Capítulo 15

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Bruna
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Depois de termos passado a tarde na sala conversando, em alguns momentos eu ainda parava para pensar em tudo que havia acontecido. Foi tudo tão rápido. Primeiro achei que tudo se resolveria, que finalmente eu poderia contar pra ele tudo o que eu sentia e de alguma forma ele me corresponderia.

Porém, quão foi a minha surpresa em saber que tudo que eu atribuí a ele era sobre outra pessoa. Eu ainda não conseguia compreender. Thomas era da mesma casa que eu, e nunca me dirigia mais que poucas palavras. A vez que ficamos mais próximos foi na festa dos gêmeos, e ainda assim eu não diria que ele era apaixonado por mim.

Balancei a cabeça ao ver Rose e Scorpius entretidos em uma conversa do estilo deles, que para mim parecia sem pé nem cabeça. Eu ainda não entendia porque esses dois não estavam juntos. Nos primeiros anos em Hogwarts, eles ainda chegaram a ter uma rixa, mas tudo isso sumiu tão rápido como começou. Por conta do tempo que passamos, eu diria que os outros já estariam chegando.

- Com licença, vocês. Eu volto já. - Ri dos dois que não pareciam nem ao menos ter me escutado, e subi as escadas. Queria intervir de alguma forma na situação, mas eu simplesmente não conseguia pensar em nada.

Sentei na cama do quarto e passei a mão pelo rosto, me jogando na cama. Queria gritar, apenas para expulsar essa agonia dentro de mim. Tinha vontade de chacoalhar Alvo apenas para perguntar porquê não podia ser mais simples, eu gostar dele e e ele de mim.

Não sei quanto tempo fiquei no quarto, mas escutei Luna entrando apenas pelos sussurros atrás da porta. Minha prima não conseguia ser uma pessoa muito silenciosa. Senti a cama ao meu lado afundar, e sorri esperando seu próximo passo.

- Ei, "amore mio". Vai me contar ou vai esperar eu descobrir? - Virei para ela, e sorri levantando uma sobrancelha.

- Você sabe que não demoraria muito. Tenho minhas fontes. - Seu olhar parecia que não desistiria tão cedo de tentar descobrir. Luna era minha irmã, fomos criadas juntas e não tinha nada que ela não sabia. Eu não podia evitar, em algum momento, sempre contava para ela.

Suspirei. Eu teria que colocar isso para fora em algum momento. Além do que, eu tinha certeza que não podia ser injusta com o fato de que ela era minha confidente.

- Eu encontrei um caderno na cama do Alvo quando estávamos conversando sobre a Lily. Era algo bem simples, achei que não tinha nada demais. Mas aí eu abri, e tinham desenhos meus. E eu não soube o que fazer. Mas você sabe, gosto do Alvo desde que me entendo por gente, então subiu aquela esperança de ser correspondida...

- E não foi?

- Espera eu terminar. Eu achei que a atitude mais racional seria ir falar com ele, pra esclarecer. Mas aí ele disse que não era ela. Que tinha sido o Thomas, e que ele tinha pegado o caderno dele, Merlin sabe para quê. - Terminei observando atentamente a sua expressão.

- Eu acho que ele mentiu. - Ela deu de ombros, deitando ao meu lado em seguida, me empurrando um pouco.

- Eu gostaria que sim, mas até agora nada e esse não é bem o perfil do Alvo.

- Não tem como saber, mas eu tenho quase cem porcento de certeza que é mentira. - Para ela, tudo parecia mais simples. Talvez fosse, eu só não tinha entendido isso ainda.

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