Capítulo XII - Vida perfeita.

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"Mas você vê, não sou eu. Não é minha família. Em sua cabeça, eles estão lutando."

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- Está querendo ser atropelada, garota? – A voz do motorista do caminhão é mais um sinal que não estou sonhando. O caminhão teria me atingido se eu não tivesse me jogado na calçada.

Tento buscar em minha mente algo que faça sentido ou uma brecha que me informe o lugar onde estou e como vim parar nesse bairro. Os primeiros raios de sol tocam a minha pele, indicando que o dia já está nascendo e isso me ajuda a visualizar o bairro. Há várias casas de tamanhos variados ao meu redor.

Por algum motivo, a casa atrás de mim me chamou atenção. Sua pintura externa é branca, possui dois andares e várias janelas, dando a impressão de ter vários quartos. Comparada às demais, ela possui uma imensa varanda em sua frente. Caminho até ela como se meus instintos dissessem que devo entrar nela.

Assim que minhas mãos envolvem a maçaneta, para girá-la, alguém abre a porta. Sinto meu coração bater mais forte quando vejo a pessoa que sai de dentro de casa. Tento dizer qualquer coisa, mas não consigo.

- Relaxa, não vou dizer nada para a mamãe. – Não pode ser Philip. Ele me dirige um sorriso travesso e coloca o saco de lixo, que está em suas mãos, na frente da casa. – Entre logo, ou vamos nos atrasar para a escola.

Escola? Céus, o que está acontecendo? Com rapidez, Philip segura meu braço e me puxa para dentro da casa, fechando a porta atrás de nós.

- Você parece assustada. – Philip está usando o mesmo uniforme que eu costumava usar quando ia para a escola. O mesmo colete de malha, feito de algodão e tricotado com o emblema da escola. – A noite passada não foi boa?

Olho para o meu corpo e percebo que também estou de uniforme escolar, porém diferente de Philip com calça alfaiataria, estou com aquela saia obrigatória, que bate em meus joelhos.

- Onde estão todos? – Pergunto, olhando para cada detalhe daquela casa. – Devemos voltar pra o castelo, é perigoso.

- Castelo? – Philip me olha como se estivesse maluca e segura o riso. – Você não está batendo bem.

Ouço passos desregulares descendo a escada que está a nossa frente e meus olhos não acreditam na pessoa que se faz presente. Nick, em carne e osso. Corro até ele e o envolvo em um abraço apertado. Sinto seu corpo quente contra o meu enquanto estamos envolvidos no abraço.

- Você poderia me soltar? Está me deixando sem ar! – Solto seu pequeno corpo e o fito, verificando se a pessoa a minha frente é mesmo meu irmão caçula. Sua voz havia saído um pouco sonolenta, mas é idêntica. – Porque está me olhando como se eu fosse um fantasma?

- Olhem, Wendy acordou amorosa hoje. – Mamãe desce as escadas e entrega a Nick uma pequena lancheira. Ela está usando uma camisola longa e segura uma xícara de café. – Você está bem, minha querida? Parece abatida.

Lua PrateadaWhere stories live. Discover now