Capítulo 06 - Resistindo as Tentações.

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Já eram quase 00h00 e eu ainda estava na casa de Zayn, ele tinha pedido que eu ficasse com ele e comesse uma pizza que ele tinha pedido. Resolvi aceitar porque eu também estava com fome. Comi em silencio, sentindo sempre o olhar de Zayn sobre mim. Depois de quase me deixar maluca ele resolveu colocar uma camisa e eu fiquei mentalmente agradecida por ele ter feito aquilo.

- Zayn, eu tenho que ir. -Falei bocejando.

- Tem certeza que precisa ir? Não gostaria de ficar? -Eu estava quase caindo na feitiço daqueles olhos e daquela voz.

- Sim, não, quer dizer... -Me perdi em minhas palavras e ele deu um sorriso safado. Era a primeira vez que o via sorrindo, e foi ainda mais perfeito do que eu imaginava. - Eu preciso mesmo ir.

- Vou pegar minhas chaves. -Ele saiu da mesa e eu fui espera-lo na garagem.

Aquela tinha sido uma longa noite e teria mais longa se a droga da secadora não tivesse apitado. Mas no que é que eu estou pensando? Eu estava precisando orar, isso sim. Mamãe viajaria hoje de manhã e eu nem estava em casa ainda, com certeza ela deveria estar uma pilha de nervos comigo.

- Vamos. -Ele falou já entrando no carro.

Ele deu partida no carro. Estava bem frio e o ar condicionado do carro estava ligado, fazendo com que calafrios percorressem o meu corpo. Minhas pálpebras já estavam começando a pesar, mas eu estava me esforçando para não dormir. O único barulho que se ouvia era o dos pneus do carro arrancando contra o asfalto molhado. Zayn permanecia calado e isso de certa forma me incomodava muito.

Me ajeitei um pouco no banco e cocei os meus olhos, subi as mangas da minha blusa e olhei para Zayn. Ele tinha uma mão no volante e outra estava sobre sua coxa. Percebi quando o carro parou em frente a minha casa e me dei conta que em nenhum momento eu falei o caminho pra ele.

- C-como sabia que eu morava aqui? -Perguntei saindo do carro e ele fez o mesmo.

- Conheço cada canto de Bradford, Emma e também conheço cada pessoa que mora por aqui. -Ele disse ficando a minha frente.

- Cada pessoa? Você por acaso é o que, o bad boy de Bradford? -Falei irônica.

- Não, mas eu gostei do bad boy. -Ele soltou um riso nasal.

- Há quanto tempo está aqui? Disse que tinha se mudado recentemente. -Falei.

- Digamos que eu menti, eu nasci e fui criado aqui. -Ele respondeu calmo. O olhei surpresa.

- E porque eu nunca ti vi por aqui? -Perguntei.

- Você não gosta muito de sair, prefere em casa. Já eu não, eu não consigo ficar parado. Deve ser por isso que nunca nos vimos antes. -Ele respondeu e eu sorri.

- E o que foi fazer na igreja aquele dia?

- Fui porque uma amiga pediu, ela disse que era o único modo de largar o vicio no cigarro. -Ele não parava de me encarar um segundo sequer, e eu não tinha outra direção para olhar, se não fosse seus olhos era o corpo e eu preferia algo que me tentasse menos. - Eu achava que você fosse mais religiosa igual outras mulheres daqui, mas você é diferente. -Ele passou as mãos pelo cabelo os bagunçando um pouco.

- Devo ser a única pessoa que você não sabe de nada. -Falei o desafiando.

- Está enganada, se pensa assim. -Ele disse convicto.

- E o que sabe sobre mim? -Falei um pouco apreensiva. Ele olhou pra cima e pareceu pensar um pouco. Depois voltou a me encarar.

- Sei que você adora ler, aparenta gostar de acordar cedo e não gosta de se atrasar em um compromisso. Você tem vergonha quando alguém te elogia, mas lá no fundo você gosta. -Ele se aproximava do meu corpo outra vez, cada passo que ele dava eu recuava, até bater contra o carro. Eu estava sem saídas. Ele escorou a mão direita no carro e a outra colocou em minha cintura.

Um calafrio súbito me percorreu.

- Sei também que se arrepia quando ouve a minha voz, ou quando eu digo seu nome. Você não tem medo de mim, tem medo do que possa acontecer enquanto está comigo. Não é mesmo? -Seu hálito quente misturado ao vento frio batia contra a pele fina do meu pescoço.

Cada parte de mim, parecia que iria entrar em orbita. Por Deus, eu estava fervendo de puro desejo por aquele garoto.

- Mais alguma pergunta? -Ele estava a centímetros do meu rosto, e eu não estava conseguindo raciocinar direito. Eu nunca tinha sentindo algo parecido por ninguém, e também nunca imaginei que alguém fosse capaz de me fazer se sentir... Excitada. Como ele conseguia fazer aquilo comigo? Fazendo-me ter ânsias completamente pecaminosas e indecentes, ele tirava de mim tudo de pior e trazia a tona.

Porque ele gostava de me provocar tanto?

- Tenha uma boa noite, Zayn. -Falei tirando sua mão de minha cintura e passando pelo pequeno portão de casa. Ele nada respondeu, só ouvi o ronco do motor e depois entrei em casa.

Eu mal acreditava no que acabara de acontecer, eu estava praticamente ''tarando'' com um garoto a essa hora da noite. Estava um pleno silencio dentro da residência, passei pelo quarto de mamãe, que estava com a porta completamente escancarada, e depois fui para o meu. Tirei toda minha roupa ficando apenas com a calcinha.

O sono? Depois de tudo tinha passado. Mas eu estava sem um pingo de coragem para tomar um banho. Joguei-me na cama, pegando um fino lençol para me cobrir, poderia estar um frio daqueles, mas meu corpo parecia estar febril. Com alguns minutos meus olhos se fecharam e eu adormeci.

. . .

Droga de despertador, ainda nem eram seis da manhã e ele soou. Me sentei na cama, ainda sonolenta e quase dormindo novamente. Foi ai que eu lembrei que mamãe viajaria daqui uma hora. Levantei em um pulo e corri para o banheiro. Fiz um coque rápido no meu cabelo e abri o registro do banheiro. Fechei o box e ouvi a voz de alguém.

- Emma? -Mamãe disse em tom nervoso. - Que horas você chegou? Eu mal te vi entrar, menina.

- Cheguei meia noite. -Respondi ensaboando meus braços. - Você estava dormindo, resolvi não acorda-la.

- Se arrume, conversamos lá embaixo. -Juro que engoli um seco, quando ela falou isso.

Terminei de tomar um banho e depois me enxuguei. Coloquei um vestido e uma sapatilha, soltei meus cabelos e fiz uma maquiagem bem de leve. Desci as escadas tentando não fazer barulho e desejando que 7h00 chegasse logo.

- Sente-se aqui comigo Emma. -Mamãe estava na cozinha sentada na mesa e mexendo em alguns papeis. Fiz o que ela pediu e esperei que ela começasse com o sermão. - Só para avisar que a emprega virá todos os dias e ficará até as 17h00.

Assenti.

- Quero que continue indo a igreja como sempre foi e a escola o mesmo, não chegue na hora que chegou ontem. -Ela colocou os papeis dentro da bolsa e se levantou. - A propósito, quero que vá ao confessionário esta tarde. -Ela beijou o meio dos meus cabelos e depois ajeitou minha franja.

Respirei aliviada por ela não me dar um bronca. Uma hora passou rápido e logo o taxi de mamãe estava parado em frente de casa, enquanto o homem colocava as coisas no carro ela me ditava algumas regras.

- Tá bom mamãe, eu já entendi. -Falei tentando fazê-la parar de falar.

- Mais uma coisa, tem dinheiro na gaveta de roupas intimas no seu guarda roupas, acho que vai dar enquanto passo esses dias fora. -Nos abraçamos uma ultima vez e depois ele entrou no carro.

Ela acenou de lá dentro e eu de volta.

O que aconteceu na noite passada não saia de maneira alguma da minha cabeça, toda vez que fecho os olhos e tento pensar em outra coisa, é sempre ele que eu vejo. Não tem um minuto sequer que eu não lembre daquelas palavras provocantes e do toque dele. Ele está me deixando completamente louca.

Alguém por acaso teria um manual de como resistir ao Zayn?

Continua...

A Little CrushOù les histoires vivent. Découvrez maintenant