quatro

5.8K 550 230
                                    

– Jay, você é ótimo!

Estou animada. Estamos treinando faz meia hora e James já se mostrou um jogador incrível. Quanta sorte eu tive?

– Eu disse – sorri convicto. – Tem lugar pra guardar o troféu?

– Eu não pensei sobre isso – digo lançando a bolinha para ele iniciar o jogo. – O Harry quer tanto esse troféu, acho que meio que já é dele...

– Não, não, não... – James caminha até mim. – É assim que perdedores se convencem, Liv. Coloque na cabeça que não é uma perdedora e então você vai colocar medo nos outros e acabar ganhando mesmo.

– Medo? – solto um riso frouxo. – Não é o que Harry coloca nas pessoas. Meio que é até o oposto...

– Ah, é? – James sorri. – E há quanto tempo você está afim dele?

Jay caminha de volta para seu lado da mesa e arremessa em minha direção a bolinha logo após a pergunta. Vejo a bolinha passar rápido por mim mas não me movimento para acerta-la.

Minha mente trabalha devagar. Se eu negar estar afim do Harry, provavelmente James rirá. Mas, se eu lhe disser a verdade... Honestamente, não sei qual seria sua reação.

– Eu gosto dele – revelo. – Quero dizer, é ótimo trabalhar com ele.

– É só uma admiração profissional? – questiona.

– Isso! – concordo. – Você definitivamente achou as palavras certas.

– Sei... – murmura James, balançando a cabeça e rindo.

Para minha alegria, ele não diz mais nada e se move a procura da bolinha.

– Achou? – pergunto percebendo a demora dele para voltar à mesa.

– Sim – afirma. – Mas não alcanço...

– Deixa eu ver... – me aproximo, me inclino e acho a bolinha que está debaixo de uma poltrona encostada na parede. – Meu braço é mais fino, acho que dá para pegar.

Me deito no chão e começo a tatear com a mão o espaço embaixo da poltrona e consigo alcançar a bolinha, puxo meu braço mas... Droga! Não, não, não...

– Jay?

– Oi? – ele está deitado no chão ao meu lado e me encara.

– Meu braço ficou preso.

– O quê? Como?

– Não sei – digo já com o tom de preocupação na voz. – Tenho medo de puxar e me cortar.

– Tenta – ele insiste.

– Não posso machucar meu braço, James. É minha ferramenta de trabalho.

– Okay! – ele se levanta. – Eu vou tentar erguer ela. Puxa o braço rápido!

Concordo com a cabeça e James tenta erguer a poltrona fazendo toda a força. Seria mais fácil se ele pudesse apenas arrasta-la ou se ela não fosse tão grande e, meu Deus, ela é pesada só de olhar.

– Agora! – ele grita e quando a poltrona se levanta um pouquinho puxo rapidamente o braço.

– Sã e salvo! – me levanto comemorando e olhando para o braço.

– Hurru! – James comemora e me puxa para um abraço.

Seus braços envolvem minha cintura e ele me levanta um pouco do chão.

Há um barulho, alguém entrou na sala de jogos do hotel.

Nós dois pulamos num choque, e eu me afasto rapidamente do James. Viro-me e olho sem graça para Adam, Sarah, Mitch e Harry que me encaram de volta.

– É um treino fechado ou podemos entrar?  – Adam ri e Sarah dá um tapinha de reprovação em seu ombro.

– Fiquem a vontade. – James se ajeita e dá espaço para que eles cheguem à mesa.

– Que tal uma partida amigável? – Sarah sugere. – Assim já treinamos.

– Vamos, Harry? – Mitch pergunta.

– Não, estou guardando minhas habilidades para surpreender vocês.

– Eu jogo com você. – James se oferece. – Se você não se importar, Liv.

– Não me importo – respondo. – Afinal, depois do susto com o braço, acho que irei cuidar melhor dele.

Sarah e Adam se posicionam de um lado da mesa de ping-pong e Mitch e James do outro. Eles começam uma partida, e parecem se divertir.

Harry está sentado num sofá, caminho até ele e jogo meu corpo de forma pesada.

– O que houve com seu braço? - pergunta.

– Ficou preso. – digo. James marca um ponto, vira para mim e comemora. – Isso aí, Jay! – bato palmas enquanto ele se exibi.

– Jay?

– É... É James, mas gosto de Jay – comento, dando ligeiramente de ombros.

– Então, ele vai acompanhar a turnê com você?

– Sim! Ele está viajando pelo país, então só vai inverter uma cidade por outra para me acompanhar no torneio.

– Legal – diz sem a menor empolgação. – Sabe porque eu toco Olívia antes de todos os shows?

– Porque a piada nunca sai de moda? – reviro os olhos.

– Não! – ele ri. – Apesar de ser uma boa piada...

– Harry...

– Desculpa. Mas não é por isso, okay?!

– Então... Por qual razão?

– Desde que a Tess nos apresentou... – ele começa a desenhar círculos imaginários com o dedo indicador no meu joelho. – Olívia soou diferente para mim.

Social Network  [short] + hsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora