Capítulo 2

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O trem, em seu movimento retardado, aproximava-se da estação King Cross com um certo saudosismo da parte dos alunos do sétimo ano. James e Luna encarariam aquela volta como a última de sua educação mágica, tendo cada um conquistado o êxito em seus testes e preparados para o que teriam de retorno.

Luna voltou os olhos para seu cachecol amarelo, com um aperto no coração. Quem diria que a Lufa-Lufa seria o lugar que seu coração se encontraria? Como seria voltar para casa depois de tudo e não ter o conforto e a segurança de voltar para Hogwarts?

O barulho de Lily gritando afastou seus pensamentos:

- ANDEM, PELO AMOR DE MERLIN. – O corredor entre os vagões estava lotado de alunos tentando organizar-se numa fila indiana, porém o tumulto era o que causava o problema. – SE VOCÊS NÃO SE IMPORTAM, PRETENDO SAIR AINDA HOJE.

- Lily, cale a boca! Nem parece que saímos da mesma barriga. – Alvo reclamou, colocando-se atrás da irmã, segurando seus ombros.

- Barriga essa que nos espera lá fora e vai nos deixar se demorarmos mais. ANDA AÍ NA FRENTE! – James se juntou à irmã nos gritos, logo vendo a fila em sua frente andar. – É disso que to falando.

De repente, saindo de um vagão à frente, Hugo Weasley aparece bagunçando seus fios de cabelos ruivos e entrando na frente de Lily.

- Primeiro você some, depois você fura a fila? Onde você tava, seu pedaço de gente transtornado? – Lily pergunta para o primo e melhor amigo colocando as mãos na cintura.

- Encontrei um vagão, fiquei esperando vocês, mas não apareceram. Aí, uma garota do sexto ano entrou e ficamos conversando sobre a grade curricular do ano que vem. Não vejo a hora de termos aulas de aparatação. – Hugo comenta, sem notar que a expressão da ruiva tornar-se rude, enquanto caminha para a saída do trem.

Após a frase, Lily mantém o silêncio. Rose, atrás de Alvo, ao observar a cena cuidadosamente, percebeu que a expressão de Lily estava longe de ser apenas ciúmes de amigos. Sabia perfeitamente do desprendimento da prima em relação a sentimentos do gênero, por possuir a personalidade da mãe, porém sabia que o que viesse a arrebataria sem volta. Apenas não esperava ser uma suspeita que tudo isso ocorresse com seu próprio irmão.

Afastou tais pensamentos, com receio de que não passasse de coisas de sua cabeça.

- Tá tudo bem, Rosie? – Scorpius perguntou ao ver Rose balançar a cabeça sem nenhum motivo aparente.

- Tudo sim, não se preocupe. – Rose estremeceu com a menção de seu apelido vindo do garoto. Como dizer que seu nome em sua voz era tudo que ela gostaria de ouvir o dia inteiro? – Ansioso pelas férias?

- Você nem imagina o quanto. – Scorpius a olhou fixamente por alguns segundos, para logo depois apoiar a mão em suas costas e ajudá-la a descer do trem.

Rose olhou ao redor, passando os olhos pela multidão de pais reunidos para buscar seus filhos, ansiosos para contar sobre o período que passaram longe e pôr fim à saudade que tanto tempo separado ocasiona. Virou a cabeça novamente, procurando o motivo de seu coração estar apertado de saudade, e encontrou os fios castanhos enrolados num coque e um olhar que sorria e iluminava sozinho.

Hermione nunca havia perdido seu ar juvenil. Havia permanecido estática no tempo. A expressão madura que sempre carregou mostrava-se com força com algumas rugas de expressão após momentos de estresse diversos em seu departamento no trabalho, porém nunca permitiu que isso fosse um empecilho para aproveitar ao máximo sua família ou cuidar de si mesma.

Truth or DareWhere stories live. Discover now