Capítulo XVII

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Rosalinda estava sentada no trono encarando Pedro que estava ajoelhado na sua frente. Os Lordes e Ladys presentes na sala enquanto ela olhava para o irmão bastardo.

- Levante-se Conde de Mimas. – Ela falou tentando não soar irritada.

Pedro se ergueu impondo sua altura máxima se aproximou quando ela lhe ofereceu a mão e a beijou afetuosamente. Ela se levantou fazendo com que todos se inclinassem e saiu pela porta privativa, sua vontade era de quebrar qualquer coisa que pudesse, mas precisava se controlar. Agarrou o espaldar reto da cadeira perto da lareira e pressionou com força tentando respirar lentamente.

- Guarda. – Observou as pontas dos dedos ficarem brancas, quando o guarda apareceu. – Chame Guilherme Garcia, o secretário da Duquesa de Acrab. Eu quero vê-lo.

- Majestade.

O homem se retirou, Rosalinda fechou os olhos sentindo que o calor das chamas não lhe atingia. Estava gelada por dentro, conceder a Pedro o direito de governar parte de seu reino era algo que lhe doía quase que fisicamente. Ainda se lembrava das palavras que dissera a Carter naquele dia... governar uma parte de seu reino era como ter o direito de governar uma parte dela. Ouviu a batida na porta e se sentou na cadeira, seus dedos doíam.

- Entre. – Ordenou olhando para o fogo.

Tebes entrou na sala com cautela, olhou para Rosalinda antes de se aproximar.

- Imagino o quanto isso esteja lhe doendo. – Ele abaixou o tom de voz para algo quase carinhoso.

Rosalinda fechou os olhos e soltou a respiração.

- Peço permissão para falar livremente. – Tebes manteve o tom de voz.

Rosalinda concordou com a cabeça.

- Você está se tornando uma governante fantástica. – Ele atraiu a atenção dele. – Uma governante justa, feroz, uma estrategista e uma administradora que não poderíamos pedir outra melhor. Mas entenda que não está sozinha. A senhora tem outros aqui que lhe servem com prazer, então, por favor, nos use. Não sustente tudo sozinha, Rosalinda.

Ela suspirou esfregando a testa sentiu o corpo cansado.

- Prometi a seu filho que resolveríamos a questão do casamento dele. – Ela falou com a voz cansada. – Mas precisei manda-lo embora às pressas antes de nos fechar.

- Ele entende. – Roberto apoiou a mão no espaldar da cadeira que estava em frente à Rosalinda. – Ele entende que precisara esperar, recebi notícias dele ontem. Meu genro pediu para avisa-la que ele está disposto a nos ajudar no que for possível.

- Seu genro precisa aprender a não oferecer essas coisas. – Rosalinda sorriu suavemente.

A batida na porta atraiu a atenção de Tebes que observou em silencio Guilherme entrar acompanhado de um dos soltados.

- Bem, a deixarei agora. – Ele se inclinou para Rosalinda. – Organizarei tudo como me pediu, Majestade.

Rosalinda esperou que Tebes saísse para olhar Guilherme.

- Alguma notícia? - Perguntou sem rodeios.

- Não, Majestade. - Ele respondeu olhando para baixo. - A Duquesa me informou que se eu soubesse de uma revolta imediata saberia onde encontra-la, diante das últimas notícias presumo que ela possa estar em Sextans.

Rosalinda parou olhando para a lareira. Escândalos de corrupção tinham abalado o pequeno país há alguns meses e uma ditadura militar fora instaurada, o povo sofria vertiginosamente pelo que ela havia lido. Havia mandado o embaixador que estava lá retornar e expulsado os embaixadores que aqui se encontravam. Sim, ela havia lido que o povo estava se revoltando ainda mais e tinha ouvido de insurreições armadas nas últimas semanas. Carter provavelmente estava lá.

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