•18• Ele é um alfa

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A "grande noite" havia chegado.

Depois de acalmar o alfa pelo telefone e assegurar que ele se sairia bem, que sua família não era um bicho de sete cabeças, Louis teria que comunicar aos pais a real situação.

Seu namorado não era um beta...

Sua mãe - como uma "boa ômega" de casa - estava na cozinha, dando os últimos retoques na comida; já seu pai - como um "bom alfa" - olhava tudo e a elogiava sobre a refeição, que estava com uma aparência esplêndida.

Aquela era a hora, pois quando o alfa chegasse seus pais teriam que estar preparados para o choque.

-Mãe? - Disse tímido.

-Sim, querido! Só estou terminando aqui para receber meu genro...

-Ah amor, está tudo muito bom! - Mark lhe passou confiança.

- Eu precisava da atenção de vocês. Sobre o Harry... Queria falar algo sobre ele, não é tão importante, mas...

-Então esse é o nome? Bem, conte-nos filho, ele vai chegar daqui a pouco e não seria elegante falar sobre ele na frente dele.

Charlotte chegou na cozinha e se sentou calmamente, com um sorriso de lado meio irônico, ela queria muito que seus pais lhe dessem razão sobre o fato do beta achar que o relacionamento dele e do alfa era algo válido.

-É... Harry, bem... Ele é um alfa!

Então como se fosse em câmera lenta sua mãe derrubou um prato que segurava, olhando para ele com os olhos assustados.

Mark, se fosse em outra situação, teria conseguido pegar o prato antes de cair ao chão, mas a surpresa o fez apenas se focar no filho.

- ALFA?

- Sim-sim papai... - Gaguejou o filho.

- Você tem noção do que está me dizendo? Ou melhor, do que está fazendo? - Colocou as mãos nos ombros do pequeno beta - Eu, como alfa posso te dizer que ele não quer ser seu "namorado"...

- Pai, eu também achava isso, mas-mas quando conhecerem ele, vai entender e...

- Ele chegou! - Charlotte disse divertida, olhando para a mãe que parecia apreensiva.

Mark, como o alfa da casa, já foi de imediato a porta.

Louis não conseguiu o alcançar, então a experiência com a família dele talvez fosse intimidante para o cacheado, o beta estava tentando evitar isso.

- Olá, Sr. Tomlinson, sou Harry Styles...

- Namorado do meu filho - Harry engoliu seco.

Sabia que o alfa mais velho não estava muito feliz com a sua presença, conseguia perceber o instinto de proteção que estava exalando para sua cria, o qual estava o olhando como se pedisse desculpas pelo pai.

- Sim... E espero continuar sendo depois desta noite - Tentou dar seu melhor sorriso.

Não tinha muito o que fazer, então ele entrou na casa do namorado e seguiu com o sogro para a cozinha, onde encontrou uma ômega parecida com Louis aguardando-os e a alfa lhe lançando um olhar como "eu venci".

Depois das apresentações básicas, eles se sentaram para o jantar.

Louis tentava passar conforto para o seu alfa, fazendo carinhos em sua coxa, o que o fazia relaxar um pouco.

Logo as perguntas voaram.

Quem eram seus pais?

O que pretendia fazer no futuro?

Onde conheceu Louis?

E as perguntas iam ficando mais pessoais.

Até que...

- Então, Styles. Eu e minha ômega gostaríamos de saber quais suas intenções com o nosso "filhote". Convenhamos que essa situação não é comum... Um alfa como você, sem querer menosprezar o meu filho, não se envolveria com um beta como ele. Os instintos, a classe, a mordida e os herdeiros... Betas são estéreis e alfas prezam por herdeiros.

Nesse momento Louis só queria chorar.

Ele se manteve firme alí na mesa, de mãos dadas com o cacheado por baixo da toalha, e Harry conseguia perceber como o assunto deixava o beta triste e desconfortável no lugar.

Resolveu falar algo que havia ensaiado va6rias vezes em casa, pois sabia que isso poderia acontecer, essas perguntas.

- "Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento."(Arnaldo Jabor) Eu sei que é complicado, confiar em alguém para de certa forma "entregar" o filho, e entendo que minha classe não ajuda muito. Eu acredito no amor, não em instintos. Não cortejei Louis e nem estou perto dele para uma diversão... Ou um passa tempo porque estava entediado. Em alguns quesitos é difícil para mim conseguir controlar meus instintos alfa, mas perto dele sinto que tudo é possível. Eu não o amo por sua classe, mas pela pessoa que ele é. Louis não pode gerar filhos, porém existem muitas crianças no mundo sem família, e se um dia, depois que nos casarmos - eu tenho absoluta certeza que quero passar o resto da minha vida com ele - nós decidirmos ter filhotes, poderemos adotar ou utilizarmos algum outro método se ele quiser um bebê meu. Eu amo o filho de vocês!

Nisso o beta já se encontrava em lágrimas junto com sua mãe - que se levantou e abraçou o genro, desejando felicidade ao casal.

Mark apenas analisava a situação, e então depois de longos minutos se pronunciou.

- Meu filho não poderia ter encontrado alguém melhor - Um aperto de mãos aconteceu entre eles.

Lottie ficou abismada com aquilo e saiu brava para seu quarto, sem falar com ninguém.

- "A paixão destrói mais preconceitos do que a filosofia." (Denis Diderot) - Harry sussurrou no ouvido da sua amada flor quando estava indo embora.

A paixão deles podia não ser suficiente para muitas pessoas, mas era para eles.

"Eu não conheço todas as flores, mas vou mandar todas que eu puder. Vivemos tempos de loucos amores, só é feliz quem sabe o que quer." (Charlie Brown Jr)

Harry, antes de dormir, envia para Louis essa mensagem.

E depois o de olhos azuis complementa:

"Eu sou feliz pois sei que quero você."

Sweet Creature | abo | l.s.Where stories live. Discover now