CAPÍTULO 57

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- Eu preciso ir ao banheiro. - Disse ao Breno depois de muita dança. Ele assentiu e eu fui.

A noite percorria como o esperado para uma festa tão grande e lotada.

Caminhando pela casa à procura do banheiro mais próximo sem uma enorme fila, subi as escadas e decidi ir pelo quarto do Mauro. Por sorte vi ele em baixo dançando com sua acompanhante e saberia que se eu entrasse, não atrapalharia em nada.

- Elizabeth.

Ao escutar meu nome ser chamado por aquela voz tão conhecida e naquele lugar, onde já havia acontecido várias lembranças, fez meu coração acelerar e minhas mãos ficarem geladas automaticamente.

Minha mão estava na maçaneta quando o escutei. A tirei lentamente e o olhei.

- Eu só não quero enfrentar uma fila enorme, por isso estou aqui. - Assentiu um pouco confuso.

- Eu não te segui por isso. - Concordei balançando a cabeça meio de lado.

Fiquei sem reação. Tentei desviar meu olhar dele algumas vezes, mas nossos olhos sempre se encontravam e se fitavam.

- Eu.. vou ao banheiro. Prometo que não irei demorar, muito menos invadir a privacidade de alguém.

- Sim. - O olhei confusa e ele ainda me encarava. Parecia nervoso.

- Com licença. - Fiz a pequena reverência para me encaixar no clima do baile e abri a porta.

- Me concede a próxima dança?

- Sim. - Disse por impulso.

- Te encontro lá em baixo. - Fez reverência com a cabeça e desceu.

Entrei meio travada no quarto do Mauro e até me esqueci da vontade de ir ao banheiro. Me sentei em sua cama e fiquei pensando em algum motivo para eu ter aceitado dançar com o Dylan. Nenhum me veio em mente.

- Foi aquilo mesmo que eu escutei? Você vai dançar com o Dylan?

- Sim, foi. - A olhei entrando no quarto e ela se sentou ao meu lado.

- Desculpe, eu vi que você havia subido e queria te ver. Quando subi, não pude deixar de escutar sua conversa com o Dylan.

- Tudo bem. - Sorri. - Eu não sei porque aceitei. Eu vim acompanhada com o Breno.

- Calma, é só uma dança.

- Que arruinará as minhas chances de ter algo mais sério com o Breno.

- Então não dance.

- Não dá para voltar atrás. A dança é daqui a pouco, não irei deixar o Dylan plantado.

- Entendo. Mas não se deixe levar pela emoção da dança.

- Não vou. - Sorri. - Preciso ir ao banheiro. - Assentiu.

Fui ao banheiro e após, me encarei no espelho me sentindo um pouco aflita. Saí e ri ao olhar para Clara, que imediatamente retribuiu o riso.

- Só você mesmo.

- Vamos. - Enrolei nossos braços e desci.

Ao descer, tentei encontrar o Breno para explicar o que havia acontecido e não o vi em nenhum lugar. Andei um pouco e percebi que os pares já estavam se formando para começar a dançar. Meu olhar foi direto no Dylan, que ficou parado na minha frente e estendeu sua mão. A segurei e fomos para o centro, onde iríamos dançar.

Uma fila de homens se formavam e os pares femininos a outra. Uma fila de frente para a outra.

Todos se cumprimentaram com a reverência e a música começou a tocar. Começamos a dançar e todas as vezes que nossas mãos se tocavam um choque percorria meu corpo, porém não deixei isso transparecer em meu rosto.

INESPERADO AMOR [CONCLUÍDO]Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora