Capítulo 7

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Lily
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Rosie havia me chamado em seu pleno desespero e eu só fui capaz de agradecer. Tudo bem que eu havia ido atrás, tenho consciência disso, mas aquele cara estava dançando ininterruptamente fazia cerca de duas horas e meia. Eu já estava cansada, agora eu estava destruída.

- Hugo, eu nunca te pedi nada, por favor, me carregue. - Cheguei perto do meu melhor amigo, vendo-o esperar o resto das pessoas se juntarem a nós.

- Lily, foi você que quis dançar esse tempo inteiro. - Ele respondeu, e passei a observá-lo com maior atenção. Por que sua expressão estava fechada?

- E esse deboche? Me respeita. - Tentei brincar, mas ele não parecia se importar. Pus minhas mãos em seus ombros, vendo o mesmo balançar a cabeça devagar, e logo negar num aceno.

- O que eu não faço por você, Lílian? - Hugo abaixou alguns centímetros, apenas o suficiente para eu conseguir envolver minhas pernas em sua cintura e apoiar minha cabeça em seu pescoço.

- Tá cheiroso. - Comentei sem pensar, passando a ponta de meu nariz em seu pescoço. Suas mãos, que seguravam minhas pernas, apertaram as mesmas com mais força.

- Fica quietinha, Lily.

- Vamos logo, pessoal. Tá ficando tarde. - Alvo se aproximou e logo todos começaram a andar em direção a aldeia.

Eu, particularmente, não sabia nem em qual rua virar para chegar na casa de meus avós. Esperava com todo meu cruel e delicado coração que Rose soubesse por onde estávamos andando.

- Hugo. - Sussurrei perto de seu ouvido enquanto escutava a conversa paralela de James e Luna que não haviam se desgrudado desde o momento na festa.

- Que foi?

- Você usou escárnio comigo por quê? - Ele riu de minha palavra, enquanto eu, apenas para continuar escutando sua risada, continuei: - Fiquei estarrecida.

- Oh, quem sois vós, Lilian, para falar desse jeito? - Minha risada foi inevitável, e como sempre, escandalosa. Bruna virou para me olhar com puro desespero, encarando as vielas e o caminho que seguiamos.

- Lily, silêncio. Tá tarde, pelo amor de Merlin. - Ela pediu baixo, novamente olhando para os lados. Menina mais nervosa.

- Por que a gente tá andando por aqui mesmo? A gente nem sabe pra onde está indo. - James reclamou dessa vez, e como o mais velho, eu esperava um pouco mais de responsabilidade.

- Claro que sabe. A Rose sabe, não é? - Luna perguntou, quase num pedido de uma confirmação.

- Eu não sei de caminho nenhum não. - Para minha completa apreensão, a pessoa que eu estava confiando minha vida no momento não sabia para onde estávamos indo.

- Rose, você não diz uma coisa dessa, por favor. - Scorpius olhou para minha prima com um nervosismo aparente.

- O vovô não disse que ia buscar a gente? - James perguntou novamente, e então todos os olhares do local se voltaram para ele.

- Por que você não disse isso antes? - Perguntei com vontade de voar no pescoço dele. Desci das costas de Hugo e me aproximei de meu irmão.

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