...Ignorando o perigo, entro na cozinha de uma vez e sou atingido por uma forte pancada na cabeça. Fico momentaneamente tonto e acabo recebendo diversos golpes pelo corpo todo, chutes, socos e posso estar ficando louco, mas tenho quase certeza que o...
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Aurora
Olho a porta se fechando com uma força relativamente grande e no mesmo instante me arrependo de ter sido tão dura. Conheci David no casamento de Ema, há apenas três dias atrás. Conversamos durante toda a noite e no dia seguinte, nos encontramos aqui na empresa. Apesar de ser um homem bonito, algo nele me assusta e foi por esse motivo que recusei suas investidas.
Percebi os olhares exagerados que ele lançou sobre o meu corpo e na verdade, me senti constrangida com aquela situação, optei por usar o humor, como válvula de escape. Só não imaginei uma reação tão furiosa quanto a que Theodore teve, afinal nós dois nos odiamos e sair vestido em sua armadura reluzente, não faz muito o tipo dele.
Confesso que ele tem sido muito bom comigo, deixou que eu ficasse em seu apartamento, dividiu a cama, fez o café da manhã e ainda me trouxe ao trabalho. Como a peste mesmo disse, talvez seja apenas as frigideiradas na cabeça que o fizeram agrir assim. Pego um boquinho de anotações e passo a escrever uma lista de mantimentos para comprarmos no supermercado. Pretendo fazer algo especial hoje à noite, como pedido de desculpas por ter sido tão megera.
Alguns minutos depois, Ema entra toda sorridente e se joga no meu colo, dando um beijo estalado em minha bochecha. É tanto amor, que temo ficar diabética.
- Bom dia! - Cumprimenta cantarolando.
- Bom dia, maluquinha.
- Você nem sabe o que acon... - Ema para sua frase na metada, com os olhos arregalados sobre o meu corpo. - Putamerda! Quem é você e o que fez com a minha amiga?
- É só uma camisa... - Respondo sorrindo com sua reação.
- Masculina! De quem é? Espera... eu conheço essa correntinha...
- Ema....
- Eu sabia!
- Sabia o que?
- Vocêe o Theo se acertaram - Grita dando pulinhos e batendo palmas.
- Não é nada disso que vocêsestápensando.
- Me conta tudo! Não, não conta. Ele é meu irmão, credo. - Faz uma careta engraçada.
- Não aconteceu nada entre nós dois.
- Sei...
Explico a ela tudo que aconteceu, deixando de fora o que realmente houve no meu apartamento e a parte em que abusei do irmão dela.
- Aurora, sei que vocês dois não se suportam. Faço questão que fique em casa, até tudo se acertar no seu apartamento.
