Cap 104 Joyce

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Papai começou a me contar tudo que aconteceu enquanto estava preso, eu fiquei chocada, os métodos de tortura do Mauro ultrapassam os meus e variam bem mais, eu uso poucas ferramentas e quase não estendo o tempo de tortura, apenas machuco e mato

Joy: Quando o pegarmos, ele não vai morrer tão cedo, vou fazer ele me ensinar seus métodos de tortura, quero aprimorar minhas habilidades e depois passar pro Matheus

Antônio: Como? Quer corromper o garoto com isso?

Joy: Ele já é maior pai, você me ensinou a torturar quando eu tinha 13 anos se lembra? Eu dei a ele a chance de ter infância, coisa que você não me permitiu ter

Antônio: Me perdoe por isso meu bem

Joy: Já perdoei, agora começa a falar, quero saber de tudo, absolutamente tudo, principalmente informações que eu possa usar para acabar com ele

Antônio: Superou o medo que tinha dele?

Joy: Não, ele ainda me assusta mas isso não vai me impedir de acabar com ele, pra manter minha família a salvo eu faço qualquer coisa

Antônio: Muito bem, continuando: ele me mantinha trancado num velho prédio no sul de São Paulo, não me pergunte onde é exatamente porque eu não sei, apenas sei que fica no sul porque ouvi um áudio que um dos capangas do Mauro abriu perto de mim, ele mexeu num treco digital e de repente uma voz surgiu falando algo sobre como estava a situação na zona sul, aí ele respondeu que estava sob controle

Joy: Pai, quero informações realmente importantes e que me ajudem, isso é irrelevante

Antônio: Ele me torturava diariamente usando de seus métodos grotescos e dolorosos, quando eu ficava muito ferido, ele mandava cuidarem de mim até melhorar e depois recomeçava as torturas

Joy: Quem cuidava do senhor?

Antônio: Uma moça que eu ouvi uma ou duas vezes ele chamarem de Samara

Joy: Sabe o sobrenome dela?

Antônio: Não faço ideia, mas sei dar uma descrição, ela é loira, mais ou menos 1,70 de altura, uns 27 anos, cabelos bem cumpridos e o corpo bem definido

Joy: Ótimo, você acabou de descrever mais ou menos metade da população feminina do Brasil

Antônio: Bom, essa tem uma cicatriz bem feia no rosto, lado esquerdo para ser mais específico

Joy: Isso reduz a lista, vou mandar varrerem o Rio de Janeiro até achar ela, enquanto isso, me conte mais

Ele olha pra cima e respira fundo

Antônio: Ele tem alguém infiltrado aqui, eu não faço ideia de quem seja, só sei que alguém passa informações pra ele a alguns anos

Mais essa agora, um x9, tudo que eu precisava

Antônio: Eu ainda não entendi porque ele me manteve preso todo esse tempo, eu já estou velho, muita coisa mudou e nem todo morro tem a mesma estrutura de antes, mas mesmo assim ele vivia querendo saber sobre todos os que já invadi

Joy: Ok, vou te dar tempo, quem sabe você se lembra de mais alguma coisa

Saio do posto sendo seguida pelo velho que mais parece um espantalho todo remendado 😂

Joy: Leva o velho lá pra minha casa

Vapor: Pra já chefia

Antônio: Onde você vai?

Joy: Te preocupa com isso não, daqui a pouco o Guto chega com as crias dele e o Ruan também

Pego uma moto e desço o morro até a boca mais perto da entrada, chamo todos os vapores da contenção

Joy: Espalhem por todo o complexo, quero todo mundo sabendo da existência de um x9

Um vapor se aproxima e fala próximo do meu ouvido uma coisa que me deixa indignada mas que faz sentido

Joy: Vou investigar, se for pilha eu mato você

Vapor: Garanto que não é pilha patroa

Joy: Sua cabeça agradecerá se não for, porque se for ela vai ser separada do corpo

Ele acena com a cabeça e sai de perto de mim

Joy: Vocês tem suas ordens, espalhem a notícia imediatamente, quero todos sabendo que temos um traidor entre nós

Vapor: Pra já chefia

Joy: Pra já e tão caçando o que aqui ainda?

Eles saem correndo, alguns voltam aos postos pra passar a informação a quem entrar e sair e os outros saem pra espalhar a notícia pra geral

Eu volto pra casa, lá encontro Guto, as crias dele e a mulher na sala, Bia corre e me abraça, Pedrinho faz o mesmo

Joy: Quanto carinho, isso tudo é saudade?

Bia: Sim

Pedro: É!

Joy: Humm

Guto: Prazer, Augusto, seu irmão

Joy: Já te vi Guto, e não tô nem aí, tem alguém que quer rever você e conhecer as crias, vai lá no escritório

Ele faz sinal pros filhos que acompanham ele, Letty fica comigo

Joy: Solta

Letty: Seu irmão tá ficando louco por causa da sua indiferença, ele mandou um cara pro hospital todo quebrado só porque olhou pra mim, outro com a perna quebrada só por ter dado um passo a mais do que ele mandou

Joy: Augusto já é bem grandinho Letícia, ele foi ensinado a controlar a raiva e todo sentimento que torne o comando dele fraco ou duvidoso

Letty: Acho que ele não aprendeu a lidar com o seu desprezo

Joy: Problema dele, isso é pra ele ter o mínimo de noção do que ele fez a Kelly sentir

Ela não fala mais nada, apenas se estica no sofá e fica

Papai sai acompanhado de Guto e Bia

Joy: Cadê o Pedro?

Bia: Foi no banheiro

Guto: Que pegadinha é essa Joyce? Quem é esse cara?

Antônio: Não me reconhece mesmo Augusto?

Guto: Não, não reconheço, não sinto que estou falando com meu pai

Joy: Passa um tempo com ele velhote, depois rala

Bia: Como é, tia? Vai mandar seu pai embora todo machucado? Depois de anos sem ver ele, eu achei que você quisesse ele por perto

Joy: Pois achou errado, quero você, velho, longe daqui

Antônio: Por que isso filha? Achei que tinha me aceitado de volta

Joy: Repito, achou errado!

Antônio: Eu não sou ameaça Joyce

Joy: Pra mim você não é mesmo, mas também não me serve de nada, quero você fora do meu morro

Ele começa a rir e me olha com desdém

Antônio: Seu morro? Você sabe que pelas regras você não é mais dona do complexo, eu tô vivo, você não manda em mais nada

Marcão: Aí que o senhor se engana tiozão, sai e dá só uma olhada lá fora

Todo mundo sai rápido da casa e o que vemos me deixa extremamente chocada, é surpreendente...















#Continua...

Por que será que dona Joyce não quer o papis por perto? Será que ele pode mesmo tomar o morro dela?

ALEMÃO-"A DONA"Onde histórias criam vida. Descubra agora