Caminhos a seguir

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Rup entrou em uma sala circular com vidraças enormes e reparou que já estava lotada. Os prisioneiros de seu grupo que eram os últimos que faltavam para que as instruções fossem passadas. Todos olharam para uma figura encolhida e gorda que estava no centro de uma base redonda, como uma espécie de picadeiro. Todos olhavam curiosos ao redor.

- Espero que saibam que as informações que receberão são confidenciais, mas, além disso, espero que saibam que também serão muito úteis para vocês não morrerem tão rápido, durante as 24 horas que irão viver o mais pleno terror.

Todos tremeram.

- Pasmem, já participei de algumas subidas, inclusive participarei desta! Ficarei o tempo todo na base leste. Vamos discutir isso mais adiante. Por enquanto quero que vocês entendam do que se trata a superfície.

Um telão em forma de globo desceu e todos os prisioneiros que se sentavam ao redor do centro da sala puderam observar as imagens em 360 graus. A primeira coisa a ser mostrada foi uma área vista em imagem de satélite, um mapa octogonal e irregular. Surgiram então três tipos de pontos coloridos na imagem.

Verde - Os pontos verdes contornavam a área octogonal do mapa de ponta a ponta.

Vermelho - Apenas um ponto em uma área a sudeste.

Laranja - Dois pontos, um a leste e outro a oeste.

- Como podem ver, temos três cores indicativas no mapa. A verde representa os muros, a vermelha é o ponto em que vocês entram e saem da superfície e os pontos laranja são as bases.

Rup soltou um grito curto, estava entusiasmado com tudo aquilo.

- Os muros, como sabem, foram a primeira tentativa de defesa as vidas extraterrestres. Ao perceber que eles estavam marchando para a terra que antes habitávamos, resolveram que a melhor forma de se defender era com altos muros e rigoroso controle do espaço aéreo. O que não adiantou. Com o tempo a ameaça veio de dentro dos próprios muros, através dos extrabioformes.

Ao lado de Rup, um rapaz de óculos e topete marrom parecia decorar e repetir tudo que era passado.

- Extrabioformes, seres sem inteligência trazidos pelos invasores como máquinas de guerra. Muros construídos em três semanas, a população inteira se levantou para isso. Invasões internas, possivelmente ovos.

- Fique quieto! - Ordenou Rup erguendo um dos braços na direção do rapaz.

- Bem, saindo daqui vocês vão encontrar os restos de uma civilização humana da antiguidade, de antes da invasão. Casas, prédios, lojas, mercados. Tudo em ruínas. - O militar que os instruía indicou no telão algumas imagens de prédios inclinados e destruídos, casas pela metade. Um ambiente coberto de gigantescas árvores e mato crescendo por todos os lados. - Há um gigantesco bosque nas proximidades do ponto da subida e através deste bosque que vocês chegam a uma das bases. A mais próxima.

A figura do mapa inteiro retornou para os prisioneiros e a explicação seguiu em frente.

- Há, além das duas bases, a zona sul do mapa, ela fica além de um grande rio e contém a maior parte dos ninhos de quatro espécies dos extrabioformes. Devo falar algo para os senhores ou já compreendem que ninguém que pisa naquela área retorna?

- E não seria interessante buscar informações lá? - Perguntou um dos prisioneiros.

- Bem, já fomos algumas vezes, com câmeras e drones. - Disse o baixinho em um tom de desânimo. - Simplesmente só há ninhos e os escombros de muitos prédios, Quase não há casas naquela parte. Há um motivo para isso, mas irão ter conhecimento dele em outra palestra.

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