I

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"Eu sou diferente, não sou aquela menina que vai assistir aos seus jogos, sou aquela menina que vai jogar com você."


~*~ DIAS ATUAIS  ~*~


Beijei seu pescoço com vontade, como se fosse a última coisa que faria antes de morrer. Ela suspirava e meu nome saía por seus lábios de forma baixa arrastada, enquanto suas unhas arranhavam minhas costas nuas subindo por meu corpo deixando um rastro vermelho. Suas mãos pararam em minha nuca fazendo uma espécie de cafuné que apenas ela sabia fazer, aquele que fazia com que eu ronronasse. Eu sabia que isso a excitava e ela não temia em demonstrar isso, sorria em meio aos suspiros e gemidos, me deixando ainda mais animado. Eu amava a maneira como ela reagia a mim, como parecíamos ter sido feitos um para o outro.
Desci meus lábios para seus seios nus, distribuindo beijos por todo o caminho, ao mesmo tempo em que baixei uma de minhas mãos para abrir sua calça. Percebendo o que eu queria, ela me ajudou a retirar a peça de seu corpo. Eu estava conseguindo aquilo que tanto queria finalmente ela estava comigo, novamente em meus braços. Encaro seus olhos azuis como um oceano e faço um leve cafuné em seus cabelos curtos e negro-azulados. Eu estava me sentindo realmente feliz ali, não existia o passado e tudo se acertou no final.
Essa pausa não quebrou o clima que havia ali, entretanto um som irritante e que chama minha atenção sim. Acordei com meu celular praticamente gritando ao meu lado na mesa de cabeceira, parecia até que eu estava de ressaca. Pensei seriamente em ignorar e voltar a sonhar, aqueles momentos eram os únicos em que eu não sentia raiva dela, em nome de nossa parceria e depois de tantos anos eu sabia que não devia mais odiá-la e nem desejá-la.
O som de meu celular tocando incomodou mais uma vez e eu, ainda sem abrir os olhos tateei até encontrar o objeto, o atendi sem nem mesmo verificar quem era.
— Alô. — Disse sonolento.
— Bom dia meu Docinho mais perfeito de Leite Ninho. — A voz melosa e estridente soou do outro lado e eu deviria ficar feliz ao ouvi-la, mas, infelizmente, apenas fiquei indiferente.
— Bom dia Fifi, — falei da maneira mais gentil que consegui depois de ser acordado naquelas condições. — São 7 horas da manhã e não tem sessão de fotos hoje, aconteceu alguma coisa?
— Ai meu doce de leite Ninho, eu preciso de motivos pra falar com o amor da minha vida? Ou eu atrapalhei alguma coisa? — Suspirei o mais discretamente que pude.
— É que eu estava dormindo, sabe como fico quando me acordam assim.
— Estava tendo um sonho bom? Você estava sonhando comigo? Obvio que estava né!
— Claro Fi, lógico que eu estava. Sabe que eu só penso em você! — Menti. Eu e Filomena tínhamos uma história estranha e complicada mas, acredite eu não me sentia confortável com isso.
— Ownt, eu já disse que te amo? Sabe que você é o melhor noivo do mundo né... — Senti-me um pouco culpado, mas eu me esforçava para ser o melhor para ela em todos os quesitos. Apesar de ainda ter questões a resolver. — Então eu liguei só pra avisar que vou ai depois do almoço pra resolvermos quais flores vamos usar na igreja e na decoração da festa, sei que eu ia fazer isso com as garotas, mas eu quero sua opinião porque ela é a mais importante, bom a segunda mais importante já que a minha é a da noiva e por tanto a mais importante... Então te vejo depois do almoço, tchau te amo.
—Tchau, te... — Ela nem me esperou terminar de falar e desligou, pensei em tentar dormir de novo, mas sabia que não conseguiria mais pregar os olhos sem que aquele tipo de sonho voltasse, então eu fui tomar um banho e me arrumar pra dar uma volta, talvez tomar café da manhã com meu pai.
Sai do banho já eram umas 8 horas da manhã, a Nathalie passou em meu quarto para avisar que meu pai queria falar comigo.
— Bom dia pai. — O cumprimentei assim que cheguei a copa e sem muita cerimônia sentei-me à grande e vazia mesa junto com ele.
— Bom dia Adrien, como está? — Ele perguntou, sem nem mesmo tirar os olhos do jornal. Acho que ele nunca me perdoou por "trocar" Marinette por Filomena.
— Muito bem e o senhor? — Ele meneou um sim com a cabeça e eu reparei em como, apesar dos anos, ele não parecia ter mudado. Talvez o cabelo louro quase branco o ajudasse a esconder a idade. — Já terminou a nova coleção?
— Sim... Filomena quer uma coleção inteira inspirada no casamento. — ele suspirou e finalmente olhou para mim, — e como vão os preparativos?
— Tudo certo... Na verdade ela vem aqui hoje, disse que quer minha opinião sobre algumas finalizações.
Gabriel Agreste respirou pesadamente, finalmente dobrando o jornal e o pousando sobre a mesa.
— Adrien, eu queria mesmo falar sobre isso com você, — ele entrelaçou as mãos e encarou meus olhos com os seus cinza-azulados. — Filho, você tem certeza de que quer fazer isso? Digo, se casar com esta mulher.
— Pai eu gosto mesmo dela e ela de mim. — Respondi simplesmente, eu sabia o que começaria a partir daí e queria evitar.
— Mas você não pode negar que ela é, bem, irritante e fútil, completamente o oposto do que você sempre buscou. — Falou de um jeito mais carinhoso. — Quer mesmo passar o resto da sua vida do lado de alguém como ela?
Larguei a colher já cheia da minha salada de frutas na mesa e tapei meu rosto com as mãos desejando que ele já houvesse acabado. Aquela não era a primeira vez que tínhamos esta discussão.
— Sei que você ainda ama a Marinette e ela vai voltar um dia, não estrague a sua vida só porque ainda está com raiva dela, já se passaram cinco anos filho, está mais do que na hora de esquecer isso. — Ele continuou e eu finalmente perdi a paciência.
— Era isso que o senhor tinha para me dizer? — Perguntei fazendo que fosse me levantar sem nem mesmo terminar o café e ele voltou a pegar o jornal.
— Há outra coisa, nós temos um novo advogado e vocês serão apresentados ainda está semana. Todos os nossos assuntos, incluindo o casamento, o acordo pré-nupcial e assuntos de sua carreira serão tratados com ele.
Terminamos de tomar café completamente em silencio. Ele foi para seu escritório sem nem mais uma palavra e eu fui fazer uma caminhada. Meu pai não era o único contra o meu casamento, Nino e Alya, que já não estavam mais tão próximos a mim, Nathalie mesmo sem deixar clara sua opinião.
Eu nem sequer tinha um padrinho.
Odiava admitir, mas nessas horas eu até sentia falta de Marinette, mas ela resolveu me deixar e eu não ia ficar esperando ela pra sempre...

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