Cap 48 Heitor

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Estava indo tudo bem até o infeliz do meu pai aparecer de novo, não sei qual a dificuldade de entender que não quero e não vou voltar pra máfia

Cresci ouvindo do meu pai que a máfia seria minha herança quando ele se fosse, passei anos treinando com armas e todo tipo de lutas, no começo eu gostava de tudo aquilo, era tudo muito emocionante, tinha uma adrenalina e tal, mas com o tempo percebi que não era só aquele mar de rosas. Um dia meu pai me levou pra uma "missão", eu fiquei feliz por ter sido escolhido, mas essa felicidade durou pouco, mesmo sendo criado pra ser um homem sem sentimentos e de sangue frio, quando ele me disse "Filho, essa é sua primeira vítima, mate-o agora", eu senti que não conseguiria fazer, era um senhor que aparentava ter uns 60 anos, ele era bem arranjado, estava saindo de um escritório chique, eu cheguei a pôr a cabeça dele na mira do meu fuzil mas não tive coragem de atirar, então meu pai me tomou a arma e atirou ele mesmo sem dó na cabeça do senhor

Heitor: Por que pai?

Gregório: Porque ele era um verme que devia pra máfia, que esta seja a primeira e última vez que desobedece uma ordem direta Heitor, era pra você matá-lo!

Heitor: Mas...

Gregório: Mas nada, que não haja uma segunda vez ou eu mesmo vou ser obrigado a denunciar você, sou um dos donos da máfia filho, mas não tenho poder pra impedir que arranquem sua cabeça caso cometa outro erro como este

Depois disso ainda fiquei alguns anos na máfia, matei vários mesmo não querendo, eu não gostava daquilo mas era obrigado a fazer, ou matava quem eles mandassem ou morreria da pior forma possível, quando decidi sair fui ameaçado mas eles "deixaram" que eu me afastasse pra pensar, quando disse que não voltaria quase fui morto, me mudei pra São Paulo, como já tinha várias formações, foi fácil conseguir emprego na clínica pra dependentes químicos

Saio dos pensamentos com a voz que acalma meu coração

Joy: Tudo bem?

Heitor: Não, é tudo culpa minha isso Joy, eles vão usar vocês pra tentar me fazer voltar pra máfia, não quero voltar, mas também não quero que vocês paguem por isso

Joy: Uma vez, minha mãe me disse que quando amamos alguém, temos que lutar por essa pessoa, agora não importa de quem é ou deixa de ser a culpa, o que temos que fazer é unir as forças e lutar pelas pessoas que amamos, que no momento estão sendo ameaçadas, não importa o que aconteça, vamos estar sempre unidos

Heitor: Tem razão, é certeza que não vão achar eles aqui?

Joy: Sim, além de ser bem escondido, tem abafador de som, se os pequenos chorarem ninguém aqui em cima escuta

Heitor: Tá bom, vamos?

Joy: Vou só mandar chamar o Marcão aqui, avisa a Bianca

Ela me dá um beijo e sai, sigo pro quarto de hóspedes e encontro Bianca com Geovanna no colo, ela me olha e sorri fraco

Bih: Já temos que ir né?

Heitor: Sim

Bih: Vou me despedir dos meus pequenos e já vou

Heitor: Tá bom

Desço e já encontro todos na sala inclusive Marcão

Joy: Guto, Marcão vai tomar conta aqui do morro até a gente voltar, você fica com as meninas no quarto e não sai pra nada, entendeu? Pra nada

Guto: Mas Joy...

Joy: Já disse, pra nada, quer morrer e deixar seus filhos órfãos? Não né? Então faz o que tô falando e não bota as fuças fora daquele quarto, entendru Augusto?

ALEMÃO-"A DONA"Onde histórias criam vida. Descubra agora