir em busca de uma fuga, sempre dando um jeito de escapar para o bosque que tinha ao lado do internato, mas tudo pareceu piorar quando ela encontrou uma saída real para o mundo. O portão grande e pesado de ferro e que sempre rangia quando era forçado a se mover dava para um túnel estreito e longo, que percorria muitos lugares antes de chegar no centro da pequena cidade onde o internato residia. Era tudo muito novo e intenso para Jiwoo, sempre querendo provar e vivenciar tudo o que lhe era oferecido, mas teve sorte de sempre está por perto de Gowon ou Yves, senão temia por si mesma.

-- Chuu nós devemos voltar logo, não quero colocá-las em encrenca. -- A voz rouca de Soo soou baixa, se misturando rapidamente com a das outras pessoas que caminhavam ao redor delas.

E antes que pudesse formular algo para dizer, sentiu novamente a sensação de ser observada, mas isso seria quase impossível se levando em consideração o local no qual se encontrava, entretanto, era diferente a sensação, era algo mais sombrio.

-- Você está bem Chuu? -- Agora quem se pronunciará tinha sido Gowon, seus olhos meigos encaravam preocupadamente a amiga.

Quando o olhar de Jiwoo encontrou-se com o de quem lhe encarava tudo pareceu mudar, o tempo passou a ir mais lentamente, o ar parecia rarefeito, e nada disso passou despercebido por Yves, que passou a encarar Hyeju do outro lado da rua.

A menina estava sem o uniforme do internato assim como as outras três, seus lábios sem esbanjar nenhum sorriso.

-- Vamos voltar, se ela está aqui não sabemos o que ocorrerá se a diretora descobrir.

E então as três partiram em direção ao bosque que as levaria de volta para o colégio, com todas perdidas em pensamentos e temendo que algo pudesse acontecer.

;love for eva;

Son Hyeju era a mais nova aluno do ÉDEN COLLEGE, não é de conversar com ninguém e vivia observando as garotas, era extremamente tímida e odiava ser o centro das atenções, Gowon até mesmo tentou ser amiga dela, mas fora totalmente ignorada, fazendo com que desde então a doce Gowon não saísse de sua zona de vigilância, entretanto, ultimamente quem não saia de sua mira era Jiwoo e isso não agradava Sooyoung em nada.

Hyeju parecia saber muito mais sobre as meninas do que elas mesma, sempre observando e nunca agindo, ela poderia até mesmo ser comparada com um lobo caçando sua presas.

;love for eva;

-- Eu estou com medo, normalmente ela fica de olho na Chae e não em mim, porque hoje ela decidiu mudar? -- A voz baixa e fofa de Chuu soava ela quarto, Sooyoung estava sentada no batente da janela, olhando o céu e Gowon encontrava-se sentada na cama da mais velha ali, perdida nos próprios pensamentos.

-- Tambem gostaria de saber unnie, afinal já estou acostumada com os olhares dela e hoje parecia muito mais intenso do que o que normalmente ela me lança.

Desde que chegaram da rua estavam trancadas no quarto, tentando assimilar o que havia acontecido durante o passeio, temendo serem descobertas.

-- Eu estava pesquisando mais sobre as antigas alunas e descobri que outras duas gerações já passaram por aqui. -- A atenção das mais novas se voltaram para Yves quando finalmente se pronunciou. -- O histórico desse internato de meninas desaparecidas após terem tido contato com o mundo externo é enorme, mas o nome de sete meninas foi o que mais me chamou a atenção.

-- Como assim unnie? -- Agora quem se pronunciará foi Chuu.

-- Na primeira geração desse colégio os nomes: Jeon Heuijin, Kim Hyunjin, Jo Haseul e Wong Viian aparecem em quase todas as pesquisas feitas, elas eram muito próximas e assim como você Chuu, viveram a vida inteira aqui, até a entrada de Viian ou Vivi. -- O olhar de desentendimento de ambas as caçulas fizeram Yves prosseguir tentando achar um modo mais fácil de explicar. -- Vivi era uma garota que amava viver, era muito bem viajada e só veio para o internato porque os pais morreram, e pelo o que parece ela encontrou a saída para a cidade, nisso ela passou a fazer as meninas irem consigo até que diretora descobriu e elas sumiram, nunca mais se ouviu falar delas, mas o quartos das quatro continuam do mesmo jeito, nada mudou e/ou passou a ser de alguma outra aluna.

-- Normalmente quando uma aluna some o quarto passa a ser de outra pessoa, é como se ela abrisse vagas. -- Jiwoo disse olhando assustada para Gowon que tentava compreender o que isso tudo tinha haver.

-- Isso, mas o delas não, é como se fosse intocável aquele lugar, eu passei em frente a eles esses dias e o olhar que a diretora me lançou quando percebeu o que eu estava prestes a fazer e...

-- Yves, você iria entrar lá? -- Gowon se pronunciou, era muito arriscado entrar naquele cômodo se o que Sooyoung dizia ser verdade. -- Pode ser perigoso, você não sabe o que pode haver lá dentro.

Chuu apenas acenou em concordância, poderia parecer exagero, mas se o sumiço das meninas fossem algo realmente sério, Yves não deveria ser imprudente e entrar sozinha.

-- Continue falando unnie, eu sinto que não para por aí.

-- Obrigada Jiwoo, continuando. -- O olhar maternal que lançou para Gowon fez com que a garota deixasse um sorriso nascer em seus lábios. -- Então, sabemos que aqui as punições é a expulsão ou a transferência para outro colégio interno, mas porque com elas foram diferente? Eu não acho nada sobre uma nova transferência ou algo semelhante.

-- Você acha que ela fez algo com as meninas? -- Chuu olhava apavorada para Yves. -- Tipo sequestrar e mantê-las presas ou...?

-- Isso, eu acho que elas podem terem ficados até o falecimento.

O clima pesado e tenso se instalou, todas perdidas em pensamentos, temendo pelo o que estava por vir.

-- Você disse "o nome de sete meninas", porém falou apenas de quatro, e as outras três?

Jiwoo curiosa como sempre, deixou suas dúvidas ganharem vida, atraindo novamente a atenção das outras duas e deixando Gowon ainda mais inquieta.

-- Kim Jungeun, Jung Jinsol e Choi Yerim foram da geração que saiu um semestre antes a sua entrada, assim como Vivi, Yerim era apaixonada pelo mundo, pela vida, pela liberdade, e como na geração anterior, tiveram o mesmo fim que as quatro meninas.

-- Você acha que elas ainda possam estar vivas?

-- Eu vivo aqui a quase dezoito anos, duvido que tenha vivido tanto tempo em cárcere privado.

Nenhuma das três conseguia imaginar como seria a sensação de viver presa no lugar onde nunca quiseram estar. Era agonizante demais, doloroso demais.

-- Espero que elas estejam bem e longe daqui.

Foi tudo o que Sooyoung conseguiu dizer antes de abraçar Jiwoo que parecia nem ao menos ter notado a aproximação.

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