XII

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— Esquece a aposta. Tenho uma proposta pra te fazer! — Marinette me lançou um olhar desconfiado, mordeu o lábio inferior e fez um gesto com as mãos para que eu continuasse. Respirei fundo e olhei em seus olhos azuis com determinação.

— Vamos pra algum lugar, só nós dois? Sabe, fugir para algum lugar por uma semana, ficar sozinhos e ver se isso,  — apontei para mim e para ela, — se a gente ainda dá certo como antes… —  Perguntei com esperança de que ela aceitasse sem pensar. Sei que a minha ideia parecia coisa de adolescente, mas talvez eu só quisesse de volta os anos que devia ter tido ao lado dela.

— Olha… — Começou. — E sua noiva, os nossos trabalhos? Não dá pra simplesmente abandonar tudo assim por uma coisa que nem sabemos no que vai dar… — Percebi que ela estava tensa, parecia realmente não querer ir. Então, eu iria convencê-la.

— Quanto a minha noiva, eu nunca gostei dela de verdade e nós estamos juntos apenas por… —  Não terminei, podia não ser uma boa ideia contar para ela sobre o trato. — Só estamos juntos pois eu estava carente e as coisas foram acontecendo sem eu nem me dar conta. A única pessoa que eu amei de verdade até hoje é você. — Não era mentira e ela sabia disso. Mesmo assim pareceu não se convencer.
— Tudo bem, mas ainda tem o fato de que eu trabalho. Não posso simplesmente sumir por ai sem explicação.

— Mari, eu sou praticamente o dono da empresa em que você trabalha e além disso eu tenho certeza de que meu pai não ia se importar nem um pouco com isso. — Ela abriu a boca para contradizer. — Antes que você fale, eu sei que eles vão sobreviver a uma semana sem mim e sem você. — Segurei as mãos dela de maneira delicada. — Vamos Mari, fazer uma das minhas loucuras não vai te matar e você sabe disso. Eu só quero uma prova de que nós temos que ficar juntos, de que ainda podemos ser aquele casal de “foram feitos um para o outro”.

— Se a gente der certo? Quer dizer, você tem uma noiva... e ficamos separados por tanto tempo que tem horas que você parece outra pessoa. Então, e se, a gente ainda der certo? — Falou olhando para baixo e eu sorri, ela ia comigo. Levantei seu rosto com uma mão e a deixei encaixada em seu maxilar.

— Se a gente ainda der certo, Marinette Dupain-Cheng, eu nunca mais vou te deixar escapar. Se você pensar em ir pra algum lugar eu vou com você e você nunca mais vai se livrar de mim! — Ela sorriu, eu a puxei para um beijo e assim como aquele na sacada, esse foi lento e apaixonado, cheio de sentimento. Nos separamos pela falta de ar e eu me levantei rapidamente.

— Pega suas coisas que a gente vai agora mesmo. Já sei até para que lugar. — Falei já subindo para pegar as chaves da moto.

~*~


Eu queria sair fugindo mesmo, queria a sensação de fazer isso com ela e foi por isso que passamos pela minha casa apenas para que nós pudéssemos pegar os documentos e trocar de roupa.

Coloquei a primeira roupa que eu encontrei. Era uma calça jeans clara, uma camiseta preta lisa e meus tênis de couro, nem me importei em me arrumar, deixei os cabelos bagunçados no meu melhor estilo Chat Noir, peguei minha jaqueta de couro marrom e fui atrás da Mari no quarto dela.

Por mais simples que ela estivesse, estava linda, ela colocou um shorts jeans preto de cintura alta, uma regata cinza escura meio solta coberta por uma jaqueta parecida com o shorts só que mais clara e prendeu o cabelo num coque desajeitado. Quase nem esperei ela terminar de calçar os All Star brancos e pegar a bolsa para puxá-la pra fora de casa. Como se nós ainda fossemos adolescentes de 17 anos saímos sem falar com ninguém, dando um “perdido” em todos e fomos para o aeroporto na minha moto só com a roupa do corpo.

Comprei nossas passagens em um daqueles guichês automáticos. Nosso voo só ia sair lá pra umas 6 horas da tarde, então nós fomos dar uma volta pelo aeroporto e comer alguma coisa. Estávamos em um dos cafés que tinha por ali quando ela me obrigou a contar o lugar que eu havia escolhido, eu ia fazer surpresa, mas ela sabia ser bem convincente quando quer.

Pelo menos Marinette gostou do destino, disse que uma vez quando estava no 3º ano da faculdade alguns amigos dela foram para lá mas ela estava doente e não pode ir.

Depois de um tempo, nós já havíamos terminado de comer e dar umas voltas pelo aeroporto, quando começaram a chamar para o embarque. Eu me sentei na poltrona da janela e a Mari escorou a cabeça no meu ombro já pronta para dormir, aparentemente ela sempre dormia quando andava de avião.

Pela experiência eu sabia que o voo ia durar por volta de 1 hora e 40 minutos, mesmo assim eu estava parecendo aquelas crianças chatas que ficam perguntando se está chegando a cada 5 minutos, por isso eu sabia que a minha sensação seria de que o voo ia durar umas 20 horas. Segurei a mão dela e para ser honesto, estava tão bom ali com ela que eu não me importaria se realmente demorasse todo esse tempo.

~*~


Assim que o avião começou a descer Mari despertou sozinha. Nós desembarcamos no aeroporto de Dublin - Irlanda e fomos pesquisar um lugar para ficar, um lugar pequeno e aconchegante, como aquelas pousadas de filmes. Achamos uma pousadinha aconchegante chamada “Tinode House”, chamamos um táxi e fomos.

Era um lugar perfeito para recém-casados, a casa era um sobrado de dois andares toda de tijolinhos vermelhos e grandes janelas com flores cor lilás nos canteiros.

Fomos atendidos por um casal de idosos, eles eram muito simpáticos. Não tinham muitos quartos, mas por sorte eles tinham um para nós e assim como a casa o quarto era simples: pequeno, todo em tons pastéis, com uma cama não muito grande de casal, criados-mudos com abajures brancos dos dois lados da cama e um banheiro pequeno.

Nós mal entramos no quarto e a Mari se jogou de costas na cama, fiquei por cima dela e começamos a nos beijar, ela entrelaçou os dedos nos meus cabelos e segurei a cintura dela com o braço livre. Ficamos um tempo assim, só nos beijando e conversando.

~*~

(Mansão Agreste - França)

Era por volta das 5 horas da tarde quando a loira de olhos verdes chegou na casa do noivo e procurou desesperadamente pelo mesmo sem conseguir encontra-lo.

— O Adrien não está. — A loira olhou para trás reconhecendo a voz.

— E onde ele está? — Nathalie fez uma careta discreta ao ouvir a voz enjoada de Filomena.

— Ele passou a noite fora e passou rapidamente aqui com a senhorita Marinette, mas não informou para onde iria, portanto receio não ter como responder a está pergunta. — Filomena soltou um ruido de insatisfação e começou a bater o pé no chão.

— O pai dele está?

— O senhor Agreste está ocupado no momento.

— Perguntei se ele está e não se está ocupado. Sou a noiva do filho dele e sei que ele vai me receber.

Sem se importar muito com a bronca que a outra ia receber Nathalie guiou Filomena até escritório do Agreste.

Assim que chegaram às majestosas portas de madeira envernizada a assistente deu três batidas na porta, anunciou a garota loira e esperou autorização para entrar. Gabriel Agreste não havia mudado muito, a maior mudança é que agora ele não mais carregava a cara fechada e sempre carrancuda, nos dias atuais era possível vê-lo sorrindo mais. E assim que viu a futura nora abriu um sorriso de canto já imaginando o assunto.

— Boa tarde Filomena, sente-se, — falou sem sair de trás da grande mesa coberta de croquis.

— Boa tarde Gabriel, estou aqui para falar sobre o seu filho e aquela sua hóspede.

 
~*~*~*~
 
Hey panquecas :3
Tudo bem??
E os bloquinhos do carnavral?
Esse ano acho que eu vou de Unidos da Netflix e escritores, além de uma penca de livro que eu tenho atrasado kkk
Bem, não sei se ontem eu disse que que voltava mais tarde com um capítulo extra, mas hoje eu volto huehuehue
Kissus ^^

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