• Two •

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II: You're capable of amazing things.

Terça. Mais um dia, mesma rotina de sempre.

Dessa vez sua cabeça pesava um pouco. No dia anterior, havia ouvido reclamações dos pais até a hora de dormir. Consequentemente bolando na cama até altas horas, buscando esquecer um pouco das palavras ácidas que ouvira.

"Você precisa estudar mais."

"Como acha que vai conseguir um futuro decente com essas notas?"

"Por Deus, sua única obrigação na vida é estudar e nem isso você sabe fazer?"

"Se tem uma coisa que me arrependo é ter te colocado no mundo."

Essa última fora dita por sua mãe.

Era engraçado como seus pais geralmente estavam pouco se fodendo para como ele estava, se estava bem, se precisava de algo, se estava doente. Mas quando era a hora de reclamar, eram os primeiros a se pronunciar, mal o dando chance de tentar se explicar.

Que culpa tinha eu por não ser o suficiente? Por não ser bom?

Antigamente ele até se esforçava, e muito, pra conseguir agradar, mas nunca conseguiu. Por isso hoje em dia não ligava muito.

Suspirou, apoiando a cabeça no metal frio do armário, desejando que a cabeça parasse latejar ao menos um pouco, e que seus olhos não estivessem tão pesados.

Sentia-se cansado na verdade. Não só fisicamente, mas também esgotado mentalmente.

A enxaqueca dando sinais de vida com breves pontadas, o enjôo cada vez mais crescente, o gosto amargo na boca. Tudo que queria era desaparecer de uma vez.

Suspirou novamente, se afastando somente um pouco da porta do armário, e  colocou sua combinação no pequeno cadeado antes de abrí-lo.

A cara de espanto que fez provavelmente foi impagávavel. Aquilo era mesmo sério?

Suspirou, sem saco demais para ao menos pensar num xingamento decente para se referir a pessoa que estava fazendo aquilo com ele.

Pegou o doce, que dessa vez era um pirulito rosa, e já se preparava para fechar o armário de vez e repetir o mesmo processo do dia anterior, quando de repente um pequeno post-it azul que caiu no chão lhe chamou a atenção.

Ponderou um pouco, mas logo se rendeu a curiosidade que recaia sobre si e se abaixou o suficiente para apanhar a folinha colorida.

Logo de cara, no verso que estava para cima, ele pode observar alguns pequenos desenhos quase infantis de estrelinhas e notas musicais, nitidamente feitos a mão e com uma caneta preta.

Virou a folhinha e olhou atentamente as letras ali presentes, observando e contemplando o significando daquelas poucas palavras que fizeram sua boca secar.



Yoongi hyung, alguém já lhe disse que é muito feio jogar presentes no lixo? Espero que dessa vez não se repita e que aproveite esse docinho.

Candyboy

Ok, aquilo era deveras estranho.

Candyboy? Sério?

Olhou ao redor rapidamente, observando as pessoas que passavam despreocupadamente como sempre, mal notando sua existência, alheios ao que estava se passando na mente do Min.

Maquinava pesadamente, pensando e pensado em várias coisas, o que só fazia sua cabeça doer ainda mais. E pela quarta vez naquele início de manhã desde que chegara no colégio, suspirou, agora resignado.

Estava sem cabeça para pensar demais e por isso resolveu não o fazer.

Fechou a porta do armário e enfiou o bilhetinho em sua mochila de qualquer jeito, rumando como sempre em direção a sua sala de aula.

Ao passar pelo cesto de lixo, depositou ali somente o plástico que protegia a superfície do doce e consequentemente o mesmo se encontrava em sua boca.

ᛃ 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐘𝐁𝐎𝐘 › ' 𝚢𝚘𝚘𝚗𝚖𝚒𝚗Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora