Olhar para aquele rosto e vê-lo ao meu lado parecia certo. Mas pensando pelo lado de minha amiga Clara, já não parecia mais tão certeiro. Acariciei seus cabelos observando seus olhos abrirem lentamente mostrando para o mundo o quanto claro e brilhante era seu olhar.
- Acordada?
- Sim. Estava te observando.
Um sorriso extra largo de orelha a orelha abriu em seu rosto e assim levantou dando um beijo em minha bochecha.
Me levantei, preparei um café da manhã para nós e o tomamos calmamente.
Durante o café, recebi uma ligação do Mauro e é claro que eu não iria recusar.
- Beth, cheguei. Quando vem?
Olhei para Charles e ele deu de ombros, para que eu decidisse.
- Daqui a uma hora, pode ser?
- Não se atrase, estou morto de saudades.
- Eu também, maninho.
Deixei o celular sob a mesa e voltei a tomar meu café.
- Espero que sua intimidade comigo seja maior com a que tem com ele. - Fingiu seriedade mas eu sabia que ele estava apenas amenizando o clima quanto a noite passada.
- Ainda não. - Dei um riso. Fui para o banheiro e ele apenas riu e tornou a terminar o café.
Tomei um banho longo e quente e fiz minhas higienes, ansiosa para encontrá-lo e o trancá-lo naquela casa para que não vá mais embora.
Só esperava uma coisa, que o Dylan não estivesse lá. Seria decepcionante e o clima ficaria tenso. Não teríamos e não conseguiríamos produzir uma conversa agradável com sua presença.
Saí do banheiro e vesti um vestido longo florido, com uma rasteirinha e o cabelo em um rabo.
- Uau! - Me olhou dos pés a cabeça. - Se eu pudesse tomar café todos os dias vendo você, não precisaria de mais nada.
Um sorriso corado saiu do meu rosto me mostrando agradecida.
- Como nós vamos? - Perguntou enquanto passava seu perfume. Ele estava pronto.
Descemos a escada insinuando nossa saída.
- Andando. - O olhei enquanto abria a porta de casa para sairmos.
- Então você gosta de andar? - Segurou minha mão.
- Não sei dirigir. - Me olhou rindo. - E eu amo andar.
Andamos até a casa do Mauro, que mal esperou batermos na porta quando abriu e nos convidou a entrar.
A casa continuava com os mesmos móveis e do jeito que deixara quando se mudou de volta para Barking. Como a família é bastante afortunada, uma diarista fica cuidando da casa.
Ao entrar, Mauro veio em minha direção e dessa vez não me abraçou como todas suas recepções.
- Não vai me abraçar? - Perguntei.
- Seu namorado achará ruim. Eu respeito isso.
- Isso é verdade, Charles? - O olhei aguardando uma resposta, negou com a cabeça nos convencendo de que não haveria esse tipo de impasse.
- Sendo assim, vem cá Bethzinha.
Pulei em seus braços abertos que me esperavam, me apertavam e me rodavam. Era confortável estar ali, matando a saudade. Com tantos anos longe, cada encontro que tínhamos era como se não nos víamos a mais de dez anos. Sempre demos prioridade a nossa amizade.
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INESPERADO AMOR [CONCLUÍDO]
RomanceTalvez um grande romance, talvez um grande drama ou talvez uma comédia de leve. Talvez você se surpreenda ou talvez você fique encantado. Talvez você goste de uns personagens e talvez odeie outros. Mas quais tipos de histórias não envolvem tantos se...