Enjaulados

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Therisa andava pelas ruas abafadas do centro da Capital. Estava há dois dias sob o teto daquela enorme caverna e tentava se esquecer do terror que passara ao fugir de sua antiga casa. Em suma tudo era exatamente igual, ao tratar da aparência.

A Capital era iluminada pela luz catedral, um teto claro que simulava a luz do dia e se estendia ao longo de toda a cidade. As ruas eram largas e asfaltadas com um piso cinza e a 8 metros de altura havia rampas que cruzavam a cidade ligando os principais prédios. Era difícil conseguir localizar casas ao longo da habitação. Eram dezenas de prédios iguais espalhados em ruas geométricas. Telas flutuantes sempre pairavam pelas ruas transmitindo avisos e informações. Basicamente a cidade se dividia em 5 áreas, habitacional, produtiva, tecnológica, militar e política.

A área habitacional ficava ao sul, era um complexo de prédios largos, rodeados de alguns arbustos e lagos artificiais. Cada prédio podia abrigar 3 mil famílias e em alguns casos poderiam viver mais de uma família dividindo um apartamento. Nesta área não havia nada além de praças e quadras para o lazer. Era a maior área da Capital.

Com prédios finos e mais tecnológicos, a área produtiva ficava disposta no centro, um lugar em que a produção de alimentos, roupas e utensílios acontecia. Os trabalhadores, todos os dias, saiam de suas casas em direção aos lugares destinados de serviço e lá ficavam 5 horas seguidas trabalhando. Os recursos eram levados por túneis até o subsolo dos prédios, tudo extraído das minas que eram isoladas da cidade. Diversos tipos de metal e rochas eram usados.

A parte tecnológica, ao leste da zona produtiva, era responsável direta pela sobrevivência de todos. A área foi a primeira construída, completamente criada com tecnologia da superfície salva antes do fim da civilização. Os cientistas conseguiam retirar a energia através de um sistema de radiação criado a muitos quilômetros abaixo daquela Capital. Uma fonte de calor alimentava uma construção química em forma de usina nuclear, tecnologia muito bem pensava por não trazer poluição alguma para o interior da caverna em que moravam. Tudo era elétrico, baterias desenvolvidas para durarem semanas sem recargas. A produção de alimentos sintéticos, roupas providas do próprio solo e água de nascentes subterrâneas eram conquistas significativas pelo departamento tecnológico. A parte mais importante dessa área talvez fosse os três prédios hospitalares. Dois para os pacientes e um deles para o desenvolvimento de medicamentos. Semanalmente, centenas de pessoas eram atendidas, mas muitas nem chegavam a sair dos prédios, morriam lá mesmo. Um vírus chamado Kerbonus assustava mais que as formas de vida que habitavam a superfície. A maior parte da população morria por causa desse vírus.

As instalações militares ficavam na zona oeste da Capital IX e dispunham de hangares e prédios mais baixos. Tanques e veículos eram guardados além de um forte armamento: metralhadoras, mísseis, armas a laser, fuzis de assalto, rpgs, revólveres, além de granadas, lançadores, drones atiradores, helicópteros, armaduras de combate, droids de calor e outros aparatos que se mostraram falhos na luta contra os extrabioformes daquela zona se abria uma extensa estrada que levava até o presídio onde estava Rup.

Ao norte, em construções com menos de 5 andares, ficava a zona política, um lugar tranquilo, recheado de segurança e fontes d'água, com divisão de 3 departamentos simples além das residências dos 3 chefes de estado. O primeiro departamento era responsável pela divisão e acomodamento de famílias. O segundo cuidava da justiça propriamente dita, um lugar de julgamento e aplicação das 10 leis. O terceiro cuidava de investigação e espionagem, um lugar que buscava assegurar a segurança de todos e coletava informações de pessoas a margem das leis, como os rebeldes.

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