When I Fell In Your Station [Stray Kids]

Falling Down

Talvez eu estivesse paranóico por ter acordado há menos de vinte minutos e saído sem comer sequer um morango roubado do prato de Jeongin, mas podia jurar que alguém havia tocado a parte baixa das minhas costas com uma certa ousadia.

Ou a paranóia era digna de tratamento, ou estaria provado que não apenas as mulheres eram assediadas no transporte público.

Eu estava sufocado entre dois senhores engravatados que conversavam por cima da minha cabeça sobre acharem irritante o fato de ser seu dia no rodízio de carros. Atrás de mim, um trio de garotas do ensino médio abafava seus risos idiotas e eu só tentava entender como aquelas crianças podiam estar felizes a essa hora da manhã.

A porta do trem estava bem em frente a mim. Eu me segurava com apenas uma mão e meus olhos começavam a vacilar.

Woah, as provas foram tão absurdamente cansativas! Podíamos ao menos parar para respirar um dia.

Estava tão cansado que as vozes das irritantes meninas foram sumindo logo. Meu corpo balançava de uma forma tão relaxante que pensei em coisas boas. Meditei na certeza de que tinha ido muito bem nas primeiras provas e quando mostrasse os resultados em casa, mamãe faria bolo de milho e Jeongin diria o resto da semana aos amigos da escola que eu era o melhor hyung de todos.

Era bom ser o irmão mais velho que já ia para a faculdade. Melhor ainda quando a omma obrigava meu dongsaeng a se espelhar em mim —olhe só o seu hyung, você acha que ele entrou numa boa faculdade tendo preguiça de fazer o dever de casa?

Preguiça eu tive e muita, mas essa parte a gente não leva em consideração.

Quando os resultados sairiam mesmo? Amanhã? Ah, o bolo de milho cremoso da omma...

O cheiro por toda a casa, uma xícara de chocolate quente, Jeongin fazendo caretas depois de formar um bigode branco no rosto com chantilly. O sorriso da omma...

Eu podia ver perfeitamente a cena.

Uma voz feminina bem longe em minha mente anunciava a próxima estação.

O bolo de milho estava tão perfeito em minha frente que senti meu corpo tombar para alcançá-lo. Eu até mesmo sorria.

Então senti o baque.

Eu estava dormindo em pé e a porta se abrira na estação anunciada. Fui empurrado pela multidão desesperada e caí de cara no piso frio da plataforma.

— Saia do caminho, criança lenta! —um velhinho ranzinza passava tropeçando em mim com sua bengala que atingiu minha bochecha.